Ações da JBS desabam mais de 20% com preocupações por delações

Publicado em 22/05/2017 12:19

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SÃO PAULO (Reuters) - As ações da JBS desabavam mais de 20 nesta segunda-feira a Bovespa, tocando mínimas em mais de três anos, com forte giro financeiro, em meio a temores envolvendo potenciais desdobramentos para a companhia de alimentos após acordo de delação premiada de seus executivos anunciado na última quinta-feira.

Por volta das 16:00, as ações da empresa perdiam 21,13 por cento, a 6,87 reais, perto da mínima da sessão até o momento, de 6,85 reais, menor patamar intradia desde março de 2014. Os papéis lideravam as perdas do Ibovespa, que operava em baixa de 1,6 por cento. Os papéis entraram em leilão algumas vezes desde a abertura.

O giro financeiro das ações totalizava 410 milhões de reais. Na Bovespa, o volume financeiro do pregão também estava mais forte, alcançando 9,8 bilhões de reais, em linha com o giro mais elevado dos últimos pregões.

Um dos focos de preocupação dos agentes financeiros está voltado para as negociações entre o Ministério Público Federal e a J&F, controladora da empresa, sobre o pagamento de multa de 11,2 bilhões de reais.

As conversas foram interrompidas na sexta-feira, após um impasse em relação ao valor da multa a ser paga pela empresa, mas nesta segunda-feira o MPF disse que as negociações foram retomadas.

Também preocupa o potencial impacto nos planos da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da subsidiária JBS Foods International nos Estados Unidos, que analistas vinham destacando que ajudaria a destravar valor na companhia.

"Tudo que está acontecendo é motivo suficiente para justificar a queda das ações e um IPO nos Estados Unidos deve ser bastante difícil agora", disse o analista de uma corretora nacional.

Na semana passada, antes do mais recente escândalo envolvendo a empresa, o presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, afirmou que não via impedimentos para seguir com o IPO nos EUA. Na quinta-feira, a empresa reiterou que trabalhos para o IPO prosseguiam.

O quadro desfavorável para os papéis era reforçado pela decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira de abrir mais quatro processos administrativos para apurar denúncias de irregularidades em negócios nos mercados de capitais realizados por empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista, incluindo a JBS.

Nesta segunda-feira, a agência de classificação de risco Moody's cortou em um degrau ratings da JBS e de sua subsidiária JBS USA, bem como colocou as classificações de risco de ambas as empresas em revisão citando as delações.

(Por Flavia Bohone)

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Fonte:
Reuters

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