Ruas de Hong Kong ficam em chamas por confrontos entre manifestantes e polícia

Publicado em 29/09/2019 15:12

HONG KONG (Reuters) - A polícia de Hong Kong disparou canhões de água, balas de borracha e gás lacrimogêneo contra manifestantes que jogavam bombas de gasolina neste domingo, em alguns dos confrontos mais violentos e amplos em mais de três meses de manifestações antigoverno.

Os confrontos no distrito comercial de Causeway Bay, na área de Wan Chai e no distrito do Almirantado dos gabinetes do governo central seguiram uma noite de confrontos com a polícia na cidade governada pela China, onde os incêndios nas ruas queimavam ao anoitecer.

Mais protestos estão planejados para o dia nacional da China, em 1º de outubro, marcando o 70º aniversário da fundação da República Popular da China.

A polícia disparou gás lacrimogêneo do topo do prédio do Conselho Legislativo, local onde ativistas atacaram e picharam com grafite semanas atrás.

Manifestantes, muitos deles vestindo sua marca registrada de preto com máscaras, se esconderam do gás lacrimogêneo atrás de guarda-chuvas, alguns jogando bombas de gás lacrimogêneo na polícia.

Não houve relatos imediatos de ferimentos graves.

Manifestantes anti governo queimam uma bandeira chinesa em Hong Kong, China no dia 28 de setembro de 2019.Tyrone Siu/ Reuters/
    

Milhares de pessoas voltam a protestar no centro de Hong Kong

Milhares foram às ruas hoje (28) no centro de Hong Kong para, com cânticos e discursos, marcar o quinto aniversário dos protestos pró-democracia da chamada Revolução dos Guarda-Chuvas, que exigia eleições livres no território.

A manifestação convocada pela Frente Civil dos Direitos Humanos em defesa dos direitos humanos, no parque Tamar, foi aprovada pela polícia, mas, segundo a Associated Press (AP), rodeada de segurança rigorosa, com barreiras impedindo o acesso aos edifícios do governo e ao prédio do Conselho Legislativo, que havia sido invadido por manifestantes em julho, durante um protesto.

Os manifestantes colocaram uma grande faixa com a inscrição "Estamos de volta", próximo de uma passagem para as instalações do governo. Em 2014, os manifestantes ocuparam várias ruas da cidade durante 79 dias, mas não conseguiram qualquer concessão do governo por eleições democráticas.

Hoje, pouco antes do início do protesto, um pequeno grupo de manifestantes vestido de preto, usando óculos e máscaras, tentou escalar as barricadas no exterior dos escritórios governamentais, o que levou a polícia a disparar gás pimenta.

Os manifestantes recuaram, mas voltaram a confrontar a polícia e a bater nas baias de metal, num confronto que se repetiu por várias vezes, com mais disparos de gás por parte dos agentes de seguranças, atingindo jornalistas no local.

Os manifestantes marcaram para domingo (29) comícios globais "anti-totalitarismo" em Hong Kong e mais de 60 cidades do mundo para denunciar o que chamam de "tirania chinesa".

Na terça-feira (1º), data em que o Partido Comunista comemora o 70º ano no poder em Pequim, os manifestantes planejam uma grande marcha no centro da cidade, que se teme que possa resultar em duros confrontos.

Hong Kong tem sido abalada por grandes protestos desde junho devido a uma legislação que permitiria que suspeitos fossem enviados à China continental para serem julgados.

O governo de Hong Kong anunciou o arquivamento formal do projeto de lei de extradição no início de setembro, mas os protestos continuam.

A transferência de Hong Kong para a China, em 1997, decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas". Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial da China foi estabelecido um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, em nível executivo, legislativo e judiciário, com o governo central chinês sendo responsável pelas relações externas e defesa.

*Com informações da RTP (emissora pública de televisão de Portugal).

Milhares vão às ruas em Moscou para exigir libertação de manifestantes presos

MOSCOU (Reuters) - Mais de 20 mil russos foram às ruas de Moscou neste domingo para exigir a libertação de manifestantes presos durante o verão (no Hemisfério Norte), no que os oponentes do Kremlin dizem ser uma campanha para reprimir a dissidência.

Os manifestantes foram presos em comícios que ocorreram em julho, quando políticos da oposição foram barrados nas eleições locais. Alegações de brutalidade policial e o que muitos moscovitas consideraram como duras sentenças de prisão provocaram protestos públicos incomuns no país.

Várias pessoas foram condenadas a até quatro anos de prisão e outras estão sendo processadas por crimes como violência contra policiais.

Em um domingo chuvoso, uma multidão de pessoas agitou bandeiras de vários grupos políticos, gritando "Deixe-os ir!" e "Liberdade para presos políticos".

"Ninguém consegue obter uma audiência justa nos tribunais russos --injustiça e ilegalidade podem acontecer a qualquer pessoa agora", disse o político da oposição Lyubov Sobol aos manifestantes por um sistema de som de um palco elevado.

Os protestos não representam uma ameaça ao presidente Vladimir Putin, que venceu a reeleição por ampla margem no ano passado. Mas eles surgem num momento em que suas taxas de aprovação têm caído após anos de queda da renda real e uma medida impopular para aumentar a idade da aposentadoria.

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Fonte:
Reuters/Agência Brasil/RTP

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