Temer chama acusações de Joesley de "mentiras" e diz que irá à Justiça contra empresário

Publicado em 19/06/2017 07:05

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SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou neste sábado em comunicado que o empresário Joesley Batista "desfia mentiras" em entrevista à revista Época, que há razões para o empresário ter ódio de seu governo e anunciou ações civil e penal contra ele.

Joesley, um dos donos da JBS, disse na entrevista que Temer é chefe da “maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil” e que ele usa a máquina do governo para retaliá-lo.

Em comunicado, a Presidência da República classificou as alegações de "mentiras em série".

"A maior prova das inverdades desse é a própria gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e do Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000 anos de detenção", diz a nota divulgada pelo Palácio do Planalto, sobre o acordo de delação de Joesley, que gravou uma conversa com o presidente.

"Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário."

Temer anunciou que na segunda-feira serão protocoladas ações civil e penal contra Joesley.

"Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil", segundo a nota da Presidência.

MOTIVOS

De acordo com a nota, Joesley tem motivos para ter ódio de Temer e de seu governo e citou episódio de outubro de 2016, quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) impediu a transferência de domicílio fiscal do grupo do empresário para a Irlanda, "um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte brasileiro".

O comunicado informa ainda que o próprio Joesley disse na gravação que tinha as portas fechadas no governo, que não se encontrava havia mais de 10 meses com o presidente e que reclamou do Ministério da Fazenda, do Cade, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do Banco Central e do BNDES.

Temer afirma que o faturamento da família Batista cresceu com relação construída com governos do passado, mas que "toda essa história de ´sucesso´ é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista".

No comunicado o presidente reclama ainda que ao fazer a delação "alcançou o perdão por todos seus crimes".

No final de maio, representantes da J&F e procuradores do Ministério Público Federal fecharam as bases de um acordo de leniência que prevê o pagamento de multa recorde no valor de 10,3 bilhões de reais por atos praticados por empresas controladas pela holding, uma delas a JBS. O acordo da J&F prevê 25 anos para o pagamento de todo o passivo.

"Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça", diz o comunicado.

(Por Tatiana Ramil)

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Fonte:
Reuters

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