Governo ainda avalia efeitos do coronavírus para PIB do Brasil em 2020, diz Mansueto
BRASÍLIA (Reuters) - A equipe econômica ainda avalia os efeitos do coronavírus para eventual revisão nas projeções de crescimento da economia neste ano, afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.
"SPE (Secretaria de Política Econômica) ainda vai rodar seu novo modelo", disse ele, pontuando que esses números são necessários para que, daqui 15 dias, sirvam de base à produção do relatório bimestral de receitas e despesas, que deve ser publicado até o fim de março.
"Se tivermos queda muito forte no crescimento mundial, afeta todo mundo e, claro, o Brasil também", afirmou Mansueto.
Por ora, a estimativa oficial é de avanço de 2,4% do PIB brasileiro neste ano.
Mansueto avaliou que o risco de coronavírus é tanto no preço de commodities quanto no crescimento menor do mundo, sendo que a extensão do impacto econômico ainda é "muito incerta".
Tesouro calcula dívida bruta em 77,9% do PIB em 2020, com pico de 79,4% em 2023
BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional projetou que a dívida bruta subirá a 77,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra 75,8% em 2019, conforme apresentação divulgada nesta quinta-feira.
A trajetória seguirá ascendente em 2021 (78,2% do PIB), 2022 (78,8%) e 2023 (79,4%), passando a cair a partir daí. Os cálculos, segundo o Tesouro, levam em conta a Selic em 4,25% ao longo de 2020, convergindo para 6,5% durante 2022, crescimento de médio prazo de 2,5% e inflação de 3,5%.
Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, esses números são conservadores e não consideram, por exemplo, qualquer devolução antecipada de recursos do BNDES à União, algo que o time econômico irá perseguir neste ano.
Em coletiva de imprensa, Mansueto afirmou ainda que, apenas considerando o que o banco de fomento ainda deve ao Tesouro, haveria uma redução de 2 pontos na dívida bruta sobre o PIB em caso de pagamento integral antecipado.
O secretário também ponderou que os cálculos do Tesouro não abarcam eventual venda de reservas internacionais pelo Banco Central, já que um movimento nesse sentido é de competência da autoridade monetária.
Em 2019, a dívida bruta recuou 0,7 ponto em relação ao PIB, primeira queda desde 2013, fundamentalmente ajudada pela venda de reservas internacionais (-2 pontos do PIB) e antecipação de pagamentos pelo BNDES (-1,4 ponto).
"Vamos conseguir estabilizar a dívida bruta e colocar numa trajetória de queda antes da dívida líquida, desafio é colocar as duas numa trajetória de queda", disse Mansueto.
Ele apostou ainda que "não será impossível estabilizar e diminuir a dívida bruta neste governo", em linha com declarações recentes em entrevista à Reuters.
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