Incerteza política e espera por Fed deixam Ibovespa sem tendência definida
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista operava sem viés único nesta terça-feira, buscando uma recuperação após cair nos três pregões anteriores, mas com investidores ainda cautelosos diante do cenário político e um dia antes da decisão do Federal Reserve sobre os juros nos Estados Unidos.
Às 11:48, o Ibovespa caía 0,18 por cento, a 61.590 pontos. O giro financeiro era de 1,5 bilhão de reais.
No quadro político, o PSDB decidiu na véspera que seguirá no governo do presidente Michel Temer, mas que pode rever a posição diante do surgimento de fatos novos.
Embora a decisão do PSDB seja favorável a Temer, a crise que atinge o Planalto está longe de terminar. Na véspera, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu prorrogar por mais cinco dias o prazo concedido anteriormente para que a Polícia Federal conclua o inquérito contra Temer, investigado pelos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa e corrupção passiva
A espera pelo banco central norte-americano também ajudava o tom de cautela no mercado local. A expectativa é que o Fed suba os juros na decisão de quarta-feira, e os investidores aguardam o comunicado do banco central, em busca de sinalizações sobre o ritmo de novos aumentos.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN tinha baixa de 0,7 por cento e PETROBRAS ON perdia 0,6 por cento, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, que cediam após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informar aumento na sua produção em maio, apesar de um acordo para corte na oferta, e dizer que o reequilíbrio do mercado estava mais lento que o esperado.
- VALE PNA caía 1,4 por cento e VALE ON recuava 1,6 por cento, engatando o segundo pregão negativo seguido.
- SANTANDER UNIT caía 1,18 por cento, no pior desempenho do setor bancário do Ibovespa, tendo como pano de fundo a notícia do jornal Valor Econômico de que a empresa avalia a compra do Banco Original, controlado pela J&F.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,7 por cento, mas afastava-se das máximas da sessão, quando subiu 1,35 por cento, enquanto BRADESCO PN tinha variação negativa de 0,3 por cento, após ter subido 1,18 por cento no melhor momento. Segundo operadores, a perda de força dos papéis das duas empresas, que têm grande peso no Ibovespa, veio na esteira de reportagem do Valor PRO, informando que a Lava Jato foi procurada por bancos interessados sobre o funcionamento de acordos de leniência.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA avançava 1,2 por cento, enquanto KLABIN UNIT tinha alta de quase 2 por cento e FIBRIA ON ganhava 0,3 por cento, em sessão de alta do dólar frente ao real. Também no radar estava a notícia do jornal Valor Econômico de que Suzano e Fibria avaliam fazer ofertas pela Eldorado, controlada pelo grupo J&F.
- RUMO ON subia 1,3 por cento, entre os destaques positivos do Ibovespa, após cair nos três pregões anteriores, período em que acumulou perdas de 3,61 por cento.
0 comentário
Wall Street fecha em alta, enquanto Dow Jones e S&P 500 atingem picos em uma semana
Ibovespa fecha em queda com ceticismo do mercado sobre pacote fiscal
Putin diz que a guerra na Ucrânia está se tornando global
Dólar fecha em alta de 0,76% em meio à escalada do conflito Rússia-Ucrânia
Taxas futuras de juros caem em dia de movimentos técnicos no Brasil e alta de yields no exterior
Bolsonaro diz que "começa a luta" na PGR após ser indiciado por golpe de Estado