Petróleo: Preços em NY perdem mais de 2% nesta terça e análises indicam novas e severas quedas

Publicado em 29/03/2016 15:46

Nesta semana, o mercado internacional do petróleo voltou a atuar em campo negativo e, nesta terça-feira (29), intensificou suas baixas na Bolsa de Nova York. A commodity chegou a operar neste pregão com perdas de mais de 3% ao longo do dia e retornou ao patamar dos US$ 38,00 por barril. 

Um recente rally levou as cotações de volta aos US$ 40,00 no mercado futuro norte-americano, porém, o movimento parece estar perdendo força diante da perspectiva ainda da continuidade do crescimento da oferta frente a uma demanda que vem mantendo seu ritmo. Desde meados de fevereiro, os preços do petróleo subiram mais de 45%, segundo informa a agência de notícias Reuters, à espera de uma reunião de grandes produtores mundiais que acontece no próximo mês. Há, no entanto, ainda muita incerteza entre os investidores sobre os resultados deste encontro. 

"A intervenção verbal, que obviamente deu suporte ao mercado nos últimos dois meses, combinada com uma produção menor e mais lenta nos Estados Unidos levou, provavelmente, os preços até onde eles poderiam ir. Agora, o mercado quer, realmente, ver alguma ação", disse Ole Halen, gerente sênior de um banco internacional. 

A reunião da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo) e mais os demais grandes produtores mundiais, incluindo a Rússia, acontece no dia 17 de abril, em Doha, capital do Qatar, onde será discutido um congelamento da produção como forma de possibilitar um fortalecimento dos preços. 

As cotações do combustível começaram a cair novamente depois que fontes informaram que o Irã irá sim participar desta reunião no próximo mês, porém, sem afirmar que o país irá participar de negociações para por um freio na produção. 

Ainda nesta terça, o Kuwait e a Arábia Saudita concordaram em retomar suas atividades no campo Khafji, gerido em conjunto e que foi fechado em 2014 por questões ambientais, e que tem uma produção de 280 mil a 300 mil barris por dia. 

Apesar disso, para alguns analistas, os preços do petróleo podem continuar trabalhando em um range ainda estreito diante desses amplos estoques globais que sinalizam que alguns membros da Opep estariam perdendo uma parcela do mercado, ao lado de uma pequena evidência de que a demanda, em dado momento, poderia registrar alguma retomada de crescimento. 

"Há um reequilíbrio no caminho, mas ainda está em jogo um excesso de oferta e estoques crescentes", disse o analista de commodities Bjarne Schieldrop à Reuters. 

Ainda de acordo com os analistas, a movimentação significativamente positiva dos preços do petróleo nas últimas semanas foi motivada muito mais por movimentos técnicos - com o reposicionamento dos fundos - do que baseada em seus fundamentos. "E por isso, ainda estamos cautelosamente 'baixistas' para esse mercado", disse Abishek Deshpande, analista de petróleo e gás da Natixis em uma entrevista à rede norte-americana CNBC, nesta terça. 

Análises técnicas da consultoria internacional Barclays alertam para a "construção, nas últimas semanas, de uma liquidação de posições mais curtas dos investidores", a qual teria potencial para baixar os preços em cerca de 20%, levando as cotações de volta para menos de US$ 30,00 por barril. Ao mesmo tempo, outros analistas afirmam ainda, e portanto, que cotações com o barril superando os US$ 50,00 estão longe de se concretizar. 

Com informações da Reuters e da CNBC

Na Reuters: Ministro russo diz que Rosneft deve reduzir produção de petróleo

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MOSCOU (Reuters) - A Rosneft está pronta para reduzir a produção de petróleo, disse o ministro dos Recursos Naturais da Rússia, Sergei Donskoi, nesta terça-feira, antes da reunião dos principais produtores de petróleo do mundo em Doha, no dia 17 de abril, para discutir o congelamento da produção para sustentar os fracos preços do petróleo.

Rússia, Arábia Saudita, Catar e Venezuela são essenciais para sustentar os preços do petróleo, que caíram quase dois terços desde o pico alcançado em junho de 2014. Esses países disseram que estão prontos para congelar a produção nos níveis de janeiro se outros países fizerem o mesmo.

Questionado sobre como um congelamento global da produção de petróleo afetaria a Rússia, Donskoi disse que as empresas de energia russas ajustaram seus planos de produção: "A Rosneft, como nos disse, está planejando reduzir (a produção)".

A Rosneft não quis comentar.

A Rosneft, maior produtora de petróleo da Rússia, tem produzido ao ritmo de cerca de 3,8 milhões de barris por dia (bpd), mais do que um terço do total produzido pela Rússia, de 10,88 milhões de bpd.

(Por Olesya Astakhova)

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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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