Dólar recua frente ao real por petróleo, China e PIB dos EUA
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, acompanhando o bom humor nos mercados externos diante da alta dos preços do petróleo, de expectativas de estímulos econômicos na China e de dados fortes sobre o crescimento econômico nos Estados Unidos.
Às 11:18, o dólar recuava 0,25 por cento, a 3,9403 reais na venda. A divisa norte-americana também enfraquecia frente a moedas como os pesos chileno, mexicano e colombiano.
O dólar futuro caía cerca de 0,5 por cento.
"O apetite por risco continua", resumiram analistas do Scotiabank em nota a clientes.
Os preços do petróleo subiam mais de 3 por cento nesta sessão em meio à forte demanda por gasolina nos Estados Unidos e a expectativas de ações da Opep, apesar do excesso de oferta global. O avanço alimentava a demanda por ativos de risco nos mercados mundiais, sustentando moedas emergentes.
Também contribuíam para o ânimo declarações do presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, de que o país ainda tem espaço e ferramentas para estimular a segunda maior economia do mundo.
Por fim, ajudavam ainda dados mostrando que o crescimento econômico dos EUA desacelerou menos do que o inicialmente publicado no quarto trimestre. O impacto desses números era menor em mercados emergentes, porém, já que podem abrir espaço para o Federal Reserve voltar a elevar os juros mais cedo do que o esperado.
No Brasil, operadores relutavam em vender dólares a cotações muito baixas, uma vez que muitos acreditam que a moeda norte-americana deve voltar a subir em meio ao cenário político e econômico conturbado local. A briga pela formação da Ptax, no último dia do mês, também contribuía para deixar o mercado mais sensível.
"Tem muita gente que está desconfiada dessa performance do real no início do ano. Acho que deve voltar aos 4 reais em breve, não vejo muita base para mais depreciação", disse o operador de uma corretora nacional.
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, que equivalem a 10,118 bilhões de dólares, com oferta de até 11,9 mil contratos.
(Por Bruno Federowski)
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