Defesa de Lula alega falta de imparcialidade e pede que Moro não julgue ex-presidente
Por Brad Haynes
SÃO PAULO (Reuters) - Os advogados que representam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram nesta terça-feira que o juiz federal Sérgio Moro seja removido da investigação sobre suspeitas de corrupção envolvendo o ex-presidente, argumentando que ele mostrou falta de imparcialidade.
O pedido ressalta um duelo entre duas das figuras públicas mais proeminentes do Brasil --o ex-presidente que segue liderando as pesquisas para a eleição presidencial de 2018 e o juiz que determinou a prisão de alguns aliados do petista.
Os advogados de Lula disseram que a decisão de Moro de tornar públicas conversas telefônicas do ex-presidente interceptadas pela Polícia Federal em março "causou constrangimento público", levando a processos que podem levar à responsabilização do magistrado.
Os advogados de Lula afirmaram a jornalistas em São Paulo que a explicação dada por Moro ao Supremo Tribunal Federal (STF) para sua decisão também sugerem que Lula obstruiu a Justiça e ocultou ser proprietário de um imóvel. Para os advogados do ex-presidente, Moro é um "juiz acusatório".
A Justiça Federal do Paraná, onde Moro concentra os processos ligados à operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, informou que o juiz se manifestará sobre o pedido da defesa de Lula nos autos do processo.
Lula está sendo investigado por supostamente receber imóvel de luxo de grupos de engenharia investigados na Lava Jato.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também pediu ao STF para investigar Lula por acusações de que ele teria se beneficiado do esquema de corrupção e obstruído os esforços de investigação desse esquema.
Lula negou ter cometido quaisquer irregularidades e prometeu enfrentar as acusações.
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