Dólar despenca quase 2% e volta a R$3,95, por China e petróleo
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de quase 2 por cento frente ao real nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 3,95 reais, após a China adotar novas medidas para enfrentar a turbulência nos mercados financeiros e em meio a nova alta dos preços do petróleo, que alimentavam a procura por ativos de maior risco.
O dólar recuou 1,81 por cento, a 3,9500 reais na venda, e chegou a 3,9312 reais na mínima do dia.
"A semana começa com um tom favorável nos mercados internacionais. Resta saber se vai durar, porque o mercado tem estado muito volátil nas últimas semanas", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
No fim de semana, a China removeu o chefe da agência reguladora de mercados de capitais e indicou em seu lugar um alto executivo do setor bancário. Sinais de que o governo chinês está intensificando seus estímulos também contribuíam para o bom humor.
Outro fator positivo foi a alta dos preços do petróleo, após a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informar que espera que a produção de xisto nos Estados Unidos recue neste ano e no próximo, possivelmente aliviando a sobreoferta global.
No cenário local, investidores continuaram apreensivos com as perspectivas fiscais para o Brasil, após o governo anunciar propostas que abrem espaço para novo déficit primário em 2016.
"O mercado continua muito pequeno em termos de liquidez e as notícias de hoje fizeram muita gente desarmar posições (que se beneficiam da alta do dólar)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. Ele ressaltou, porém, que o mercado deve continuar sensível e, portanto, bastante volátil.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou nesta tarde que há menor espaço para "movimentos significativos" de depreciação cambial neste ano após a forte alta do dólar o ano passado.
Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 7,544 bilhões de dólares, ou cerca de 75 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares.
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