Dólar cai 1,5% e vai abaixo de R$ 3,65 com expectativa de PMDB abandonar o governo

Publicado em 28/03/2016 17:20

logo mini reuters noticias

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de 1,5 por cento e voltou abaixo de 3,65 reais nesta segunda-feira, com investidores apostando que a provável saída do PMDB da base do governo aumentaria as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O dólar recuou 1,51 por cento, a 3,6257 reais na venda, após marcar a primeira alta semanal após quatro semanas consecutivas de queda.

O movimento veio após nova mudança na rotina de intervenções do Banco Central no câmbio, que não realizou nenhum leilão neste pregão.

"É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O PMDB reúne-se na terça-feira para tratar de seu futuro no governo e as expectativas são de que o maior partido da base aliada decida deixar o governo.

A provável saída do PMDB enfraqueceria as linhas de defesas do governo contra o impeachment no Congresso. Muitos operadores enxergam que a saída de Dilma do Palácio do Planalto é um passo para a recuperação da economia brasileira mas outros, porém, ressaltam que as turbulências políticas tendem a dificultar o ajuste econômico.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ver com "certa tristeza" a possibilidade de os peemedebistas abandonarem o governo, mas disse que ainda é possível um acordo que mantenha a legenda alinhada ao Palácio do Planalto.

"O impeachment está cada vez mais palpável, mais concreto. Se isso não acontecer, a reação do mercado vai ser forte", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.

Recente pesquisa da Reuters com profissionais do mercado mostrou que o dólar pode atingir o recorde de 4,25 reais se Dilma permanecer na Presidência neste ano, ou cair a 3,50 reais se ela deixar o governo.

O recuo recente da moeda norte-americana, que também foi motivado pelo ambiente externo mais favorável, levou o BC a rever sua política de atuação no câmbio. No mês, até o pregão passado, o dólar acumulava queda de 8,05 por cento sobre o real.

A autoridade monetária voltou a ofertar na semana passada swaps cambiais reversos e reduziu a rolagem dos swaps tradicionais --contratos equivalentes a compra e venda futura de dólares, respectivamente.

Após o fechamento de quinta-feira, o BC informou que não faria nesta sessão leilão para rolagem de swaps tradicionais que vencem em abril, e também não anunciou oferta de swaps reversos.

Se não voltar a rolar, após sete rolagens integrais consecutivas, terá reposto o equivalente a 6,745 bilhões de dólares, ou cerca de 67 por cento do lote total de swaps tradicionais que vencem no mês que vem, correspondente a 10,092 bilhões de dólares.

"O BC está dando dois passos para frente e um para trás. Parece que ele não vai deixar o dólar cair muito, mas a estratégia dele está muito confusa", resumiu o operador de um banco nacional que negocia diretamente com o BC.

Alguns operadores especulam que o BC teria como meta evitar que o dólar recue abaixo de 3,60 reais no curto prazo, com medo de prejudicar as exportações em um momento de profunda recessão econômica. Por outro lado, cotações altas da moeda norte-americana tendem a pressionar as expectativas de inflação deste ano, que vêm recuando recentemente.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário