'Efeito impeachment' faz dólar fechar abaixo de R$ 3,50 (na VEJA)
O dólar caiu quase 3% nesta segunda-feira e fechou no menor patamar em quase oito meses, abaixo de 3,50 reais. O forte declínio foi reflexo da euforia do mercado com perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No fim da sessão, a moeda recuou 2,83%, a 3,49 reais na venda, menor cotação de fechamento desde 20 de agosto passado (3,45 reais). Em apenas duas sessões, a queda acumulada da divisa foi de 5,39%. A retração vista nesta segunda aconteceu mesmo após quatro atuações do Banco Central (BC) para sustentar as cotações.
"Parece que o mercado está dando o impeachment quase como uma certeza", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Pode ser exagero", acrescentou.
O próprio governo prevê que será derrotado na votação na comissão do impeachment na Câmara dos Deputados, que ocorrerá nesta noite, e tem concentrado seus esforços em angariar votos no plenário da casa. Nesta sessão, cresceu no mercado a avaliação de que o afastamento da presidente sairá do papel.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), liberou a bancada do partido para votar "de acordo com sua consciência" na comissão especial do impeachment na Casa e anunciou que os deputados peemedebistas se reunirão nesta semana para definir uma posição na votação do tema em plenário.
Além disso, o vice-presidente da República Michel Temer enviou a um grupo de parlamentares do PMDB - "por engano", segundo sua assessoria - um áudio no qual ele fala como se o impeachment contra a presidente já tivesse sido aprovado. No áudio, ele fala da necessidade de união e de reformas.
Enquetes publicadas pela imprensa mostrando que estaria crescendo a adesão dos deputados à campanha pelo afastamento de Dilma têm sido bem recebidos no mercado, que entende que a manobra poderia ajudar a trazer de volta a confiança no Brasil. Levantamento de VEJA mostra que já há 291 deputados a favor da abertura do processo de impeachment.
(Com Reuters)
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