Mundo tem recorde diário de infecções pelo novo coronavírus, aponta OMS

Publicado em 18/07/2020 17:50

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou neste sábado, 18, que o mundo teve o novo recorde de casos de infecção pelo novo coronavírus no mesmo dia, de 237.743, elevando o total desde o início da pandemia para 13,82 milhões. A quantidade de testes positivos contabilizados na sexta-feira, dessa forma, supera os do último domingo, que foram 230.904.

O ritmo, segundo dados preliminares da OMS, no entanto, segue intenso: às 12h50 (de Brasília) de hoje, o site da agência já apontava para 208.146 mil novos casos ao longo do sábado.

O número de mortes ao longo da sexta-feira foi de 5.682, o maior desde 27 de junho, quando 6.891 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. O total de óbitos contabilizado pela OMS é de 591.666.

A Europa, hoje, superou a marca de 3 milhões de casos, seguindo atrás apenas das Américas, com 7,3 milhões. Logo atrás, estão Oriente Médio e Sul da Ásia, ambos com 1,3 milhão.

Das mortes, 80% seguem concentradas nos continentes americano e europeu, com 302 mil e 205 mil, respectivamente.

Os Estados Unidos continuam o país mais afetado do planeta, em número de casos, seguido por Brasil, Índia, Rússia, Peru, Chile, África do Sul, México, Reino Unido e Irã.

No planeta, 8,5 milhões de pessoas já se recuperaram da infecção pelo novo coronavírus e estão livres do patógeno. Além disso, há cerca de 59 mil pacientes em estado grave, 1% do total dos casos ativos, no mundo.

Ruas de Barcelona amanhecem vazias

As ruas de Barcelona, segunda maior cidade da Espanha, amanheceram mais vazias neste sábado, em meio a um sentimento de desolação entre os habitantes, chamados a ficar em casa devido ao aumento de casos de coronavírus.

O aumento das infecções nos últimos dias na região de Barcelona fez com que as autoridades instassem seus habitantes a ficar em casa. Por enquanto, é uma recomendação, mas poderia ser o prelúdio de medidas mais rigorosas.

As autoridades catalãs também proibiram reuniões de mais de dez pessoas, reduziram a capacidade de bares e fecharam teatros, cinemas e outros locais de entretenimento. Todos os anúncios foram ratificados por um juiz.

A Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 28.400 mortes, impôs severos confinamentos em meados de março, mas desde que as restrições foram levantadas em 21 de junho, houve uma aceleração das infecções e atualmente há mais de 150 focos ativos no país, principalmente na Catalunha e na região vizinha de Aragão.

Norte da Itália está em 'sinal amarelo'

Na Itália, o país registrou mais 249 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que eleva o total no país desde o início da pandemia para 244.216. De acordo com dados divulgados pela agência de Defesa Civil, foram contabilizadas 14 mortes no período de 24 horas. Com isso, são 35.042 vítimas ao longo da crise sanitária.

As autoridades italianas observam cerca de seis regiões em que o índice de reprodução básico instantâneo (Rt), que indica a capacidade de contágio do patógeno, está acima de 1, considerado o limite da expansão do novo coronavírus.

As regiões que estão com sinal amarelo são, no norte, a Lombardia, a mais afetada pela pandemia até o momento, Emiglia-Romana, Piemonte, Veneto, e no centro, Toscana e Lácio, essa última, onde está a capital da Itália, Roma.

Dentre as que estão em alerta, a situação mais preocupante é a da Lombardia, que teve 88 dos 249 casos anunciados neste sábado

Em busca de consenso na UE

Enquanto isso, em Bruxelas, os líderes europeus tentavam, neste sábado, no segundo dia de uma cúpula, encontrar um acordo para aprovar um plano que ajudará a superar a profunda recessão causada pelo coronavírus.

Novas propostas estão em discussão com o objetivo de convencer os países mais reticentes a adotar esse plano de € 750 bilhões com base na emissão de dívida comum. O valor do fundo, sua distribuição entre subvenções e empréstimos e as condições de acesso dividem os 27 membros.

Na Europa, a covid-19 matou mais de 200 mil pessoas e, economicamente, poderia causar uma contração de 8,3% no PIB da União Europeia (UE), segundo Bruxelas.

Ao mesmo tempo, os ministros das Finanças e os bancos centrais dos 20 países mais industrializados do mundo (G20) realizam uma reunião virtual sobre a recuperação da economia mundial, em meio a apelos para aliviar a dívida dos países pobres ou a proposta da Argentina para criar um fundo de solidariedade. (Com agências internacionais).

Brasil diz no G20 que medidas contra vírus vão consumir 10% do PIB

O impacto fiscal primário do programa brasileiro de apoio à economia em função da crise causada pela pandemia de covid-19 atinge quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) doméstico, mas as medidas ajudam a mitigar os reflexos negativos sobre o crescimento da atividade local. Estes foram algumas das observações feitas pelo Brasil durante a reunião financeira do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), que ocorreu hoje de forma virtual sob a presidência da Arábia Saudita. O porcentual é superior à média de 5,8% das economias avançadas e da de 4,1% dos países em desenvolvimento, de acordo com o governo. No encontro, o Brasil disse também que não vai tolerar infrações às leis locais de sustentabilidade, mas que também não cederá a pressões protecionistas.

O representante brasileiro pelo Ministério da Economia foi o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais, Erivaldo Gomes Do Banco Central, participou a diretora da Área internacional da instituição, Fernanda Nechio. Havia a previsão de que o ministro Paulo Guedes participasse do encontro, mas houve uma mudança de planos na última hora por causa da proximidade da entrega da proposta de reforma tributária ao Congresso - o ministro prometeu enviar o projeto na terça-feira. Ele participou da reunião de abril, mas não viajou até Fukuoka em 2019 para o mesmo evento.

Não há dúvidas para o governo de que as respostas do Brasil estão mitigando o impacto econômico da covid-19. "Agora, em vez de uma queda de 9% do PIB, conforme projetado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), esperamos cerca de 5%", comparou o secretário, salientando que a pandemia interrompeu a tendência de recuperação observada no Brasil. A estimativa mais recente da Economia é de queda de 4,7%.

"A perspectiva mundial permanece altamente incerta, pois muitos países estão enfrentando as consequências da covid-19. Embora a atividade econômica e a confiança tenham começado a se recuperar de níveis muito baixos, a produção deve ter um desempenho abaixo do esperado por um período prolongado", disse Gomes. "Agora, a pandemia requer um novo conjunto de ações políticas públicas", continuou sobre ações globais e também no nível doméstico.

Sobre as ações internas, ele disse ao grupo que o Brasil adotou um pacote abrangente de medidas para enfrentar os principais desafios à saúde, emprego e renda. "Nesse esforço, descentralizamos recursos significativos para Estados e municípios para não deixar ninguém para trás", explicou o secretário. Segundo ele, a ajuda de emergência atinge cerca de um terço da população brasileira, ou cerca de 64 milhões de pessoas. "Incluímos mais de 38 milhões de trabalhadores informais e socialmente vulneráveis para serem conectados aos nossos programas sociais a partir de agora."

Outras medidas citadas foram o Programa de Manutenção de Emprego e Renda, que salvou mais de 13 milhões de empregos formais, conforme Gomes, e o fundo governamental para melhorar os canais de crédito e fornecer garantias a empréstimos para Pequenas e Médias Empresas, com o benefício potencial a 3,2 milhões companhias.

Meio ambiente

Para o futuro, Gomes disse que o governo brasileiro se prepara para atuar em quatro pilares para melhorar a resiliência e promover o crescimento: implementação de reformas estruturais e investimentos em infraestrutura, fortalecimento da proteção social e geração de emprego, promoção de uma integração mais profunda do Brasil na economia global e compromisso com a proteção ambiental. Sobre este ponto, o secretário disse que o governo não vai tolerar práticas ilegais, mas também desconsiderará as "falsas narrativas baseadas em interesses protecionistas".

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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