Bolsonaro diz tomar vermífugo contra a covid-19 e que o isolamento mata

Publicado em 19/07/2020 10:38 e atualizado em 19/07/2020 13:08
no Poder 360

O presidente Jair Bolsonaro disse durante transmissão ao vivo do Facebook, que começou a tomar outro remédio, além da hidroxicloroquina, para a covid-19. O vermífugo citado por Bolsonaro é nitazoxanida, cujo nome comercial é Annita (não tem eficácia comprovada contra a doença, informa o site Poder360).

“Eu comecei essa semana a tomar também Annita”, disse a apoiadores, no Palácio da Alvorada, neste sábado (18.jul.2020).

O presidente também criticou o isolamento social e as medidas tomadas por governadores e prefeitos para fechar o comércio e evitar a disseminação da doença.

“Pelo que eu sei, ninguém morreu por falta de UTI ou respirador. Tem que pensar na economia. Não adianta ficar falando em vida, em vida, em vida, porque o isolamento mata”, afirmou.

  1. O presidente também criticou o isolamento social e as medidas tomadas por governadores e prefeitos

Reuters: Medidas de isolamento contra Covid-19 "sufocaram a economia no Brasil", diz Bolsonaro

LOGO REUTERS

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que as medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos contra a disseminação do novo coronavírus no Brasil "sufocaram" a economia do país.

Em frente ao Palácio da Alvorada, onde cumpre quarentena por ter sido diagnosticado com a Covid-19, o presidente falou informalmente a apoiadores, após breve cerimônia para hastear a bandeira nacional. As declarações foram transmitidas pela página oficial de Bolsonaro no Facebook.

"Em um país continental como o nosso, aplicaram o lockdown quase que instantaneamente, sufocaram a economia no Brasil e vão querer botar a culpa em mim?", questionou.

Segundo ele, não faltaram recursos por parte do governo federal, nem medidas para rolar dívidas dos Estados.

"Fizemos de tudo, mas a economia tem que voltar a funcionar", defendeu.

Bolsonaro disse que ninguém morreu por falta de aparelhos respiradores durante a pandemia, porém ressaltou que "sem salário, sem emprego, você morre de fome".

Ainda de acordo com o presidente, o isolamento domiciliar também pode desencadear morte por outras causas.

"Brasil fica só falando de vida, de vida, isolamento mata", afirmou o presidente, acrescentando que aumentaram os casos de violência doméstica, suicídio e depressão na quarentena.

Sobre seu tratamento contra a Covid-19 à base de hidroxicloroquina, Bolsonaro disse que é a "prova viva" do funcionamento da medicação.

"Não existe comprovação científica que não seja eficaz, mas também não existe o contrário, de que não funciona", explicou.

MILITARES NA SAÚDE

Neste sábado, Bolsonaro também voltou a defender a atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e minimizou novamente a presença de militares na pasta.

"Ele (Pazzuelo) faz um trabalho excepcional de gestão", ressaltou o presidente.

Nesta semana, Bolsonaro confirmou que o general permanecerá na pasta até o momento, mesmo em meio a críticas, e chegou a dizer que Pazuello era "predestinado" para contribuir com a pátria em momentos difíceis, como o da atual pandemia.

Quanto aos militares no Ministério da Saúde, ele reafirmou que a pasta conta com mais de 5 mil servidores de carreira e o general levou somente 15 militares. (Reuters).

Manifestantes pró-Bolsonaro protestam contra governadores em Brasília

LOGO estadao

Um grupo de manifestantes se aglomera neste domingo, 19, em frente ao Congresso Nacional, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra os governadores. A Polícia Militar não tem divulgado levantamento sobre a quantidade de manifestantes em atos que acontecem em Brasília.

O grupo, marcado pela presença de religiosos, critica os governos estaduais pelas quarentenas, fechamento dos comércios e não apoio ao uso da cloroquina no tratamento contra a covid-19, como defende Bolsonaro desde o início da pandemia. Eles carregam cruzes, para simbolizar cada um dos Estados do País e o Distrito Federal.

Muitos manifestantes ignoram a recomendação básica de uso de máscaras, como orienta o Ministério da Saúde.

Diferentemente do que se viu em atos anteriores realizados em Brasília, a aglomeração não é marcada por protestos pelo fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Congresso.

No Twitter, o deputado Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) escreveu que ocorre, na Esplanada dos Ministérios, uma "concentração para manifestação popular, sem pão com mortadela"

Bolsonaro, que está com covid-19 e permanece no Palácio da Alvorada, disse ontem que não poderia comparecer ao ato, para "não dar mau exemplo". O presidente voltou a dizer que os Estados são responsáveis pela crise, porque estão "deixando a economia se esfacelar".

O presidente também voltou a criticar a resistência dos Estados sobre o uso da cloroquina, apesar de os estudos médicos realizados até agora não demonstrarem benefício no uso da substância, mas sim efeitos colaterais para seus usuários.

VERMÍFUGOS EM FOCO (Poder360)

Não é a 1ª vez que o governo federal sugere o uso do vermífugo para a doença. Em maio, o medicamento foi anunciado pelo ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) por ter tido 94% de sucesso nos testes. Até este sábado, porém, nenhum resultado conclusivo foi apresentado.

Apesar disso, o medicamento entrou no rol de fármacos que tiveram a alíquota de importação zerada na última 2ª feira (13.jul.2020). A diminuição de impostos sobre os remédios tem como objetivo a garantia de abastecimento, afirma o Ministério da Saúde.

Outro vermífugo, a ivermectina também teve imposto zerado. A falta dela nas prateleiras é resultado de especulações sobre sua eficácia contra a covid-19, mas nem a OMS (Organização Mundial da Saúde) nem a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendam o uso contra a doença. O motivo é a falta de estudos que comprovem sua eficácia.

O remédio é usado tradicionalmente no tratamento de sarna é vendido em lotes com 4 comprimidos e custa cerca de R$ 30. Leia mais sobre o tema aqui.

Brasil registra 28.532 novos casos de coronavírus e 921 mortes (Reuters)

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou 28.532 novos casos confirmados de coronavírus e 921 mortes neste sábado, informou o Ministério da Saúde.

Com isso, o número total de casos no país, o segundo mais afetado pela pandemia atrás apenas dos Estados Unidos, aumentou para 2.074.860, enquanto as mortes atingiram 78.772.

Mais cedo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reportou um aumento recorde nos casos globais de coronavírus na contagem diária, pelo segundo dia consecutivo, com o aumento de 259.848 em 24 horas.

Segundo a OMS, o avanço nas contaminações foi puxado pelos Estados Unidos, Brasil, Índia e África do Sul.

Conheça os números do coronavírus no Brasil e no mundo (relatório do Poder360)

O Poder360 publica diariamente 1 relatório sobre a trajetória do coronavírus no Brasil e no mundo. Eis os dados do início deste domingo (19.jul.2020).

NÚMEROS NO BRASIL

  • casos – 2.074.860 (+28.532 em 1 dia);

  • mortes – 78.772 (+921 em 1 dia);

  • recuperados – 1.342.362 (+21.326 em 1 dia).

MÉDIA MÓVEL DOS ÚLTIMOS 7 DIAS

  • casos – 33.572 por dia;

  • mortes – 1.043 por dia.

O cálculo da média móvel é uma forma de matizar variações abruptas diárias no número de casos e mortes registrados, considerando que estes números tendem a ser subnotificados nos fins de semana.

COVID-19 NO MUNDO

Até as 22h30 de sábado (18.jul.2020), havia 14.422.125 infectados e 604.819 mortes em todo o planeta.

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Fonte:
Reuters/Poder360/Estadão

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