Melhoramento genético traz tecnologia para a cadeia produtiva da horticultura
O cruzamento de duas espécies de plantas pode dar origem a uma nova variedade, às vezes mais resistente, mais precoce ou mais adaptada a um determinado clima. Isso pode ocorrer com o uso de insetos polinizadores ou por meio da polinização manual, como a técnica de hibridação, tendo como resultados os produtos híbridos.
O departamento de pesquisa da Agristar do Brasil, empresa líder nacional na comercialização e produção de sementes para hortaliças e frutas, vem trabalhando para a tropicalização dos materiais, buscando cada vez mais incorporar genes que permitirão ao produtor cultivar e desenvolver variedades que possuam qualidade e produtividade em qualquer época do ano, o que é um grande desafio. Para isso a Agristar conta com quatro estações experimentais, localizadas estrategicamente em Ituporanga (SC), Mossoró (RN), Santo Antônio de Posse (SP) e Guimarânia (MG), que também é a unidade de pesquisa.
Para o doutor em Genética e Melhoramento e gerente do setor na Agristar, André Mattedi, a unidade mineira representa perfeitamente as condições tropicais que se buscam nas pesquisas: elevada luminosidade, altas temperaturas, alta pluviosidade (chuva) e alta umidade relativa do ar durante o período de verão. “Na unidade além das triagens para culturas com adaptação à região, é realizado o trabalho de melhoramento genético de plantas, desde a formação de novas linhagens, avanço de gerações com seleções para estabilidade das linhagens, manutenção das linhagens estáveis e cruzamentos de plantas com objetivo de formar novos híbridos para serem testados”, ressalta.
A unidade direciona as pesquisas principalmente para novos cultivares híbridos de cenoura, quiabo e tomate do grupo Santa Cruz. “A Unidade nos permite desenvolver variedades de alta tecnologia, exclusivas e direcionadas para o mercado brasileiro, atendendo assim às necessidades especificas do produtor. Os cruzamentos são realizados entre as diferentes linhagens existentes nos programas de melhoramento, a fim de se desenvolver híbridos que comportem todas as qualidades que o mercado exige, como produtividade, resistências, entre outras características. Este é um trabalho complexo que leva anos até chegarmos a um produto com as especificações desejadas”, detalha Mattedi.
“São anos de pesquisas, seleções e testes em campo até chegar a um novo material, geralmente uma cultura como a do tomate leva de 8 a 12 anos no processo de melhoramento, e mais 3 a 5 anos no processo de validação em campos experimentais, para posteriormente ser comercializada. Portanto são cerca de 15 anos para se desenvolver uma nova cultivar. Se falarmos de uma cultura com ciclos de seleções maiores, como a cebola por exemplo, algumas vezes são mais de 20 anos até o material chegar ao produtor”, finaliza Mattedi.
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