Moro aceita denúncia e Palocci vira réu na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro

Publicado em 04/11/2016 06:23

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SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nesta quinta-feira denúncia contra o ex-ministro Antonio Palocci, que virou réu na operação Lava Jato sob acusações de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido, segundo a denúncia, recursos de propina para favorecer a empreiteira Odebrecht.

Outras 14 pessoas também se tornaram rés na ação, incluindo o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já condenados e presos na Lava Jato, o casal de publicitário João Santana e Mônica Moura.

"Antônio Palocci Filho era, segundo a denúncia, o responsável pelo 'caixa geral' de acertos de propinas entre o Grupo Odebrecht e agentes do Partido dos Trabalhadores", escreveu Moro em sua decisão.

O juiz, que concentra as ações da Lava Jato em primeira instância, afirmou que os fundamentos fornecidos por ele na decisão da prisão de Palocci, no final de setembro, são suficientes para o recebimento da denúncia.

"Conforme exposto cumpridamente naquelas decisões, há razões

fundadas para identificar Antônio Palocci Filho como a pessoa identificada pelo codinome 'Italiano' no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht", disse.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal no Paraná, Palocci interferiu, no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras, "para que o edital de licitação lançado pela estatal petrolífera e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado de forma a garantir que o grupo não apenas obtivesse os contratos com a Petrobras, mas que também firmasse tais contratos com a margem de lucro pretendida".

Palocci, que foi ministro dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, nega as acusações. Quando a Polícia Federal fez o indiciamento do ex-ministro que gerou a denúncia do MPF, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio, classificou as acusações contra seu cliente de "peça de ficção".

(Por Tatiana Ramil)

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Fonte:
Reuters

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