Mercados abrem a 2a.-feira em queda forte com temor de disseminação do coronavirus

Publicado em 24/02/2020 07:37

As notícias preocupantes de aumento da propagação do coronavirus derrubaram o mercado nesta segunda-feira. Por volta das 7 hs da manhã (horário Br), as cotações não resistiam às notícias, principalmente vindas da Itália e Coreia do Sul.

O petroleo perdia 3,5% de valor (marcando 51,50 US$/barril), puxando as demais commodities para queda forte. O café era a mercadoria que mais perdia valor, cerca de 4% (devolvendo os ganhos da sexta-feira). Algodão seguia a trajetória, enquanto as ações europeias abriam com o mesmo nivel de perdas (3,5%).

A soja, milho e trigo em Chicago não resistiam, e a oleaginosa registrava cotações abaixo de 9 US$/buschel nos principais vencimentos (março, maio, julho). Nem mesmo as notícias de dificuldades na colheita do Brasil (muita chuva no centro-oeste e matopiba) e seca no Rio Grande do Sul serviram para segurar a rapidez das quedas.

De outro lado seguem as notícias preocupantes com a disseminação do coronavirus pelo mundo. 

Reuters:

Preocupação global com o coronavírus cresce após novos casos na Coréia do Sul, Itália e Irã

SEUL/SHANGAI (Reuters) - A apreensão internacional com a disseminação do coronavírus fora da China aumentou ainda mais neste domingo, com crescimento acentuado no número de infecções em três países: Coréia do Sul, Itália e Irã.

A Coréia do Sul ficou em alerta máximo depois que o número de infecções passou de 600, com seis mortes. A Itália testemunhou aumento para 132 casos e impôs restrições rigorosas em partes do país para tentar parar o contágio. Já o Irã registrou 43 casos, com oito mortes.

Na China, onde a grande maioria dos casos foram registrados, as autoridades contabilizaram 648 novas infecções - com aumento em relação ao dia anterior - mas apenas 18 delas fora província de Hubei, o número mais baixo fora do epicentro do vírus desde que as autoridades começaram a divulgar os dados há um mês e impuseram bloqueios na maior parte do país.

O vírus matou 2.442 pessoas na China, com 76.936 casos contabilizados no geral, freando a segunda maior economia do mundo. A doença se espalhou para outros 26 países e territórios, com o número de mortos ficando em cerca de duas dúzias, de acordo com uma contagem da Reuters.

O presidente da Coréia do Sul disse que o governo elevou o alerta da doença ao nível mais alto, permitindo que as autoridades enviem recursos extras para a cidade de Daegu e o condado de Cheongdo, que foram designados como "zonas de atendimento especial" na sexta-feira.

As autoridades da área da saúde relataram 169 novas infecções, elevando o total para 602, número que dobrou da sexta para o sábado.

A preocupação com o alcance e a rápida disseminação do coronavírus também cresceu na Europa e no Oriente Médio.

Na Itália, escolas e universidades foram fechadas e alguns jogos de futebol foram adiados nas regiões afetadas da Lombardia e do Vêneto, no coração industrial do país, ao norte.

Quase uma dúzia de cidades na Lombardia e no Veneto, com uma população combinada de cerca de 50.000 pessoas, foram efetivamente colocadas em quarentena, com os moradores locais instados a ficar em casa e com permissão especial necessária para entrar ou sair das áreas designadas.

O Irã relatou um total de 43 infecções, com oito mortes - tudo isso desde a última terça-feira.

Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Turquia impuseram restrições de viagem e imigração ao Irã, enquanto Omã neste domingo instou seus cidadãos a evitarem países com altas taxas de infecção, afirmando que os turistas originários desses países serão colocados em quarentena.

A OMS diz que o vírus é grave ou crítico em apenas um quinto dos pacientes infectados, sendo leve nos demais, mas o potencial impacto econômico da doença foi assunto premente em uma reunião dos ministros das finanças do G20 em Riad.

O chefe do Fundo Monetário Internacional disse que o crescimento da China em 2020 provavelmente não deve passar de 5,6%, uma queda de 0,4 ponto percentual em relação às perspectivas de janeiro, com 0,1 ponto percentual a menos no crescimento global.

China relata 409 novos casos de coronavírus e mais 150 mortes

O governo da China relatou nesta segunda-feira a ocorrência de 409 novos casos de infecção por coronavírus e mais 150 mortes no país ontem.

Com a última atualização, o total de casos confirmados na China continental desde o início do surto atingiu 77.150, com 2.592 mortes. (Fonte: Associated Press).

China retalia e emite alerta sobre viagens para EUA

Beijing, 24 fev (Xinhua) -- O Ministério da Cultura e Turismo da China emitiu nesta segunda-feira um alerta de segurança de viagem, aconselhando os turistas chineses a aumentarem a conscientização de segurança e evitarem viagens para os Estados Unidos.

O ministério disse que os turistas chineses foram tratados injustamente nos EUA devido às medidas excessivas de prevenção epidêmica adotadas recentemente e sua situação de segurança interna.

Bolsa de Hong Kong fecha em queda nesta 2a.-feira

Hong Kong, 24 fev (Xinhua) -- O mercado acionário de Hong Kong fechou nesta segunda-feira com uma queda de 487,93 pontos, ou 1,79%, em 26.820,88 pontos.

O Índice de Hang Seng variou entre 26.813,22 e 27.105,35. O valor das transações somou 124,13 bilhões de dólares de Hong Kong (US$ 15,93 bilhões).

Preços de porcos vivos na China sobem 2,6% em fevereiro

Beijing, 24 fev (Xinhua) -- O preço do porco vivo na China subiu 2,6% em meados de fevereiro, em comparação com os 10 dias anteriores, segundo os dados oficiais divulgados na segunda-feira.

De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas, dos 50 principais bens monitorados pelo governo, incluindo tubos de aço sem costura, gasolina, carvão, fertilizantes e alguns produtos químicos, 21 tiveram aumento em seus preços durante o período, 21 registraram preços mais baixos e oito viram seus preços inalterados.

O preço do gás de petróleo liquefeito caiu 1,8%, enquanto os preços da maioria dos produtos químicos e de carvão caíram no período, mostraram os dados.

As leituras, divulgadas a cada 10 dias, têm como base uma pesquisa com quase 1.700 atacadistas e distribuidores em 24 regiões de nível provincial.

FMI prevê que economia chinesa volte ao normal no segundo trimestre

Riad, 23 fev (Xinhua) -- A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou no sábado que está confiante de que a economia chinesa "voltará ao normal no segundo trimestre" de 2020.

"As autoridades chinesas estão trabalhando para mitigar o impacto negativo (da COVID-19) na economia", disse Georgieva, acrescentando que "teve uma excelente conversa" com os altos funcionários chineses.

"Segundo o nosso atual cenário de base, as políticas anunciadas estão sendo implementadas e a economia da China retornará ao normal no segundo trimestre", destacou Georgieva.

"Como resultado, o impacto sobre a economia mundial seria relativamente menor e de curta duração", observou a diretora na Reunião dos Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20.

Georgieva também expressou sua "mais profunda simpatia" pelas pessoas na China e em outras áreas afetadas, dizendo que "o FMI está pronto para ajudar".

Para evitar cenários piores, "a cooperação global é essencial para a contenção da COVID-19 e seu impacto econômico, particularmente se o surto se tornar mais persistente e disseminado", apontou Georgieva.

Ela também alertou sobre "o risco potencial para Estados e países frágeis com fracos sistemas de saúde".

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Uma trabalhadora está produzindo máscaras faciais na oficina da GAC Component Co., Ltd. em Guangzhou, Província de Guangdong, no sul da China, em 20 de fevereiro de 2020.(Xinhua/Deng Hua).

Editorial da Xinhua: Retomada gradual da produção na China é um grande impulso para a economia mundial

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Trabalhadores em uma fábrica de sapatos na vila de Xiangtang, no distrito de Nanchang, Província de Jiangxi, leste da China, em 22 de fevereiro de 2020. Muitas empresas na região voltadas à exportação retomaram a produção, diz a Xinhua.

Beijing, 24 fev (Xinhua) -- Enquanto a China está lutando arduamente contra a doença do novo coronavírus (COVID-19), todos os setores do país estão se esforçando para retomar gradualmente o trabalho e a produção para minimizar as consequências socioeconômicas do surto.

A reunião realizada domingo em Beijing para avançar no trabalho de coordenação de prevenção e controle da COVID-19 e do desenvolvimento socioeconômico enviou um sinal claro: a China deve vencer as duas batalhas.

A situação epidêmica permanece sombria e complexa e agora é o momento mais crucial para conter a propagação. Por outro lado, a China deve liberar o enorme potencial e a poderosa força motriz de desenvolvimento e se esforçar para alcançar os objetivos e tarefas do desenvolvimento socioeconômico este ano.

É fato que a epidemia da COVID-19 está exercendo um impacto adverso no desenvolvimento socioeconômico da China. Algumas empresas no país estão no momento enfrentando dificuldades como escassez de mão-de-obra, logística lenta e falta de fundos na retomada da produção.

Os desafios da China também são do mundo. Os atrasos na produção da China podem desencorajar os fabricantes do exterior, pois eles sofrem com as interrupções temporárias na cadeia de suprimentos.

Mas é importante ver que o impacto do surto tem curta duração e no geral é gerenciável. Os fundamentos do sólido crescimento econômico da China a longo prazo permanecem inalterados.

A liderança chinesa está coordenando os esforços de toda a nação, incluindo o fortalecimento do papel regulatório das políticas macroeconômicas, a garantia do emprego, a continuação da tarefa de aliviar a pobreza, bem como a manutenção da estabilidade no comércio exterior e investimento.

Todas essas são áreas-chave em que a China deve se concentrar para colocar seu desenvolvimento socioeconômico de volta aos trilhos. E o kit de ferramentas políticas do governo vai dar conta do recado.

Adotando estratégias precisas e eficazes sob a liderança do Partido Comunista da China, o país está marchando rumo ao grande teste para seu sistema e capacidades de governança.

Progressos positivos estão sendo conquistados. As regiões com riscos relativamente baixos restaurarão de forma abrangente a ordem de produção e da vida da população. As com médio risco estão promovendo a retomada dos negócios de forma ordenada, enquanto as de alto risco continuam totalmente comprometidas a fazer um bom trabalho na prevenção e controle da epidemia.

Muitos fabricantes com financiamento estrangeiro, como a Airbus e a Honeywell, começaram a retomar o trabalho com base em suas condições. A epidemia não afetou sua confiança em investir e operar na China. É sábio e perspicaz manter a confiança e determinação em desenvolver-se na China e junto com a China.

O reinício da "Fábrica Mundial" e do "Mercado Mundial" reativará a cadeia industrial global, aliviará a pressão sobre a economia mundial e protegerá os interesses comuns da comunidade global.

É uma tarefa urgente que a comunidade internacional faça esforços conjuntos no combate à epidemia e forneça apoio ao crescimento constante do comércio internacional e do crescimento econômico.

Passo a passo, a resiliência da economia chinesa será demonstrada, um bom presságio para o crescimento global. O sucesso da China também é o sucesso do mundo.

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Um trabalhador examina uma linha de produção de eletrólitos numa empresa de materiais de nova energia, no distrito de Huazhou, na cidade de Weinan, Província de Shaanxi, noroeste da China, em 22 de fevereiro de 2020. 

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Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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