Dilma escala Kátia para conter impeachment entre deputados ruralistas
A proliferação das discussões sobre o impeachment no Congresso e a saída do vice-presidente Michel Temer (PMDB) da articulação política levaram a presidente Dilma Rousseff a escalar um time de ministros que atuam diariamente para dissuadir antigos aliados e até opositores de embarcar no movimento por seu afastamento.
Os ministros da frente anti-impeachment se reúnem com parlamentares e dirigentes de partidos de diferentes áreas, fazem apelos pela governabilidade e, muitas vezes, marcam reuniões entre a própria presidente e líderes de legendas que se afastaram do Planalto.
Na linha de frente dessa articulação estão ao menos quatro nomes. Outros dois atuam no mesmo sentido, embora com mais discrição e menos poder de fogo.
A ministra Kátia Abreu (Agricultura) ficou com a missão de contornar dificuldades por meio de contato com deputados e senadores da bancada ruralista.
A operação ainda não deslanchou. Em encontro recente com o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), ouviu que a bancada estava insatisfeita e que o problema não era a interlocutora –a ministra–, mas o governo "que não faz o que promete".
Ela também é uma das principais interlocutoras do Planalto com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani. A operação, no entanto, irritou outros nomes do partido, que se sentiram "atravessados" e dizem não reconhecer a ministra como um quadro orgânico do PMDB.
Em outra ponta, Gilberto Kassab (Cidades) tem buscado conter defecções em seu próprio partido, o PSD. Além disso, tem feito reuniões com deputados da oposição, como o PSDB.
Alguns desses encontros têm rendido situações insólitas. Um deputado do PSDB de Goiás relatou a colegas da bancada que estava em uma reunião com Kassab quando Dilma telefonou ao ministro.
Kassab teria informado que estava diante de um parlamentar da oposição. Dilma, então, pediu para falar com o tucano. A presidente teria pedido "racionalidade" e que ele "pensasse no Brasil".
LINHA DE FRENTE
O principal articulador de Dilma hoje é seu assessor especial, Giles Azevedo. Ele tem atuado em conversas com diversas legendas e é o responsável por agendar reuniões entre dirigentes de siglas e a própria presidente. Foi por meio de Giles que o chefe do PSC, pastor Everaldo, foi parar no Planalto, no dia 9.
Após uma conversa amena, Dilma pediu apoio no Congresso. O pastor respondeu que seu partido –que tem 13 deputados– seria a favor de "medidas boas para o Brasil", desde que não venham "acompanhadas de aumento de impostos".
Antes de sair, Everaldo indicou à presidente um versículo de São Tiago, o apóstolo: "Seja pronto para ouvir, tardio para falar".
Ao lado de Giles está o petista Ricardo Berzoini, hoje ministro das Comunicações. Oficialmente, é ele quem negocia com parlamentares os cargos no governo.
De forma menos enfática, outro nome que tem atuado é o ministro Edinho Silva, chefe da Comunicação do Planalto. Com bom trânsito no PT, atua como bombeiro.
Ele também mantém relações com nomes históricos do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Edinho conheceu a ex-mulher do presidente, Ruth Cardoso, em Araraquara. É um dos entusiastas do diálogo do governo com a oposição.
Há ainda o ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes). Dirigente do PR, faz apelos quase diários pela permanência da sigla na base.
PMDB
O PMDB é o principal alvo desses atores, mas como as relações com o partido estão muito esgaçadas, a própria presidente assumiu as conversas com os maiores caciques do partido: o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o do Senado, Renan Calheiros (AL).
Na avaliação de parlamentares, a iniciativa tem um custo. Se conseguir manter o PMDB como aliado, terá uma grande vitória. Se o partido a abandonar formalmente, no entanto, será sua maior e, talvez, definitiva derrota.
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Amigos, vou aproveitar essa reportagem para falar rapidamente sobre o que é conservadorismo politico e liberalismo economico. Pois bem o conservadorismo defende a posição de que aquilo que é bom deve ser conservado, não podendo ser modificado ao sabor de conveniencias circunstanciais ou momentaneas. Vou usar um exemplo prático, o Estatuto da Terra. Nele estavam escritas as leis a que os produtores estavam submetidos, pois bem, do ponto de vista conservador, uma reforma do código de leis deve ser algo bem pensado, não se deve tocar naquilo que funciona, e as mudanças devem ser gradativas para análise dos resultados práticos das novas leis. O progressismo, ou socialismo, comunismo, são o contrário, pois estão sempre atendendo a contingencias do momento, como a imensa discussão do código florestal, em que praticamente tudo foi modificado ao sabor de "vontades politicas". Lembrando sempre que a "vontade politica", não prevalece quando a maioria se une para combate-la. Em outras palavras, as leis são modificadas de acordo com a conveniencia de um ou outro grupo de pressão. O conservadorismo não permite isso.
Quanto ao liberalismo economico, em palavras simples é o seguinte, imagine um produtor de trigo, que tem sua 5050, seu Valmet 68 ou ainda um MF 50. Se este produtor resolver beneficiar seu trigo por conta própria, o Estado não permitirá. Surgirão como moscas, fiscais da receita, da saúde, etc... com seus inumeráveis protocolos e esse produtor será impedido pelos burocratas de fazer aquilo a que tinha se disposto. Pois bem, ao impedir a comercialização dos produtos, através de decretos, legislação, impondo pela força, condições absurdas que o produtor não poderá cumprir, o Estado então cumpre sua função, que é a de garantir que empresas "legalizadas", ou que pagam impostos, não sofram concorrencia dos pequenos produtores. Na parte de industrialização em pequena escala, além dos entraves burocráticos, o governo ainda impõe pesadas taxas de impostos sobre os equipamentos, para que realmente fique inviável qualquer livre iniciativa. E o liberalismo economico é isso, o livre comércio entre as pessoas, sem a proteção estatal às grandes empresas. O resto é papo furado de consenso de washington, de pacto de princeton, conversa de esquerdista, que chama de neo liberal qualquer tentativa de movimento em direção à livre iniciativa.