No EL PAÍS: Economia global crescerá 3% enquanto o Brasil terá queda de 4%

Publicado em 18/02/2016 18:40
Outros dois gigantes emergentes, Índia e China, terão crescimdento de 6,5% e 7% (fonte: OCDE)

A economia mundial entrou numa dessas fases em que cada novo prognóstico é pior que o anterior. Nesta quinta-feira as más notícias partiram da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 34 países industrializados. Em sua nova análise, que abrange apenas as principais economias avançadas (o G-7) e os grandes emergentes (China, Índia e Brasil), a entidade reduz a 3% a expectativa de expansão econômica global neste ano, e para 3,3% o resultado de 2017, numa redução de 0,3 ponto percentual em relação ao seu prognóstico de novembro.

Enquanto isso, a entidade projeto que o descalabro no Brasil se acentua, com um retrocesso econômico de 4% neste ano, superior ao de 2015 (-3,8%, segundo sua estimativa). Os  números oficiais do tamanho da queda do PIB brasileiro só será conhecido em março quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o dado oficial sobre o desempenho da economia no ano passado.

A revisão das projeções da OCDE para o Brasil coincide com a divulgação nesta quinta dos dados de queda daeconomia brasileira de 4,08% em 2015, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil. O indicador é considerado uma prévia do PIB oficial. Os dados são conhecidos um dia depois de o Brasil ter sua nota de risco mais uma vez rebaixada pela agência Standard & Poors, que prevê uma recessão longa em função da necessidade de ajuste fiscal e a dificuldade no cenário político para aprovar projetos importantes que garantam a retomada da economia.

Para as outras duas grandes economias emergentes, o prognóstico é muito diferente. A OCDE mantém sua previsão para a China (6,5% neste ano, 6,2% no próximo), apesar de o gigante asiático estar sendo um dos focos da atual instabilidade nos mercados financeiros, que vivem o pior começo de ano em várias décadas. A Índia passa a ser a economia emergente mais dinâmica, com um crescimento superior a 7%.

OCDE: Economia global crescerá 3% enquanto o Brasil terá queda de 4%

A revisão da expectativa para o crescimento global, segundo a entidade, torna necessária “uma reposta coletiva mais contundente para fortalecer a demanda mundial”, observa o organismo multilateral. Tal “resposta coletiva” ficou nas mãos do G-20 (bloco de grandes economias industrializadas e emergentes) depois do estouro da crise financeira nos Estados Unidos, no final de 2008. Mas o ímpeto das primeiras cúpulas desse grupo se dissipou, e já faz alguns anos que, além da intervenção maciça dos bancos centrais, as medidas conjuntas praticamente se limitam à retórica. Os ministros de Economia e os presidentes de bancos centrais se reunirão no fim deste mês em Xangai (China, país que preside o G-20 neste ano) enfrentando o momento de maior pressão em meia década.

Porque este crescimento de 3% calculado pela OCDE seria um resultado semelhante ao de 2015, ou seja, o menor ritmo de crescimento global em cinco anos. Só em 2010 e 2011, os anos que se seguiram à Grande Recessão, houve uma expansão econômica mundial entre 4% e 5%, o ritmo que era habitual antes desta crise econômica. A recuperação é particularmente fraca nos países avançados.

O clube dos países industrializados considera que a economia dos EUA, a mais pujante entre os países ocidentais, crescerá apenas 2% neste ano (meio ponto percentual a menos que a previsão da OCDE em novembro), e que a zona do euro não será capaz nem sequer de superar o magro crescimento deste ano, que foi de 1,5%, 0,1 ponto a mais do que o prognóstico para 2016. O Japão, por sua vez, continuará praticamente estagnado, pois a elevação dos impostos e a fragilidade do comércio anulam os estímulos monetários. (Colaborou Carla Jimenez)

“Todas as crises mostram a vulnerabilidade da economia brasileira”

 
Economista Alexandre Saes.
Economista Alexandre Saes.

O economista Alexandre Saes, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE) e professor da USP, conversou com o EL PAÍS sobre ascrises que o Brasil já enfrentou.

Pergunta. Qual o tamanho da recessão que estamos atravessando?

Resposta. É um momento crítico e conturbado tanto por questões externas como internas. O Governo gosta muito de fazer um discurso sobre as causas externas, já os críticos apontam o problema para a nova matriz econômica e os problemas de corrupção. Evidentemente, é uma grande crise e, segundo alguns indicadores, pode se converter em uma das piores recessões que o Brasil vai passar. No entanto, ela possui elementos muito comuns a outras crises que já enfrentamos.

P. Quais seriam essas semelhanças?

R. A condição comum a todos esses períodos é o fato que sempre há um quê de vulnerabilidade da economia. Por exemplo, na década de 80, o país vinha de um período de milagre econômico dos anos 70, mas por conta do própria modelo de financiamento da industrialização, o Brasil voltou a estar vulnerável pela política econômica internacional, pela elevação da taxa de juros dos Estados Unidos, o que, a partir dos anos 80, culmina em uma crise da dívida externa. Mesmo, nos anos 90, com a criação do Plano Real, que gerou um quadro de estabilidade, com instituições mais seguras, a instabilidade também prosseguiu. Se pegarmos a transição do Governo do Fernando Henrique Cardoso, em 97 e 98, que foi na época da crise asiática, a política econômica ficou nas mãos de uma conjuntura externa. A saída de capital estrangeiro exigiu uma elevação brutal da taxa de juros e a paridade monetária - que era um dos pontos chaves do plano - acabou sendo alterada, demonstrando outra vez essa fragilidade. Quatro anos depois, a eleição de Lula gerou novamente um cenário de incertezas com relação a economia, ninguém sabia o que ele iria fazer. O que é comum em todos esses períodos e volta agora é que nesses cenários de incertezas, o país vai perdendo as condições para controlar sua própria política econômica.

P. Em que momento o Brasil perdeu o rumo do crescimento?

R. O país acabou dependendo muito, durante os anos 2000, das exportações de commodities, mas a estratégia parou de funcionar com a desaceleração da China. Em plena crise de 2008, o Brasil conseguiu sobreviver ao cenário apostando no mercado interno, que já mostrava claramente esgotado pela queda do crescimento. O governo errou em manter um modelo comprometido e não abriu novas portas para setores que poderiam sustentar. Quando ele se justifica citando elementos externos, evidentemente quer se eximir da culpa.Não dá para negar que não conseguimos criar condições internas sólidas que ajudassem a se dissociar dessa dependência do capital estrangeiro. Esse é o problema.Vivemos um dilema. Se resolvemos desassociar desse capital, teremos que lidar com condições poucos favoráveis para o crescimento, mas nos tornaríamos menos vulneráveis a essas oscilações.

P. Essa dependência não é globalizada?

R. Essa dependência é generalizada, mas países que são mais industrializados e possuem sistemas financeiros mais fortes e rigorosos são mais imunes a esses efeitos. Uma coisa são os EUA se endividarem com dólar, outra é o Brasil. O grau de vulnerabilidade é muito maior. No momento que a gente acaba tendo uma desvalorização cambial que é boa para o mercado interno, de um lado há uma explosão da dívida em dólar.

P. Corremos o risco de perder muitas das conquistas socioeconômicas das últimas décadas? Até 2014 estávamos quase com o pleno emprego no país…..

R. De fato algumas conquistas importantes, como a das famílias que, pela primeira vez, colocaram o filho na faculdade - tanto por uma questão financeira que elas não precisavam que todos os filhos trabalhassem para sustentar a casa, como pelos financiamentos criados pela educação, podem ser alteradas. Se esse cenário de recessão continuar, os jovens que começaram a poder entrar no mercado de trabalho mais tarde terão que novamente abandonar os estudos para trabalhar e ajudar a família. Claramente também poderemos ter uma retração nos ganhos relacionados ao consumo e ao acesso a serviços.

Mudança brusca fez atual crise brasileira se transformar na ‘pior do século’

Economia do Brasil vive sua maior recessão desde os anos 1930

Ainda que seja difícil comparações, rapidez com que o cenário mudou agrava quadro

 
Candidatos na fila para uma vaga de emprego no ano passado.
Candidatos na fila para uma vaga de emprego no ano passado. FERNANDO CAVALCANTI

Em menos de dois anos, o Brasil viu sua economia mergulhar em uma forte recessão que ainda não está longe de dar sinais de trégua. Quase nenhum setor, do varejo à indústria, conseguiu escapar da crise e os resultados ruins se tornam palpáveis diante da deterioração do mercado de trabalho brasileiro. No ano passado, o país fechou 1,5 milhão de postos de emprego com carteira assinada e o pior ainda está por vir, segundo alguns analistas.  Os brasileiros também sentiram no bolso o aumento da inflação que, sob pressão do reajuste dos preços controlados pelo Governo, como o da conta de luz e a gasolina, fechou o ano passado em 10,67%. 

Mas o que aconteceu para que o país saísse da euforia que ainda persistia no início de 2014, para um diagnóstico tão ruim, como o que foi feito nesta quinta-feira pela OCDE, de uma recessão de 4% neste ano? Se as previsões se concretizarem, será a primeira vez o que Brasil registrará dois anos seguidos de contração da economia desde a década de 30. Alguns economistas já alardeiam que o país se prepara para enfrentar a pior recessão da história brasileira.

A verdade é que o Governo esticou a corda até o final de 2014, ao represar preços administrados como o da gasolina, por exemplo, e ampliar gastos públicos contando com uma receita futura que não veio. Soltou essa corda no início de 2015 de uma só vez. No primeiro caso, a liberdade de preço do combustível ajudou a engordar a inflação, o que ao mesmo tempo fez o brasileiro perder poder de compra. Resultado: menos consumo que gera menor arrecadação de impostos, e abriu as portas do desemprego depois de mais de uma década. Com menos receita, o Governo teve de rever suas metas fiscais, gerando incertezas que deterioram, em primeiro lugar, a credibilidade do Governo, e em seguida, as contas públicas.

 É a duração da crise, inédita para os padrões brasileiros, que tem feito economistas rotularem a recessão atual como “a pior do século”.  Na vida real, porém, é difícil comparar as dimensões de crises de épocas tão distintas – no início do século 20 o Brasil era uma sociedade preponderantemente rural. Na opinião do economista Alexandre Saes, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE), não há dúvidas que as condições socioeconômicas do país são muito melhores atualmente, o que compromete uma comparação de dados. “Quando falamos em recessões graves como a de 1930, temos que levar em conta que parte significativa da população daquela época estava fora do mercado de consumo, com uma subsistência paupérrima no interior. Hoje não. Apesar dos serviços públicos como o de saúde serem ainda ruins, eles são universais. São todos cenários muito distintos”, explica Saes.

O economista Lívio Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), concorda que é complexo analisar as crises por suas particularidades e também pelo fato da metodologia das séries históricas de alguns índices irem mudando com o passar do tempo. Algumas séries históricas de dados econômicos só começaram a ser publicadas nos anos 90 no Brasil. “O importante não é comparar em si os números absolutos e sim o quanto eles cresceram ou caíram em um período”, explica. Segundo o especialista, se analisarmos, por exemplo, a taxa de desemprego no fim da crise de 2003 podemos observar que ela chegou a um patamar de 12,85%, mas que já era de 11,4% antes de enfrentar as turbulências da época. No caso da recessão atual, a taxa subiu de 4,8% em junho de 2014 para 8,2% em dezembro do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Um aumento de 3,4 pontos percentuais.

Independentemente da economia brasileira estar ou não vivendo seus piores dias da história, não há dúvidas que a deterioração foi mais intensa que a habitual e que a crise será longa. “Ela se arrasta por oito trimestres e não vemos o fim dela no horizonte deste ano, o que pode gerar um efeito final grande. Outra particularidade é que temos uma recessão com aceleração da inflação, o que não é usual”, explica Ribeiro. Mesmo com a economia desaquecida, os preços não dão trégua. Parte dessa aceleração é consequência das incertezas: comerciantes reajustam os preços defensivamente com medo do fantasma da inflação.

A informalidade no mercado de trabalho também apresentou um crescimento no último ano do Governo de Dilma Rousseff. O movimento é bastante particular do momento, segundo o economista, porque saímos de um patamar de formalização alta. Mesmo que no início do ano passado já fosse esperado um quadro complicado para o ano de 2015, havia uma esperança que a retomada poderia acontecer no fim do ano. No entanto, a deterioração fiscal, as incertezas políticas, a queda na confiança do investidor e do consumidor fizeram o país caminhar para o lado inverso.

Um dos setores mais atingido pela crise atualmente é o automotivo. No ano passado, o recuo na produção de veículos chegou a 26,6% e a previsão para este ano é de uma queda de 7,5%. O tombo provoca um estrago grande já que o setor responde por cerca de 10% da indústria nacional. “É uma crise sem precedentes. Não temos apenas uma dificuldade na economia, há uma crise ideológica partidária, é preciso separar o tema político do econômico”, explica Luiz Moan presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com excedente de produção, atualmente 42.000 funcionários de montadoras estão com jornada reduzida pelo Programa de Proteção ao Emprego ou com contrato suspenso pelo regime de lay-off. “A venda de carro depende do nível de confiança do consumidor , de crédito e de empregabilidade. Com esse fantasma do desemprego rondando as expectativas são ainda piores”, diz Moan.

A renda do trabalhador teve queda de 3,7% em 2015. É a primeira fez que isso acontece desde 2004. O orçamento mais curto do consumidor, aliado à inflação alta, também fez o setor do varejo amargar o pior prejuízo em 15 anos. As vendas do comércio tiveram 4,3% no ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Das oito atividades pesquisas, sete tiveram queda. "O que vivemos hoje é uma crise de consumo. Essa é a grande diferença dessa crise para que as vivemos antes dos anos 2000", afirma Alexandre Chaia, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Para ele, a economia atual se divide entre antes e depois do Plano Real (1994). "Até a mudança, vivíamos um processo de hiperinflação onde você simplesmente não tinha economia. Depois de 94,  passamos a gerar um crescimento do consumo interno grande que se acentuou no Governo Lula e se transformou no grande alavancador da economia", explica.

Por isso mesmo, na opinião de Chaia, hoje a maior crise é a interna. "Há uma incerteza gigante, o Governo está com um problema fiscal muito grande e a desconfiança sobre o futuro faz as pessoas pararem de consumir. O problema maior, pela primeira vez, não vem de fora".

A baixaria, por Vinicius Torres Freire (FOLHA)

O crédito do governo do Brasil foi rebaixado de novo, ontem. O governo do Brasil se rebaixou ontem a cabo eleitoral em uma disputa baixa do PMDB, portanto à altura de quem em tese nos governa. Agachou-se assim para cortar um rabicho da possibilidade de impeachment, rabicho que pode voltar a crescer, porém.

Tratava-se de vencer a eleição para líder do PMDB na Câmara. De derrotar o candidato de Eduardo Cunha e de apoiar o candidato do PMDB em tese governista, aquele PMDB que no Rio de Janeiro pretende lançar um candidato a prefeito que espancava a mulher.

Dilma Rousseff venceu a refrega ao preço de se tornar inimiga de metade da bancada do PMDB, ontem derrotada. Em tese, precisaria desses votos para catar dinheiros, a fim de aumentar impostos e votar suas reformas informes que promete um dia enviar ao Congresso.

O governo interferiu abertamente na pendenga. Adquiriu apoios com a promessa de dinheiro de emendas parlamentares. Demitiu por um dia aquela figura que ocupa o Ministério da Saúde, que pôde assim voltar à Câmara e votar na eleição do líder do PMDB. Essa figura volta logo ao cargo de ministro, à chefia do ministério que diz derrotado pela "mosquita", como diz a presidente.

O suposto delegado de Dilma Rousseff no PMDB, líder do partido, vai indicar os nomes para a Comissão Especial do impeachment na Câmara e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um grande diretor de trânsito das leis na Casa, lugar onde pode se decidir o destino de Cunha. Foi para isso que o governo gastou seu, digamos, prestígio.

Ainda mais avariado ou não pela derrota de ontem, Cunha continua, porém, capaz de paralisar a Câmara. As comissões de trabalho não funcionam enquanto o STF não responder às questões de Cunha sobre o rito do impeachment. Na luta terminal pela sobrevivência, deve "tocar o terror" na Câmara.

DESCRÉDITO

O governo se passa ao vexame de catar votos no chão peemedebista enquanto o país ainda baixa às profundas do fundo do poço.

A ruína é cada vez mais tida como irremediável por longos anos. É esse o significado do "ponto negativo" extra que o governo recebeu ontem da S&P. Não deve causar dano imediato: é um lembrete de que vamos penar para sair do buraco.

O rebaixamento adicional do crédito brasileiro não é mais do que o reconhecimento em cartório da impressão geral de que: 1) O ano extra de recessão profunda agravará a pindaíba do governo; 2) A recuperação será lenta; 3) Não há perspectiva de reviravolta, pois, além de um governo à deriva, há convulsão político-partidária sem fim.

Assim, a perspectiva é de que a dívida pública continue a crescer sem limite. Daí o descrédito adicional.

A única reforma vagamente proposta pelo governo, a da Previdência, deve estar rascunhada apenas em abril, se não for ainda mais retardada pela oposição interna no próprio governo.

Antes disso, o PT promete lançar um programa econômico que pretende desmoralizar mesmo as mínimas intenções reformistas, da boca para fora, de Dilma Rousseff. Portanto, deve assim oferecer um álibi para que outros partidos se abstenham de votar mudanças impopulares.

O Brasil baixa. 

 

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Fonte:
EL PAÍS + Folha de S. Paulo/UOL

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