BC aumenta intervenção, mas dólar ainda sobe quase 2% e chega a encostar em R$ 4,15

Publicado em 23/09/2015 13:38

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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - Após o dólar encostar em 4,15 reais, por conta de preocupações com a situação econômica e política no país e temores externos, o Banco Central intensificou a intervenção no câmbio nesta quarta-feira com leilões de linha e de swaps.

As ações reduziram momentaneamente a escalada da moeda norte-americana, que retomou o movimento e avançava cerca de 2 por cento sobre o real,

Às 13:31, o dólar avançava 1,78 por cento, a 4,1261 reais na venda. Na máxima da sessão, subiu 2,27 por cento, a 4,1457 reais, imediatamente antes do anúncio do BC.

Pouco depois da divulgação do comunicado, a moeda norte-americana chegou a diminuir o avanço a 0,89 por cento, mas o alívio perdeu força em seguida.

"Uma atuação como essa deveria segurar um pouco, mas a volatilidade está muito grande", resumiu o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "O mercado está perdido e corre para o dólar".

O BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta de até 20 mil. E realizará durante a tarde leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra e, na quinta-feira, outra oferta de até 20 mil swaps cambiais. Todos esses leilões, segundo assessoria de imprensa do BC, não são para rolar contratos já existentes.

Desde abril, o BC não fazia leilão de swap sem ser para rolagem. O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro nesta manhã, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos. Ao todo, já rolou o equivalente a 7,179 bilhões de dólares, ou cerca de 76 por cento do lote total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.

O quadro político e econômico preocupante no Brasil tem levado a fortes turbulências nos mercados financeiros e não dão trégua. Logo cedo, o dólar chegou a recuar quase 1 por cento após a decisão do Congresso Nacional nesta madrugada de manter os vetos da presidente Dilma Rousseff e evitar maior pressão nas contas públicas. Mesmo assim, o mercado seguia temeroso.

"O veto mais importante é o do aumento (de salários dos servidores do) Judiciário e não sabemos quando ele vai ser analisado", disse o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao veto que, se derrubado, vai gerar gastos de 36 bilhões de reais até 2019, segundo cálculos do governo.

Citando riscos aos planos fiscais do governo no curto prazo e a grande probabilidade de novos rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, o Credit Suisse passou a projetar que o dólar deve atingir 4,25 reais em três meses e 4,50 reais em doze meses, contra 3,65 e 4,10 reais, respectivamente.

Também pela manhã, o mercado azedou após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi afirmar que os riscos ao cenário de inflação e economia na Europa aumentaram devido à desaceleração dos mercados emergentes.

"(Draghi demonstrou) preocupação com a perspectiva de crescimento global e a apreensão com o Brasil continua", resumiu o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

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Fonte:
Reuters

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