Temer diz que segue na coordenação de "outra maneira" e rejeita impeachment de Dilma
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República Michel Temer afirmou nesta terça-feira, um dia após o anúncio de sua saída do “dia a dia” da articulação política do governo, que seguirá na coordenação, mas "formatada de outra maneira". E declarou que qualquer hipótese de impeachment da presidente Dilna Rousseff é "impensável".
Temer, que conversou na segunda-feira com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto, relatou que ela chegou a pedir que seguisse na função original, mas depois concordou com sua decisão.
“Ontem ela fez um pedido, naturalmente enalteceu gentilmente a minha colaboração nesta primeira fase, mas concordou plenamente que nós estamos numa segunda fase e portanto eu devo exercitar uma outra espécie de atividade, ainda na coordenação política”, afirmou.
"Não há embaraço nenhum com ela", acrescentou. “Na verdade, nós vamos continuar trabalhando pela boa ordenação econômica, social, política... Continuo nesta articulação formatada desta outra maneira.”
Esta foi a primeira vez que o vice-presidente fala abertamente sobre deixar algumas funções da articulação política.
Temer já vinha confidenciando a aliados que estava cansado, terminada a fase de votação das medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional, de ter de lidar com o “varejo” da articulação, o que envolve a negociação sobre cargos e emendas parlamentares. Também demonstrava desconforto com interferências da Casa Civil e da Fazenda na articulação.
Embora tenha admitido que alguns integrantes de seu partido, o PMDB, defendessem que deixasse a articulação, o vice-presidente negou que tenha tomado a decisão por pressão de colegas da sigla.
“Mas eu entendi que eu não posso, tendo responsabilidade com o país, eu não posso deixá-la (a articulação) de uma vez.”
O atual ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, braço direito de Temer na articulação, deve assumir as funções de Temer até o final do mês para fazer uma transição, de acordo com uma fonte próxima à articulação, para concluir as negociações sobre cargos e emendas.
Questionado sobre especulações de que sua saída do dia a dia da articulação poderia abrir caminho a um eventual afastamento da presidente, o vice afirmou ainda ser impensável qualquer hipótese de impeachment de Dilma.
“É falso, é falso, absolutamente falso. Eu sempre tenho dito e repetido ao longo do tempo que qualquer hipótese de impeachment é impensável. Eu tenho dito isso frequentemente", afirmou.
1 comentário
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Valdomiro Rodante Junior Porangatu - GO
O PMDB tem que morrer abraçado com o PT pois eles são tão culpados e responsáveis por este governo e por esta bandalheira toda , agora que afunde com eles, com a titanic.