Na Folha: Renda cai e desigualdade aumenta no país pela primeira vez desde 1992
A recessão e as crises política e fiscal do ano passado levaram o Brasil a registrar pela primeira vez desde 1992 a combinação de queda na renda com o aumento da sua desigualdade.
O resultado marca o fim de um período de 14 anos consecutivos de melhora na equidade social brasileira, uma das grandes marcas dos governos do PT.
Em mais de duas décadas, desde o início da série da chamada Nova Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) em 1992, nunca renda e desigualdade pioraram juntas no país.
Nas crises de 1999 e 2003, por exemplo, embora a renda dos brasileiros tenha registrado recuos expressivos, a desigualdade não cresceu.
No intervalo entre essas crises, quando a desigualdade cresceu, a renda registrou pequenas altas.
A grande "virada" negativa ocorreu no último trimestre de 2015.
Desemprego, inflação, queda nos rendimentos e a crise fiscal (que compromete o financiamento de programas sociais) tendem a acentuar daqui em diante esse quadro de deterioração.
"É um fenômeno que estava latente mas aparece de forma explosiva subtraindo trabalho, que tem sido a base do progresso brasileiro, sugerindo nova direção para o futuro", afirma Marcelo Neri, diretor do FGV Social, da FGVRio, e ex-ministrochefe da Secretaria de Assuntos Especiais da Presidência no governo Dilma Rousseff.
O economista diz que até 2014 o país apresentava "surpreendentes" aumento na renda e melhora na desigualdade, apesar de todos os problemas macroeconômicos.
"É como se o brasileiro tivesse agido como um ´Indiana Jones´ em meio a todas as adversidades, saltando de empregos formais perdidos para bicos ou para novos negócios", diz. "Mas isso chegou ao limite."
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
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