Baixo nível do rio Paraná pode custar US$ 244 mi ao agronegócio argentino, diz bolsa de Rosário

Publicado em 25/04/2020 09:56

(Reuters) - O rio Paraná na Argentina está atualmente no mais baixo nível em quase 50 anos na região do porto de Rosario, provocando dificuldades logísticas para empresas agroexportadoras que podem custar 244 milhões de dólares ao setor entre janeiro e abril, disse nesta sexta-feira a Bolsa de Comércio de Rosario (BCR).

A altura do Paraná na zona de Rosario na quarta-feira estava "em 0,4 metro, o nível mais baixo desde 1971, e sem antecedentes para o mês de abril desde que os registros começaram, em 1884", afirmou a BCR em comunicado.

Segundo a Prefeitura Naval da Argentina, nesta sexta-feira o nível atingia 0,55 metro, ainda extremamente baixo em relação à média para o mês de abril, de 4 metros. Nas medições dos níveis de rios, o zero corresponde a uma marca de referência, e não à profundidade do leito do rio.

"Os problemas logísticos, de transporte e de industrialização implicam uma perda para a economia argentina de 244 milhões de dólares no primeiro quadrimestre de 2020, à medida que são afetadas a navegação e a carga máxima das embarcações nos terminais portuários da Grande Rosario", acrescentou a bolsa.

Segundo a BCR, o nível historicamente baixo do rio tem forçado os navios a atrasar a jornada até Rosario mais do que o habitual, devido a precauções de navegação para evitar encalhes.

Já os navios que partem de Rosário sem carga completa podem preenchê-la nos portos de Necochea e Bahía Blanca. No entanto, esses outros dois terminais estão em áreas onde a produção de milho e soja é significativamente menor que a de Rosário, além de possuírem capacidade logística muito menor.

A queda do nível do rio, por onde saem 80% dos embarques agrícolas argentinos, acontece em momento em que produtores rurais do país intensificam a colheita de soja e milho. A Argentina é o principal exportador global de óleo e farelo de soja e o terceiro maior produtor de soja e milho.

Rio Paraná na altura de Rosario, na Argentina, onde nível das águas atingiu mínima histórica
  • Rio Paraná na altura de Rosario, na Argentina, onde nível das águas atingiu mínima histórica 07/04/2020 REUTERS/Stringer

  • ONS vê queda de 8,3% na carga de energia em maio em meio a impactos do coronavírus

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    • SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deverá recuar 8,3% em maio quando na comparação com mesmo período do ano anterior, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em boletim nesta sexta-feira.

    O forte recuo na demanda, que deve ser puxado por uma retração de 9,3% na região Sudeste, polo econômico do país, vem em meio a impactos de medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação do coronavírus.

    No Nordeste e no Norte a carga de energia deve recuar 7,9% e 8,1%, respectivamente, enquanto o Sul deve ter a menor baixa, de 5,3%, segundo os dados do ONS.

    O órgão do setor elétrico projetou ainda que as chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem atingir 88% da média histórica para o mês de maio na região Sudeste.

    No Nordeste, segunda região em reservatórios, depois do Sudeste, as precipitações devem representar 79% da média histórica, enquanto no Norte estão projetadas em 122%.

    Já a região Sul, que atravessa forte seca desde meados do ano passado, deve seguir com problemas hídricos, com as chuvas estimadas em apenas 19% da média histórica, segundo o ONS.

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Fonte:
Reuters

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