Bovespa fecha pregão volátil em leve alta com Vale e bancos, apesar de pressão do exterior
Por Priscila Jordão
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa brasileira fechou em leva alta nesta segunda-feira com ajuda de ações de bancos, da Vale e da Ultrapar, após perdas expressivas no pregão anterior, mas tendo ainda o clima de aversão ao risco no exterior como pano de fundo.
O Ibovespa subiu 0,48 por cento, a 49.660 pontos, apesar do pregão instável. Na mínima, chegou a cair mais de 1 por cento e, na máxima, a subir 0,69 por cento.
O giro financeiro somou 4,5 bilhões de reais.
Contaminado pela aversão ao risco, o Ibovespa caiu 3,32 por cento na sexta-feira e iniciou a segunda-feira com o mesmo viés negativo. Durante a tarde, porém, mostrou recuperação, na contramão das bolsas norte-americanas.
Os principais mercados acionários globais recuaram, uma vez que a aproximação do referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia trazia incertezas e uma postura de cautela. Uma pesquisa de opinião apontou que a opção "sair" ganhou uma vantagem de dois dígitos sobre a de "permanecer".
No cenário doméstico, sem agenda econômica relevante, o mercado voltou as expectativas para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar o aumento de gastos da União. Fontes do Palácio do Planalto informaram que o presidente interino Michel Temer decidiu levar pessoalmente a PEC ao Congresso.
DESTAQUES:
-- BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO subiram 1,66 e 0,45 por cento, respectivamente, recuperando parte das perdas da sessão passada e impulsionando a bolsa devido ao grande peso que detêm no índice.
-- ULTRAPAR teve a maior alta do Ibovespa, de 4,91 por cento, após anunciar no domingo a compra da distribuidora de combustíveis Ale por sua subsidiária Ipiranga por 2,17 bilhões de reais. Na visão do Itaú BBA, o negócio é muito positivo para a Ultrapar, pois aumentará a exposição à região Centro-Oeste, Nordeste e Norte, além de trazer potencial para sinergias.
-- VALE ganhou 1,76 por cento nas preferenciais, após alta de 1,5 por cento do contrato futuro mais ativo do minério de ferro na bolsa de Dalian.
-- PETROBRAS fechou em baixa de 1,82 nas preferenciais, acompanhando o recuo dos preços do petróleo, que foram pressionados pelo dólar forte e perspectivas econômicas sombrias na Europa e na Ásia.
-- CCR, do setor de infraestrutura, recuou 2,55 por cento. No domingo, o jornal Folha de S.Paulo publicou que as concessões de infraestrutura do governo federal ficarão paradas até a decisão do Senado sobre a cassação da presidente afastada Dilma Rousseff. "Esses leilões eram bastante esperados pelo mercado e seu adiamento deve ser negativo no curto prazo", disse a Guide Investimentos em relatório.
-- GERDAU caiu 1,54 por cento. De acordo com o jornal Valor Econômico, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) poderá analisar nesta semana os processos contra a Gerdau no âmbito da operação Zelotes. A companhia também informou na sexta-feira que recebeu em uma de suas subsidiárias nos Estados Unidos documentos relativos a uma ação coletiva de investidores (class action complaint).
-- OI, fora do Ibovespa, recuou 6,74 por cento nas ações ordinárias, após a renúncia do diretor-presidente Bayard Gontijo na sexta-feira. O Credit Suisse avalia que a saída do executivo indica pouco sobre o andamento das negociações para a reestruturação da dívida da operadora de telecomunicações.
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