Dólar sobe frente ao real após Moody's rebaixar Brasil em dois degraus
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava frente ao real nesta quarta-feira após a Moody's rebaixar o Brasil em dois degraus, retirando o selo de bom pagador do país, e indicar que pode cortar novamente a nota em breve, em uma sessão em que a alta do petróleo também colaborava para o movimento da moeda no mercado brasileiro.
A reação era relativamente contida, porém, já que um rebaixamento já era esperado e o mercado já havia se ajustado fortemente após a perda do grau de investimento pela Standard & Poor's e pela Fitch.
Às 10:20, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,9922 reais na venda, após atingir 4,0069 reais na máxima da sessão.
"O mercado esperava um corte, era questão de tempo", disse o operador Thiago Castellan Castro, da corretora Renascença, ressaltando ter se surpreendido com o rebaixamento de dois degraus. "Vai demorar para recuperarmos o grau de investimento."
Moody's era a única das três principais agências de risco ainda a classificar o Brasil como grau de investimento. Nesta manhã, a agência rebaixou a nota do país para "Ba2", ante "Baa3", citando o ambiente econômico e político desfavorável do país. A Moody's também atribuiu perspectiva negativa à nota.
Na semana passada, a S&P rebaixou o Brasil pela segunda vez em menos de seis meses, para o segundo degrau abaixo do grau de investimento, com perspectiva negativa. A Fitch classifica o país apenas um degrau abaixo do grau de investimento, também com perspectiva negativa.
O cenário externo também corroborava a alta da moeda norte-americana, com a queda dos preços do petróleo reduzindo o apetite por ativos de maior risco como aqueles denominados em reais. O movimento vinha após a Arábia Saudita descartar cortes na produção e depois do aumento dos estoques nos Estados Unidos.
"A trégua do petróleo durou pouco e os mercados estão se ajustando à ideia de que há espaço para (a commodity) cair mais", disse o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, que equivalem a 10,118 bilhões de dólares, com oferta de até 11,9 mil contratos.
(Por Bruno Federowski)
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