Dólar chega a R$ 4,24, mas muda de rumo e passa a cair mais de 2% com Tombini e cenário externo
Após subir com força e passar a marca de R$ 4,24 nesta quinta-feira (24), renovando a máxima da história, o dólar virou e passou a cair. No início da tarde, no entanto, mudou de rumo e passou a cair.
Às 16h07, o dólar tinha queda de 2,10%, a R$ 4,0590. Na máxima da sessão, chegou a saltar para R$ 4,2491 e, na mínima, foi a R$ 4,0577, segundo a Reuters.
A moeda perdeu força e passou a cair depois de declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, que sugeriu que poderão ser feito leilões de dólares no mercado à vista.
Veja a matéria na íntegra no site G1.
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha uma sessão de extrema volatilidade nesta quinta-feira e, no início da tarde desta quinta-feira, recuava mais de 1 por cento sobre real, com investidores especulando sobre a possibilidade de o Banco Central realizar leilão de dólares no mercado à vista diante de declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini.
Às 13:48, o dólar recuava 1,32 por cento, a 4,0912 reais na venda. Na máxima da sessão, chegou a saltar para 4,2491 reais e, na mínima, foi a 4,0577 reais, reagindo também a rumores de que o BC teria conduzindo mais cedo pesquisa de demanda por dólares no mercado à vista.
Mas, segundo operadores, isso não havia se confirmado. Procurado, por meio de sua assessoria de imprensa, o BC não comentou o assunto.
"O mercado tentou como sempre peitar o BC, tanto que logo depois da fala (do Tombini) o dólar explodiu..., depois derreteu", afirmou o operador corretora nacional, que pediu anonimato, lembrando que o presidente do BC também deixou claro que a taxa básica de juros será mantida no atual patamar de 14,25 por cento por tempo "suficientemente prolongado".
Questionado sobre o possível uso das reservas internacionais no câmbio, Tombini afirmou que "certamente todos os instrumentos estão à disposição do BC". A declaração trouxe algumas expectativas de que poderia realizar leilão de dólares no mercado à vista.
Uma fonte da equipe econômica afirmou à Reuters na véspera que fazer leilões de dólares no mercado à vista é uma estratégia que não está na mesa neste momento.
Na véspera, o BC realizou dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e um leilão de novos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares. Também durante a sessão passada, anunciou para esta quinta-feira outro leilão de novos swaps, na qual vendeu a oferta total de até 20 mil contratos.
Além disso, o BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil swaps cambiais para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou o equivalente a 7,621 bilhões de dólares, ou cerca de 80 por cento do lote total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.
A moeda norte-americana tem sido pressionada pela deterioração das contas públicas do Brasil e pelas turbulências políticas. Investidores temem que o país perca seu selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.
Operadores relutavam em estimar até que ponto o dólar deve subir, mas é unânime a percepção de que a moeda deve continuar pressionada. O dólar subiu nas cinco sessões anteriores, acumulando alta de 8,14 por cento.
"O mercado está apostando em uma saída de capitais e em mais rebaixamento", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Também ajudava nesta sessão a melhora no mercado externo, com outras moedas emergentes também passando a cair, como os pesos chileno e mexicano.
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