Brasil tem melhor superávit primário para abril desde 2015, a R$12,9 bi, com corte de despesas
BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou superávit primário de 12,908 bilhões de reais em abril, melhor resultado para o mês desde 2015, diante do forte corte promovido nas despesas pelo governo federal. Segundo pesquisa Reuters, analistas estimavam saldo positivo bem menor, de 5 bilhões de reais para o mês, que é tradicionalmente positivo por pagamento de alguns impostos.
Segundo o BC, o governo central (governo federal, BC e INSS) conseguiu registrar saldo positivo de 11,451 bilhões de reais em abril na economia feita para pagamento de juros da dívida pública. Ao mesmo tempo, os governos regionais (Estados e municípios) ficaram no azul em 867 milhões de reais e as empresas estatais em 590 milhões de reais.
Nos quatro primeiros meses do ano, o setor público acumula superávit primário de 15,106 bilhões de reais, acima dos 4,411 bilhões de reais de igual período de 2016.
Em 12 meses, contudo, o déficit primário é de 2,29 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a 145,096 bilhões de reais.
O Tesouro Nacional já havia divulgado na véspera forte superávit para o governo central, alcançado por conta da intensa tesourada nas despesas totais, com destaque para o corte nos gastos discricionários.
Para este ano, a meta para o setor público é de déficit primário de 143,1 bilhões de reais. A cifra inclui rombo de 139 bilhões de reais do governo central, de 3 bilhões de estatais federais e de 1,1 bilhão de reais de Estados e municípios.
Este será o quarto resultado negativo consecutivo do país, num reflexo da deterioração das contas públicas e da dificuldade para recolocá-las em ordem diante da recessão econômica e do forte engessamento do Orçamento.
O BC informou ainda que o país registrou em abril déficit nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros da dívida-- de 15,423 bilhões de reais, em decorrência dos juros nominais de 28,331 bilhões de reais.
Ainda no mês passado, a dívida líquida do país ficou estável em 47,7 por cento do PIB, ao passo que a dívida bruta avançou a 71,7 por cento do PIB, ante 71,5 por cento em março.
(Por Marcela Ayres)
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