Ibovespa tem 5ª queda seguida pressionado por bancos e renova mínima em 2018
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa, principal índice de ações da B3, teve a quinta queda consecutiva nesta segunda-feira, afetado particularmente pelo declínio das ações de bancos, enquanto seguem os receios sobre o cenário político e o crescimento da economia no Brasil.
O Ibovespa caiu 0,87 por cento, a 72.307 pontos, menor patamar desde 1º de dezembro de 2017. O volume financeiro do pregão somou 9,73 bilhões de reais.
Após recuar 8 por cento nos últimos cinco pregões, o Ibovespa agora acumula perda de mais de 5 por cento em 2018.
De acordo com profissionais de renda variável, não houve mudança no cenário dos últimos dias, com o quadro político-eleitoral ainda incerto e a economia crescendo a um ritmo mais fraco do que o estimado inicialmente.
Pesquisa Datafolha de intenção de voto para a eleição presidencial, divulgada no fim de semana pelo jornal Folha de S.Paulo, "não trouxe novidades, mostrando que a disputa segue indefinida", disse a consultoria Lopes Filho.
Em outro front, pesquisa Focus do Banco Central mostrou que o mercado passou a estimar crescimento inferior a 2 por cento da economia brasileira neste ano e, pela primeira vez em quase cinco meses, reduziu as estimativas para 2019.
Na visão do chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, o mercado segue na mesma toada dos últimos pregões, com os resgates afetando principalmente ações com maior alocação de investidores, como é o caso dos bancos.
"Há resgate tanto de estrangeiro como de fundos multimercados, que migraram da renda fixa para ações no começo do ano e agora estão fazendo o movimento contrário", disse.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,89 por cento e teve o maior peso negativo no Ibovespa, seguido por BRADESCO PN, em queda de 1,89 por cento. Banco do Brasil e Santander Brasil unit fecharam com quedas mais fortes, de 3,3 e 3,13 por cento, respectivamente.
- CVC BRASIL cedeu 6,12 por cento, maior queda do Ibovespa, após relatório do JPMorgan cortando a recomendação das ações operadora de turismo para 'underweight' ante 'neutra', com novo preço-alvo de 47 reais para dezembro de 2019, ante 36 reais, para dezembro de 2018.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON fecharam com altas de 1,05 e 2,17 por cento, respectivamente, após recuos fortes nas últimas semanas, mas longe das máximas da sessão.
- CCR avançou 4,84 por cento, tendo no radar notícia de os sócios da concessionária de infraestrutura deram início a conversas para rever o acordo de acionistas. O jornal O Estado de S.Paulo publicou nesta segunda-feira que Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido querem rever o contrato para poder vender participações no negócio. Outra opção é a entrada de um quarto investidor na companhia.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON fecham com ganhos de 2,12 e 4,5 por cento, respectivamente, após notícia de que o governo e a estatal conseguirem derrubar uma liminar que suspendia processos em andamento para a venda de seis distribuidoras de energia da companhia, considerada essencial para a privatização da empresa.
- VIA VAREJO subiu 4,35 por cento, com o setor de varejo com forte presença no comércio eletrônico na ponta positiva do índice. Em nota a clientes, a Brasil Plural disse que conversas recentes com a Via Varejo sugerem que os impactos da greve dos caminhoneiros não devem ofuscar o crescimento das vendas mesmas lojas dos últimos trimestres e que a empresa deve se beneficiar da Copa do Mundo. O Casino, dono da Via Varejo, também anunciou plano de venda de 1,5 bilhão de euros em ativos a ser concluído no começo de 2019, incluindo a varejista brasileira.
- VALE cedeu 0,08 por cento, revertendo ganhos registrados mais cedo, em meio ao recuo do preço do minério de ferro à vista na China.
- BRMALLS perdeu 1,8 por cento, em sessão negativa do setor de shopping centers na bolsa. Estrategistas do Itaú BBA excluíram as ações da companhia de sua carteira TOP 5.
(Por Paula Arend Laier)
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