Trump restringe viagens da Europa para os EUA como medida de combate ao coronavírus
PEQUIM/WASHINTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs restrições abrangentes a viagens da Europa para o país, obrigando passageiros a remarcar voos e levando os mercados globais a recuaram novamente nesta quinta-feira, com impacto sobre companhias aéreas que já enfrentam dificuldades.
Trump determinou que as viagens da Europa para os Estados Unidos sejam restringidas por 30 dias, respondendo à crescente pressão para tomar medidas contra um surto de coronavírus que se espalha rapidamente, afetando a vida cotidiana em praticamente todo país.
"Estamos reunindo todo o poder do governo federal e do setor privado para proteger o povo americano", disse Trump em um discurso televisionado no horário nobre feito no Salão Oval da Casa Branca, na quarta-feira.
"Este é o esforço mais agressivo e abrangente para enfrentar um vírus estrangeiro na história moderna".
A restrição de viagens, que entra em vigor à meia-noite da sexta-feira, não se aplica à Grã-Bretanha e a norte-americanos que passarem por "exames apropriados", disse Trump.
Depois de provocar confusão ao sugerir que o comércio com a Europa também seria suspenso, Trump esclareceu que "o comércio não será afetado de forma alguma".
"A restrição impede pessoas, não produtos", disse ele no Twitter logo após seu discurso.
As restrições derrubaram mercados financeiros, com os futuros do índice Euro Stoxx 50 afundando 8,3% para os níveis mais baixos desde meados de 2016. O mercado futuro de ações dos EUA caiu mais de 4%.
Trump disse que seu governo está em contato frequente com aliados dos EUA sobre a restrição, mas autoridades da União Europeia não foram notificadas sobre a medida com antecedência, disse um diplomata.
"Não houve alerta, nem coordenação, como afirmou o presidente", disse o diplomata, que não estava autorizado a falar publicamente.
As restrições aumentarão a pressão sobre companhias aéreas que já estão sofrendo com a pandemia de coronavírus, atingindo empresas europeias com mais força, disseram analistas.
Índices despencam de novo após Trump adotar restrições a viagens
(Reuters) - O mercado acionário europeu despencava para o menor nível em quase quatro anos nesta quinta-feira, com os investidores nervosos após dramáticas restrições de viagens impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma tentativa de conter o coronavírus.
Às 7:38 (horário de Brasília), o índice FTSEEurofirst 300 caía 5,85%, a 1.225 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 6%, a 313 pontos.
Na quarta-feira Trump suspendeu as viagens da Europa para os Estados Unidos por 30 dias, provocando alarme nos mercados financeiros depois de as bolsas dos EUA terem entrado em território baixista.
O STOXX 600 ampliava as perdas para o sexto dia seguido, depois que a Organização Mundial de Saúde se referiu pela primeira vez ao surto de coronavírus como pandemia.
As ações de viagem e lazer despencavam 9,9%, no menor nível desde 2013, com Air France KLM, Lufthansa e IAG perdendo entre 11,4% e 13,5%.]
O setor agora já perdeu mais de um quarto de seu valor este mês.
. Em LONDRES, o índice Financial Times recuava 5,69%, a 5.542 pontos.
. Em FRANKFURT, o índice DAX caía 5,76%, a 98.837 pontos.
. Em PARIS, o índice CAC-40 perdia 5,88%, a 4.339 pontos.
. Em MILÃO, o índice Ftse/Mib tinha desvalorização de 5,52%, a 16.938 pontos.
. Em MADRI, o índice Ibex-35 registrava baixa de 6,15%, a 6.978 pontos.
. Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizava-se 4,99%, a 4.007 pontos.
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