EL PAÍS: Katia Abreu entra na ‘bolsa de apostas’ para substituir Mercadante
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se perfila para ocupar um dos cargos que já foram da atual mandatária brasileira, Dilma Rousseff (PT). Com a crise política e a reforma administrativa/ministerial que se aproxima, a senadora licenciada pelo PMDB do Estado de Tocantins (TO) tem se credenciado para virar a nova chefe da Casa Civil, em substituição a Aloizio Mercadante (PT), que assumiu a pasta ainda no primeiro mandato. A saída de Mercadante é dada como certa no meio político, uma vez que o ministro estaria sempre ligado a erros políticos cometidos pela presidenta. O mais recente diz respeito à divulgação do déficit das contas públicas de 2016. O atual ministro teria ajudado a convencer Rousseff a se posicionar contra Joaquim Levy, que defendia o superávit .
Assim, a bolsa de apostas em Brasília coloca Abreu como uma das favoritas para o cargo, o que tiraria a pasta do PT e daria espaço ao rebelde PMDB num dos ministérios mais importantes da Esplanada. O assunto ainda não está definido. Um outro candidato forte para suceder Mercadante seria o ministro da Defesa e petista histórico, Jaques Wagner. Correm por fora algum outro quadro do PMDB que seria indicado pelo vice-presidente Michel Temer e uma quarta alternativa, possível, mas menos provável, um estudioso que não está no meio político e serviria para tentar arrefecer o clima de bota-fora que toma conta da capital federal.
As especulações sobre a entrada de Abreu na Casa Civil ganharam força depois que ela cancelou sua participação numa comitiva de ministros do seu partido que acompanham desde segunda-feira o vice-presidente em viagem oficial para Rússia e Polônia. Há quem interprete que a sua ausência seria uma traição a Temer, que a apadrinhou no PMDB, ao optar por uma aproximação de Rousseff. Os rumores fizeram a ministra emitir um comunicado à imprensa para justificar que sua falta foi por motivos de saúde (um tratamento ortopédico) e que tem compromissos tanto com a presidenta quanto com o vice.
“Sou fiel, antes de tudo, ao meu país, e integro com lealdade e disciplina, o governo da presidente Dilma Rousseff – assim como o vice-presidente, que tenho na conta de aliado dedicado. Lamento versões que exploram circunstâncias para contaminar o ambiente político, absorvendo intrigas dos que estão empenhados em produzir a cizânia”, diz trecho da nota.
Na concorrência pelo cargo, a senadora ganhou força por ser uma das confidentes de Rousseff e uma das auxiliares que mais têm mostrado lealdade a ela nos últimos meses. Ao ser filiada ao PMDB, partido do qual o PT depende cada vez mais para manter o seu Governo evitando um impeachment presidencial, a escolha do seu nome cairia como uma luva para gerenciar o momento delicado de Rousseff. A nomeação de Abreu, contudo, ainda causa certa estranheza entre colegas de Senado, entre a bancada de deputados peemedebistas e, principalmente, entre movimentos sociais, que chegaram a conceder o prêmio “motosserra de ouro” para a senadora, por ser uma das principais representantes da tradicional e conservadora bancada ruralista brasileira.
“Ela é muito reacionária. Somos a favor de tirar o Mercadante, mas colocá-la no cargo seria um retrocesso. Os petistas certamente se sentiriam traídos. Aqui no Senado ela não é bem vista. Muitos acham que ela só cresce no Governo porque é uma verdadeira puxa-saco”, apontou um senador do PT. “O atual ministério da Dilma não representa a bancada do PMDB da Câmara. Só a do Senado. Se ela quer apoio de deputados, tem de perguntar para nós quem seriam os bons quadros para nos representar. Trocar nomes, simplesmente, não garante nenhum apoio”, afirmou um deputado peemedebista.
Leia a notícia na íntegra no site El País.
Da oposição a braço direito
Se Lula concordar, Kátia Abreu, ex-oposição, assume a Casa Civil
Diante das resistências para aprovar o pacote fiscal, a presidente Dilma Rousseff vai mexer no "núcleo duro" do governo e reforçar a articulação política com o Congresso. A estratégia prevê o fortalecimento da Secretaria-Geral da Presidência, que hoje cuida dos movimentos sociais, e a volta de Ricardo Berzoini atual ministro das Comunicações, para fazer a "ponte" entre o Palácio do Planalto e o Congresso.
Dilma está sendo cada vez mais pressionada pelo PMDB e mesmo pelo PT a substituir Aloizio Mercadante (PT) na Casa Civil. Apesar de ser o homem de confiança de Dilma, Mercadante coleciona atritos no Senado e na Câmara.
Em conversas reservadas, o nome que voltou a ser citado para a Casa Civil é o da ministra da Agricultura, Katia Abreu (PMDB). Dilma, porém, ainda não bateu o martelo sobre essa troca. Para isso, a presidente pretende conversar com o ex-presidente Lula. Se ele concordar, Kátia Abreu substituirá Mercadante. Senadora de ferrenha oposição a Dilma, ela aderiu ao governo e foi premiada com o cargo de ministra da Agricultura, que exerce atualmente.
Preocupado com os desdobramentos da crise, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai desembarcar nesta quinta-feira, 17, em Brasília e, mais uma vez, aconselhará Dilma a convocar o titular da Defesa, Jaques Wagner (PT), para a Casa Civil.
Governadores
Na segunda-feira, governadores da base aliada que se reuniram com a presidente pediram mudanças urgentes na articulação política do governo com o Congresso. Alegaram que, diante do agravamento da crise política e econômica, Dilma não aprovará as medidas para reequilibrar as contas públicas se não mexer no coração do governo.
A maior cobrança partiu dos governadores Tião Viana (AC) e Wellington Dias (PI), ambos do PT. Mais tarde, pelo menos dois parlamentares do PT com expressão no Congresso chegaram a dizer a Dilma que, se ela não fizer alguma coisa, seu mandato corre sério risco.
A avaliação do Planalto é de que a mudança no núcleo do governo não é suficiente para aprovar remédios amargos, como uma nova versão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou o congelamento do reajuste salarial do funcionalismo, mas pode ajudar nas negociações.
Leia a notícia na íntegra no site Diário do Poder.
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Vamos lá, vou colocar aqui uma declaração de um brasileiro realmente notável, se não me engano, natural do municipio de Diamantino MT, o ministro do STF Gilmar Mendes: "O esquema revelado pela Lava Jato é um verdadeiro método de governo: de um lado recursos do Estado fluiriam para as forças políticas, financiando campanhas e, como ninguém é de ferro, o luxo dos atores envolvidos: casas, iates, reforma de apartamento de namoradas, amantes, mães e tudo mais. Foi um método criminoso de governança que visava à perpetuação de um partido no poder"... Ele disse também: "O partido político (PT) já se locupletou ao limite e aí quer proibir a doação a outros partidos. O partido do poder já independe de doações eleitorais"... Eis ai o partido, o governo ao qual Kátia Abreu é fiel, é leal, e serve com ferrenha disciplina.