Bolsonaro faz novo teste para Covid; Ministério da Saúde anuncia compra de vacinas

Publicado em 21/07/2020 18:54

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores nesta terça-feira que foi submetido a mais um teste para Covid-19 e aguarda o resultado para a manhã de quarta-feira.

"Eu fiz exame agora, amanhã cedo sai o resultado", disse Bolsonaro nos jardins do Palácio da Alvorada no final da tarde. "Se Deus quiser vai dar negativo, aí volta a normalidade."

Segundo o presidente, estando bem, ele viaja ao Piauí na próxima sexta-feira.

Bolsonaro anunciou no dia 7 de julho que estava com a Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus. Desde então ele tem ficado em isolamento no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, e realizado audiências por meio de videoconferências.

Na semana passada, teste realizado pelo presidente ainda mostrou a presença do vírus no organismo, frustrando sua expectativa de um retorno já naquele momento à rotina normal.

O Brasil registra mais de 2 milhões de infectados pela doença, que já causou a morte de mais 80 mil pessoas no país.

Brasil negocia possível compra de vacina contra Covid-19 da Moderna, diz Pazuello

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira que o Brasil está em negociações com o laboratório norte-americano Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa, além de já ter acordos com outras duas candidatas.

Pazuello afirmou, em entrevista coletiva transmitida pela internet durante visita ao Rio Grande do Sul, que a candidata a vacina da Moderna se soma às possíveis vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, e pela chinesa SinoVac como as mais promissoras para proteger contra o novo coronavírus.

No caso da vacina desenvolvida por Oxford com a AstraZeneca, o governo federal já acertou um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim do ano, e está concluindo as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional.

"Isso já está pactuado, estamos discutindo a transferência dos recursos porque o contrato é feito pela Fiocruz, que é uma fundação do Ministério da Saúde, e essa contratação prevê a transferência de tecnologia e o recebimento do insumo para fabricação desses lotes de grande quantidade. O momento agora é o pagamento à AstraZeneca", disse Pazuello.

Já a vacina em desenvolvimento pela SinoVac Biotech conta com a participação do Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo. O acordo prevê a chegada ao Brasil em setembro de 120 milhões de doses da vacina, o que permitirá a vacinação de 60 milhões de pessoas caso ela tenha a eficácia comprovada.

Sobre a negociação com a Moderna, o ministro explicou que a possível compra direta se deve ao fato de se tratar de uma tecnologia diferente.

"Com relação à Moderna é um outro tipo e vacina, usando uma tecnologia que nós não dominamos a fabricação, que é o RNA da molécula, e aí você, nesse caso, a gente está pactuando a possibilidade de compra com prioridade", disse o ministro interino, sem entrar em detalhes.

A Moderna foi a primeira empresa a iniciar os testes em humanos para a vacina contra o novo coronavírus, no dia 16 de março. Na semana passada, a empresa informou que sua candidata se mostrou segura e provocou respostas imunológicas em todos os 45 voluntários saudáveis em um estudo em fase inicial.

A vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford também induziu uma resposta imunológica em todos os participantes do estudo que receberam duas doses da fórmula sem apresentar efeitos colaterais sérios, de acordo com resultados divulgados na segunda-feira.

Tanto a vacina de Oxford quanto a da SinoVac já estão sendo testadas em voluntários no Brasil em ensaios clínicos de Fase 3, o último antes do registro da vacina junto a autoridades regulatórias.

Nesta terça-feira, a Anvisa autorizou a realização de um terceiro teste no Brasil com possíveis candidatas. Esse ensaio clínico envolverá duas vacinas desenvolvidas em parceria pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech.

Moderna e Merck dizem que pretendem lucrar com vacinas contra coronavírus

(Reuters) - A Moderna Inc e a Merck & Co disseram a uma comissão do Congresso dos Estados Unidos nesta terça-feira que esperam lucrar com suas vacinas contra o coronavírus assim que elas foram aprovadas em meio aos temores de que elas não sejam acessíveis a todos.

"Não venderemos nossa vacina a preço de custo, embora seja prematuro para nós, já que estamos longe de entender a base de custo", disse Julie Gerberding, chefe da área de pacientes da Merck, ao subcomitê de Supervisão e Investigações da Câmara dos Deputados, em uma audiência virtual.

A Merck ainda não iniciou os testes de sua vacina experimental em humanos, o que a deixa atrás das principais candidatas.

Executivos da Johnson & Johnson e da AstraZenecaPlc disseram em depoimentos que venderão suas respectivas vacinas em potencial sem margem de lucro durante a pandemia.

Gerberding e um representante da Moderna não comentaram o preço que têm em mente para suas vacinas na audiência, que se concentrou nos esforços para desenvolver uma vacina segura, eficiente e amplamente acessível contra a Covid-19, que já causou a morte de 600 mil pessoas.

A Pfizer Inc tem dito que a empresa pretende lucrar com sua possível vacina contra coronavírus se esta for aprovada.

Mas o executivo-chefe da farmacêutica, John Young, disse em um depoimento: "Reconhecemos que esta é uma época extraordinária, e nosso preço refletirá isso."

Ao contrário das rivais Moderna e AstraZeneca, a Pfizer não recebeu financiamento norte-americano para o desenvolvimento de sua vacina.

 

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Fonte:
Reuters

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