Dólar sobe frente ao real com retomada da aversão a risco nos mercados globais
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava frente ao real nesta quinta-feira, pelo terceiro dia seguido, reagindo ao ambiente de aversão a risco nos mercados globais diante de persistentes preocupações com a saúde da economia global e nova queda dos preços do petróleo.
Às 10:43, o dólar avançava 0,42 por cento, a 3,9520 reais na venda, após subir 0,65 por cento na véspera.
"Há medo de que a economia mundial volte a atravessar um período de fraqueza prolongado, o que faz o mercado se proteger no dólar", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Ele citou ainda a queda dos preços do petróleo nesta sessão, em meio à sobreoferta global e expectativas de fraqueza na demanda devido à desaceleração da economia mundial. O óleo vem oscilando próximo das mínimas em 12 anos nas últimas semanas, reduzindo a demanda por moedas ligadas a commodities, como o real.
A chair do Federal Reserve, Janet Yellen, citou na véspera as turbulências financeiras e as incertezas sobre a China, mas afirmou que o banco central norte-americano não deve reverter o ciclo de aperto monetário que iniciou em dezembro. Yellen falará ao Senado nesta tarde e investidores buscarão em seu discurso mais pistas sobre os próximos passos dos juros nos EUA.
No cenário local, investidores continuavam preocupados com as perspectivas para a economia brasileira e a política fiscal. O governo pode anunciar o contingenciamento do Orçamento na sexta-feira e investidores temem que o corte possa ficar abaixo do esperado, em meio à profunda recessão econômica.
"Investidores seguem céticos com relação ao ajuste necessário, e as propostas em discussão não parecem gerar maior confiança", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.
O Banco Central retomará nesta manhã a rolagem dos swaps cambiais que vencem em março, que equivalem a 10,118 bilhões de dólares, após não realizar leilões na véspera. A autoridade monetária ofertará até 11,9 mil contratos, correspondentes a venda futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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