Bovespa fecha em alta de 1,55% com commodities e recuperação no exterior
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista subiu nesta terça-feira, dia de recuperação nos mercados internacionais após dois pregões de queda em decorrência da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, e em meio a expectativas de medidas dos principais bancos centrais do mundo.
O Ibovespa subiu 1,55 por cento, a 50.006 pontos.
O giro financeiro foi de 5,83 bilhões de reais.
O índice havia recuado nas últimas duas sessões, marcadas por postura fortemente defensiva dos investidores no exterior por causa da decisão do Reino Unido, que trouxe preocupações sobre os possíveis impactos na recuperação econômica global.
Nesta terça-feira, as ações europeias voltaram a subir após a onda de vendas, diante de esperanças de uma resposta mais coordenada de bancos centrais caso seja preciso.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, pediu um maior alinhamento global das políticas de bancos centrais em declarações nesta terça-feira.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 ganhou 1,78 por cento. Commodities também tiveram um dia favorável, com alta do petróleo de mais de 3 por cento e do minério de ferro, o que contribuiu para recuperação da Bovespa.
Apesar da melhora pontual desta terça-feira, participantes do mercado esperam que a volatilidade continue, com a permanência de incertezas sobre a questão britânica.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que não há necessidade de ajustar a meta de inflação de 2017, uma vez que as expectativas do BC para o próximo ano estão em torno do centro do objetivo. Ele também defendeu que um movimento de redução dos juros básicos tem de ser feito de "forma responsável".
DESTAQUES
--HYPERMARCAS perdeu 8,47 por cento, maior baixa do Ibovespa, diante de preocupações do mercado após a empresa de fármacos informar que um executivo que trabalhou para a companhia até março deste ano autorizou despesas para prestações de serviços que não tiveram comprovação. A Hypermarcas disse que não se beneficiou dos atos praticados e que não é alvo de procedimento investigativo.
--PETROBRAS ganhou 4,78 por cento nas ações preferenciais e 4,17 por cento nas ordinárias, recuperando as perdas de mais de 5 por cento na véspera em ambos os papéis. O movimento ocorreu diante da alta dos preços do petróleo, com investidores buscando aproveitar os preços baixos após dois dias de quedas.
--VALE subiu 4,75 por cento nas preferenciais, na esteira de alta de 6 por cento dos contratos futuros do minério de ferro.
--LUPATECH, fora do Ibovespa, perdeu 8,81 por cento, em reação à notícia de que a Justiça do Estado de São Paulo aceitou dois recursos de credores e anulou a homologação do plano de recuperação judicial da companhia.
--ELETROBRAS, que está fora do Ibovespa, fechou com os papéis ordinários em alta de 9,45 por cento depois de notícia da Reuters de que o governo indicará o consultor Vicente Falconi para presidir o Conselho de Administração da estatal, conforme informou uma fonte com conhecimento do assunto. Falconi possui uma consultoria em gestão e fez parte, em 2001, do Comitê de Gestão da Crise de Energia Elétrica.
--FIBRIA, KLABIN e SUZANO, exportadoras do setor de papel e celulose, perderam 3,52, 4 e 1,46 por cento, respectivamente, em meio à queda de 2,61 por cento do dólar. No noticiário do setor, os dados semanais de preços da celulose de fibra curta da consultoria Foex mostraram avanço semanal na Europa e na China, mas o BTG Pactual alertou que as condições do mercado trazem questões sobre se a recuperação de preço vai durar e sua possível extensão.
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