Senado aprova projeto de ampliação de acesso a renda emergencial

Publicado em 22/04/2020 21:12

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou nesta quarta-feira projeto que amplia o acesso à renda emergencial de 600 reais à população vulnerável durante a crise do coronavírus.

A Casa já havia votado a proposta, que, por ter sido alterada pela Câmara dos Deputados, retornou para mais uma votação dos senadores. O projeto amplia o rol de categorias profissionais com direito a receber o auxílio emergencial. Aprovada por unanimidade, a proposta segue à sanção presidencial.

O relator da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC), recomendou, em seu parecer, mudanças em relação ao texto aprovado pelos deputados. Argumentou, por exemplo, não ver motivos para que não seja aprovada a ampliação da faixa de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).

"Apesar de estar judicializada, não se justifica retirar do texto do projeto... a questão da elevação do limite de renda familiar per capita para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada de um quarto do salário mínimo para metade do salário mínimo", defendeu.

A alteração das regras do BPC tem estado no foco das preocupações da equipe econômica.

Amin preferiu também retomar o texto que havia negociado com a Receita Federal sobre a exigência de devolução do auxílio para aqueles que ficarem acima da isenção do Imposto de Renda em 2020 em declaração em 2022. Amin afirmou que iria insistir no teor negociado com a receita.

"Se um beneficiário receber rendimentos tributáveis acima dos valores isentos da primeira faixa da tabela progressiva anual do Imposto de Renda Pessoa Física, este ficaria obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2021 e deveria acrescentar ao imposto devido o valor do referido auxílio recebido por ele. Julgamos esta uma justa determinação e, portanto, deve ser reincluída ao texto", explicou o senador em seu parecer.

Artesãos e cabelereiros estão entre novas classes de beneficiados

O plenário do Senado Federal, em sessão remota, aprovou por unanimidade (81 votos) o texto substitutivo do PL 873/2020, que amplia o auxílio emergencial de R$ 600 previsto na Lei nº 13.982/2020 para categorias de trabalhadores ainda não contempladas e que tenham perdido renda em função da pandemia do novo coronavírus.

Com a decisão, o Congresso Nacional incluiu mais de 20 categorias na lista do benefício, entre eles extrativistas, assentados da reforma agrária, artesãos, profissionais da beleza (como cabeleireiros), ambulantes que comercializem alimentos, diaristas, garçons, motoristas de aplicativos, taxistas e catadores de recicláveis.

O texto aprovado proíbe que instituições financeiras façam descontos ou compensações sobre o valor do auxílio emergencial, mesmo que o beneficiário esteja em débito com a Caixa Econômica Federal ou outra instituição responsável pelo pagamento do auxílio.

O substitutivo proíbe a recusa de concessão do auxílio emergencial a trabalhador civilmente identificado sem CPF ou título de eleitor regularizado e estabelece, também, mecanismos de regularização do CPF.

O projeto original é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e foi aprovado na casa por unanimidade. A proposta foi alterada na Câmara dos Deputados e, por isso, o texto substitutivo teve que voltar à apreciação do Senado. Com a nova votação no Senado, o projeto agora deve ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.

*Com informações da Agência Senado

Câmara aprova texto-base de crédito a pequenas e médias empresas em troca de manutenção de empregos

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  • Plenário da Câmara dos Deputados 07/08/2019 REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o texto principal de projeto que trata de linha de crédito especial a micro, pequenas e médias empresas em troca da manutenção de empregos durante a crise do coronavírus.

Deputados aprovaram o parecer da líder do PSL, Joice Hasselmann (SP), que modifica o texto já aprovado pelo Senado e determina que as instituições financeiras participem da nova linha de crédito com recursos próprios, a serem garantidos pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO-BB) em até 85% do valor.

"Após ouvir setores interessados nesta proposta legislativa e órgãos do Poder Executivo diretamente envolvidos, entendemos que melhor atenderia o escopo do programa alterar o seu modelo financeiro-operacional", diz a deputada, no relatório.

Joice argumentou ter negociado o aumento do montante total de participação da União, de 10,9 bilhões de reais para 15,9 bilhões de reais. Na versão do texto produzido pelos senadores, a União iria transferir diretamente à instituição financeira sua participação em cada operação de crédito --85%. Os bancos entrariam com os demais 15% do empréstimo.

"Nesse novo modelo, o montante total de participação da União, que conseguimos aumentar para 15,9 bilhões de reais (em face dos 10,9 bilhões originariamente previstos), serão utilizados para aumentar a sua participação no Fundo Garantidor de Operações (FGO-BB)."

"Assim, para aderir ao programa, a instituição participante deve, ao realizar a operação de crédito, requerer a cobertura do Fundo, que fica limitada a 85% da operação", explicou.

Como passou por mudanças, o texto deve ser analisado mais uma vez pelo Senado quando tiver sua tramitação concluída na Câmara. Deputados ainda podem aprovar emendas, destacadas para votações separadas.

O texto aprovado nesta quarta prevê linha de crédito de até 30% da receita bruta anual no exercício de 2019. Empresas com menos de um ano de funcionamento poderão contrair empréstimo de até 50% de seu capital social ou até 30% da média de faturamento mensal apurado desde o início de suas atividades, o que for mais vantajoso.

A proposta proíbe a concessão de crédito a empresas que tenham histórico ou condenação relacionados a trabalho em condições análogas ao trabalho escravo ou infantil.

Também exige que seja mantida a mesma quantidade de empregados ou superior à verificada no momento da assinatura do contrato de empréstimo.

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Fonte:
Reuters

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