Janot planeja investigar ministros e senadores por corrupção, diz fonte
BRASÍLIA (Reuters) - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, planeja pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) talvez já nesta semana para investigar ministros da equipe do presidente Michel Temer e senadores do seu partido PMDB por corrupção, afirmou à Reuters neste domingo uma fonte familiarizada com os planos.
O jornal Folha de S.Paulo publicou na edição deste domingo que a lista da Procuradoria-Geral inclui os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Wellington Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
A fonte, que pediu para não ser identificada porque não estava autorizada a falar publicamente, disse à Reuters que a essência da reportagem da Folha estava correta, mas não confirmou os nomes dos ministros e senadores envolvidos no pedido, que se baseia no recente acordo de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht.
No momento do pedido, os promotores também solicitarão ao STF que divulgue o conteúdo dos depoimentos dos executivos, que estão sob sigilo, disse a fonte.
Ainda de acordo com a reportagem da Folha, a lista da PGR também inclui do PMDB o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), o líder do partido e ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (AL) e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR). Também aparecem os senadores do PSDB José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Conforme o jornal, Janot ainda vai requerer o desmembramento para instâncias inferiores de casos envolvendo políticos sem foro no STF citados nos depoimentos, entre eles os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci.
As pessoas citadas na reportagem têm negado qualquer irregularidade relatada por executivos da Odebrecht.
(Reportagem de Anthony Boadle)
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