Eurogrupo nega extensão de ajuda à Grécia, mas volta a discutir na quarta (1)

Publicado em 30/06/2015 06:16

Em vigor desde 2012 e estendido duas vezes, o pacote de ajuda à Grécia vai expirar nesta terça-feira (30) à meia-noite (19h de Brasília), segundo comunicado da EFSF - órgão criado em 2010 como mecanismo temporário para ajudar países europeus afetados pela crise econômica. Em nota, a EFSF informou que, como resultado, a última parcela da ajuda, de € 1,8 bilhão, "não estará mais disponível para a Grécia", e títulos de € 10,9 bilhões para cobrir o custo potencial de recapitalização dos bancos serão cancelados.

A EFSF foi criada para funcionar de maneira temporária. Após seu prazo para ceder ajuda chegar ao fim, foi criado um órgão permanente, o Mecanismo de Estabilização Europeia (ESM, na sigla em inglês). Porém, ainda há países que têm pacotes de ajuda em aberto com o órgão temporário, como é o caso da Grécia. Os gregos devem hoje € 130,9 bilhões à EFSF, que é o maior credor individual do país.

A Grécia tentou nesta terça-feira como última "cartada" uma ajuda através do ESM, para conseguir a liberação de recursos.

Uma teleconferência do Eurogrupo – grupo informal de ministros das Finanças da Europa – foi realizada nesta terça para discutir a proposta grega. Segundo o ministro da Finlândia, no entanto, a extensão do EFSF foi negada, e o pedido de ajuda pelo ESM terá que seguir "os procedimentos normais" – ou seja, vai levar tempo.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

Eurogrupo não vai liberar recursos para a Grécia pagar o FMI, diz fonte

BRUXELAS (Reuters) - Não há possibilidade de os ministros das Finanças da zona do euro liberarem recursos para a Grécia cumprir um pagamento crucial ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence esta noite para evitar o calote, disse uma autoridade da zona do euro nesta terça-feira.

 
Questionado pela Reuters se os ministros, que terão uma teleconferência de emergência às 14h (horário de Brasília) sobre o pedido da Grécia por uma extensão de seu resgate, poderiam concordar em liberar dinheiro suficiente para o pagamento ao FMI, a autoridade respondeu: "Sem chances".
 
(Por John O'Donnell)
 

Grécia sinaliza que poderia mudar recomendação para referendo, dizem fontes

BRUXELAS (Reuters) - O governo grego indicou nesta terça-feira em teleconferência com ministros das Finanças da zona do euro que poderia mudar sua recomendação sobre o referendo que convocou para domingo se uma solicitação por um novo acordo for acertada, disseram fontes da zona do euro.
 
Várias fontes próximas às negociações disseram que o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse ao Eurogrupo em teleconferência que seu governo cancelaria a votação ou recomendaria a eleitores que votassem a favor de um acordo com credores se os dois lados chegassem a um acordo.
 
(Reportagem de Alastair Macdonald)
 
 

Grécia pede que resgate seja estendido

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Por Renee Maltezou e Lefteris Papadimas
 
ATENAS (Reuters) - A Grécia pediu a extensão de resgate de curto prazo nesta terça-feira para evitar um calote, como parte dos esforços para salvar um acordo que poderia manter Atenas na zona do euro, com a Alemanha advertindo que não havia mais tempo para estender linhas de crédito vitais.

À medida que o relógio caminhava para o fim do prazo, nesta noite, quando bilhões de euros em fundos de resgate congelados perderiam a validade, os ministros das Finanças da zona euro chamaram uma conferência de última hora (às 14h, horário de Brasília) para discutir o pedido grego.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apelou a Atenas para aceitar o acordo proposto pelos credores internacionais na semana passada, mantendo a esperança de que alguns ajustes extras ainda poderiam ocorrer.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que convocou um referendo para domingo para votar sobre os termos de resgate, respondeu com uma contraproposta, solicitando contrato de dois anos, abrangendo o apoio financeiro e reestruturação da dívida, questões que os credores até agora têm sido relutantes para enfrentar.

Caso não seja alcançado um acordo, a Grécia dará calote no empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), colocando o país no rumo de sair do euro, com consequências imprevisíveis para o grandioso projeto de moeda única da União Europeia (UE) e a economia global.

No entanto, as propostas pareciam tão distantes que o sucesso era improvável.

A chanceler alemã, Angela Merkel, deu uma resposta fria.

"Nesta noite, exatamente à meia-noite (19h, no horário de Brasília) o programa expira. E não estou ciente de quaisquer indícios reais ou qualquer outra coisa", disse Merkel em coletiva de imprensa com o primeiro-ministro de Kosovo.

"Tudo o que sei é que a última oferta da Comissão da qual estou ciente é de sexta-feira da semana passada."

Fontes da UE e do governo grego disseram que Juncker --que conversou com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, no final da segunda-feira-- ofereceu uma reunião de emergência de ministros das Finanças da zona do euro nesta terça-feira para aprovar um pagamento de resgate para evitar que Atenas entre em default se Tsipras enviasse uma aceitação por escrito dos termos.

 

Ministros da zona do euro fazem reunião de emergência para discutir novo pedido da Grécia

 

ATENAS - Os ministros de Finanças da zona do euro farão uma reunião extraordinária às 19h de Bruxelas (14h no Brasil), por teleconferência, para discutir o pedido de novo plano de socorro feito nesta terça-feira pela Grécia. A apenas algumas horas do calote, o governo grego pediu o terceiro pacote de socorro por dois anos, usando dinheiro do Mecanismo Europeu de Estabilização (ESM, na sigla em inglês), fundo que ajuda membros da União Europeia em dificuldades.

A informação foi dada nesta terça-feira pelo gabinete do premier Alexis Tsipras, que afirma que a extensão do socorro seria acompanhada da reestruturação da dívida grega. O pacote atualmente em vigor, o segundo já concedido à Grécia, vence hoje. O novo pedido seria o terceiro plano de resgate e cobriria todas as necessidades financeiras do país no período, segundo informou o governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ficaria de fora.

"Desde o primeiro momento, deixamos claro que a decisão de fazer um referendo não é o fim, mas a continuação das negociações por melhore condições para o povo grego", diz nota oficial do premier. "O governo grego vai até o fim procurar um acordo viável dentro do euro".

O país confirmou nesta terça-feira que não vai pagar ao FMI a parcela de € 1,6 bilhão do atual pacote de resgate que vence às 18h de Washington (19h no Brasil). Com isso, se tornará a primeira nação desenvolvida na História a entrar em default com o FMI, passando a fazer parte do grupo de países que inclui Sudão Somária e Zimbabwe, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Leia mais sobre esse assunto em https://oglobo.globo.com/economia/ministros-da-zona-do-euro-fazem-reuniao-de-emergencia-para-discutir-novo-pedido-da-grecia-16603182#ixzz3eYlEbUAh 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. ATENAS - Os ministros de Finanças da zona do euro farão uma reunião extraordinária às 19h de Bruxelas (14h no Brasil), por teleconferência, para discutir o pedido de novo plano de socorro feito nesta terça-feira pela Grécia. A apenas algumas horas do calote, o governo grego pediu o terceiro pacote de socorro por dois anos, usando dinheiro do Mecanismo Europeu de Estabilização (ESM, na sigla em inglês), fundo que ajuda membros da União Europeia em dificuldades.

A informação foi dada nesta terça-feira pelo gabinete do premier Alexis Tsipras, que afirma que a extensão do socorro seria acompanhada da reestruturação da dívida grega. O pacote atualmente em vigor, o segundo já concedido à Grécia, vence hoje. O novo pedido seria o terceiro plano de resgate e cobriria todas as necessidades financeiras do país no período, segundo informou o governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) ficaria de fora.

"Desde o primeiro momento, deixamos claro que a decisão de fazer um referendo não é o fim, mas a continuação das negociações por melhore condições para o povo grego", diz nota oficial do premier. "O governo grego vai até o fim procurar um acordo viável dentro do euro".

O país confirmou nesta terça-feira que não vai pagar ao FMI a parcela de € 1,6 bilhão do atual pacote de resgate que vence às 18h de Washington (19h no Brasil). Com isso, se tornará a primeira nação desenvolvida na História a entrar em default com o FMI, passando a fazer parte do grupo de países que inclui Sudão Somária e Zimbabwe, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Leia a notícia na íntegra no site O Globo.

 

Grécia faz nova proposta de ajuda e busca reestruturação da dívida

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ATENAS (Reuters) - A Grécia enviou a credores uma nova proposta de ajuda de dois anos que pede uma reestruturação paralela de dívida, informou o gabinete do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, nesta terça-feira, no que parece ser um esforço derradeiro de Atenas para resolver o impasse com credores.

"O governo grego propôs hoje um acordo de dois anos com o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) para cobrir totalmente suas necessidades financeiras e com reestruturação paralela de dívida", disse o governo em comunicado, feito horas antes de Atenas dar calote em um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"A Grécia continua na mesa de negociações", completou o comunicado.

(Por Lefteris Karagiannopoulos)

Grécia pede a juda ao ESM, diz Bloomberg; bolsas disparam

SÃO PAULO - Em seu "Dia D" para o pagamento dos credores, a Grécia acaba de pedir ajuda ao ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) para um programa de resgate de dois anos, segundo informações da Bloomberg, que creditaram o escritório do primeiro ministro grego.

A notícia coincidiu com a abertura das bolsas americanos, que iniciaram a sessão com alta superior a 0,7%, puxado para cima também o Ibovespa, que operava próximo a estabilidade.

Leia a notícia na íntegra no site InfoMoney.

Grécia e credores retomam negociações para evitar calote

O governo da Grécia e os credores retomaram as conversas na tentativa de um acordo de última hora para evitar o calote de € 1,6 bilhão no FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta terça­feira (30).

A informação foi confirmada à Folha pela assessoria do primeiro­ministro, Alexis Tsipras. Segundo o gabinete de Tsipras, ele conversou por telefone com o presidente da Comissão Europeia, Jean­Claude Juncker, e o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi.

Segundo jornais gregos, o primeiro­ministro Alexis Tsipras havia rejeitado na noite passada uma oferta enviada pelo presidente da Comissão Europeia,Jean­Claude Juncker.

No entanto, a mídia local diz que as partes teriam voltado a conversar nesta manhã em busca de uma solução. A Grécia poderia fazer uma nova proposta durante o dia.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo

Grécia confirma que não vai pagar ao FMI parcela de € 1,6 bilhão nesta terça-feira

ATENAS - A Grécia confirmou nesta terça-feira que não vai pagar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a parcela de € 1,6 bilhão do atual pacote de resgate que vence às 18h de Washington (19h no Brasil). Com isso, se tornará a primeira nação desenvolvida na História a entrar em default com o FMI, passando a fazer parte do grupo de países que inclui Sudão Somária e Zimbabwe, segundo o jornal britânico "The Guardian".

Mas o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, deixou aberta a possibilidade de um possível acordo de última hora:

— Esperamos que sim — afirmou, ao ser perguntado sobre o assunto.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, estaria avaliando uma proposta de resgate de última hora feita pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, representantes dos credores e o governo grego estão em contato, mas não há “movimento real” de acordo. Tsipras pode viajar a Bruxelas ainda hoje para discutir a proposta.

Negociador-chefe dos credores, Euclides Tsakalotos afirmou à BBC que a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e FMI) apresentou novas propostas, e sugeriu acordo antes do referendo do próximo domingo.

Ao entrar em default, a Grécia poderia ser forçada a deixar a zona do euro. Varoufakis disse ao jornal “The Telegraph” que a Grécia pode tomar medidas legais para bloquear a sua expulsão da união monetária.

Leia a notícia na íntegra no site O Globo.

G1: Condições exigidas da Grécia são revoltantes, diz Nobel da Economia

As nações europeias credoras são as "culpadas" pela situação da Grécia desde que o país foi obrigado a pedir volumosos empréstimos para cobrir suas dívidas, e as condições impostas ao governo de Atenas são "revoltantes".

Esse é o resumo da crise na Grécia feito pelo prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz, durante uma entrevista exclusiva à BBC Mundo.

Stiglitz tem sido uma das vozes mais críticas da ortodoxia de grandes economias e de órgãos financeiros internacionais.

O poder executivo grego já afirmou que rejeita as condições impostas para que o país siga recebendo ajuda financeira e que fará um referendo em 5 de julho sobre a aceitação ou não das demandas europeias.

Muitos acreditam que a situação atual pode ser, na verdade, a antessala da saída grega da Zona do Euro.

Dirigentes da União Europeia garantem que foram feitos enormes esforços para se chegar a um acordo com a Grécia, para que fosse possível ampliar a ajuda financeira a Atenas e evitar o colapso de seu sistema econômico.

Stiglitz afirma, no entanto, que a Grécia pode tirar boas lições sobre como se recuperar da crise ao analisar a decisão da Argentina, em 2001, de declarar default (calote) de sua dívida externa.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

 

Saída da Grécia "não seria drama" para resto da Europa, diz ministro das Finanças da França

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PARIS (Reuters) - O ministro das Finanças da França, Michel Sapin, disse nesta terça-feira que o lugar da Grécia continua sendo na zona do euro, mas que a saída do país "não seria um drama" para o restante da Europa.

Em entrevista à TV France 2, Sapin, que até segunda-feira pedia que Atenas voltasse à mesa de negociação, ignorou uma pergunta sobre se ainda poderia haver conversas de última hora e disse que a verdadeira questão é o referendo de domingo sobre a mais recente oferta de reformas em troca de dinheiro feita pelos credores.

"É uma votação com consequências. Se disserem sim, continuamos a negociar ... com um não, entramos em terreno desconhecido", disse ele na entrevista.

"Para os outros países na Europa, seria um problema, mas não um drama, se a Grécia sair, não seria uma mudança econômica drástica de súbito", disse ele, classificando as perdas de segunda-feira nos mercados financeiros como uma simples correção de ganhos anteriores.

"O problema seria para a Grécia em si, para o projeto europeu", acrescentou.

(Por Mark John)

 

Bancos gregos podem continuar solventes por dias após calote, diz supervisor

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Por Jonathan Gould

FRANKFURT (Reuters) - Os bancos da Grécia podem não ser declarados insolventes por vários dias após um calote, disse um supervisor do Banco Central Europeu (BCE), oferecendo a perspectiva de algum respiro temporário antes do referendo no país.

As declarações de Felix Hufeld, que chefia o regulador bancário alemão Bafin e tem assento no conselho de supervisão bancária do BCE, ressaltam a gravidade da situação diante dos bancos da Grécia imediatamente após o não pagamento da dívida ao Fundo Monetário Internacional e o fim do programa de resgate.

Mas elas também indicam que o BCE pode não declarar os bancos falidos imediatamente e assim cortar o acesso deles a financiamento do banco central antes da votação sobre o resgate no domingo.

A retirada deste suporte causaria o colapso dos bancos e empurraria a Grécia rumo à saída do euro. Os comentários de Hufeld sinalizam que tal medida não deve ser tomada nesta semana, e sim mais tarde.

Questionado sobre por quanto tempo os bancos gregos poderiam se sustentar se o país não fizer o pagamento de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, Hufeld que eles poderiam ser considerados solventes por até cinco dias.

"É uma questão de dias", disse ele. "Pode-se discutir por horas se são dois, três, quatro ou cinco dias."

(Por Jonathan Gould)

 

Banco Mundial alerta sobre contágio de crise grega no Leste Europeu

O Banco Mundial está preocupado com um possível contágio da crise da Grécia aos países do leste da Europa. Segundo reportagem do Valor Econômico, os depósitos em bancos da Bulgária, Macedônia, Albânia, Sérvia e Romênia são controlados por instituições gregas.

A sinalização foi dada pelo presidente da instituição, Jim Yong Kim, ao ser questionado nesta terça-feira (30) em Genebra sobre as turbulências originadas em Atenas.

Em alguns países, os bancos gregos controlam 20% do setor bancário, com isso os Bancos Centrais na Macedônia e da Sérvia introduziram novas restrições no movimento de capital entre filiais de bancos  locais e suas matrizes na Grécia.

Leia a notícia original e na íntegra no site do Valor Econômico.

Grécia, últimos capítulos

Sistema de poder europeu não é capaz de digerir alternativas de esquerda nem de sair da crise

QUANDO a esquerda grega venceu a eleição, em janeiro, era razoável deduzir que estava aceso o pavio curto de uma explosão. Era difícil imaginar uma história que não terminasse em desmoralização do Syriza ou na retirada da Grécia da zona do euro. Ontem, parecia esse mesmo o fim da história.

O primeiro-ministro grego dizia que não vai governar sob "austerity in perpetuity" (como traduziam as agências de notícias: austeridade perpétua). Caso os gregos votem "sim" no referendo de domingo, Alexis Tsipras diz que se vai: "Se os gregos querem um primeiro-ministro humilhado, há um monte deles por aí. Não serei eu". As autoridades europeias diziam que a vitória do "não" era o fim da picada do país no euro.

Na prática, os gregos votam se aceitam ou não os termos do programa econômico sem o qual o governo da Grécia não terá fundos para pagar suas despesas, externas ou domésticas. Tal plano nem ao menos foi fechado, dada a interrupção das conversas, mas é uma variante com 5% de desconto daquilo que vem sendo engolido pelos gregos desde 2012, pelo menos, corte de gastos públicos, aumento de impostos e reformas ditas "liberais". O comum dos gregos não vai saber no que está votando, mas vai decidir se vai apanhar de um modo ou outro, na eurozona ou fora dela.

Dado o sistema de poder que sustenta a eurozona, era praticamente impossível que o establishment europeu aceitasse os termos do Syriza (perdão de dívida, menos arrocho, menos "reformas"). Haveria revoltas em países pobres que comeram esse pão amargo: Portugal, Espanha, talvez Irlanda. A vitória do Syriza animaria esquerdas, pelo menos na Europa do "Sul", e partidos anti-Europa na Europa do "Norte", em especial de direita braba. Colocaria os governos de centro (esquerda ou direita) da Europa inteira em maus lençóis, pois "um outro mundo" pareceria possível. Obrigaria a Alemanha aceitar uma política econômica que sempre rejeitou, a abrir mãos de princípios que impôs desde que aceitou a criação da eurozona (em resumo grosso, política macroeconômica ortodoxa e sob seu controle, na prática).

Talvez a política e a manha chata dos gregos do Syriza inventassem uma solução intermediária. No sábado, quase se chegou a um acordo ruim, mas um acordo, que poderia ser revisto em novembro, com exigências menos malucas (ainda malucas) de superavit primário, sem cortes (por ora) adicionais de salários e aposentadorias. Ao que parece, segundo os gregos, o Syriza "rachou", e o caldo entornou.

A Grécia está por um fio, pelo tubo de transfusão de sangue fornecido pelo Banco Central Europeu (BCE), o que mantém vivos os quebrados bancos gregos. Sem os euros do BCE, a banca grega quebra assim que reabrir, com o que se evapora a economia grega --o governo não tem euros para tapar o abismo do buraco bancário. Para que não seja assim, para que sobrevenha apenas tumulto grave, a Grécia terá de adotar e criar um dinheiro novo, conviva ou não com o euro. De um modo ou outro, haverá inflação e a baderna da desconfiança, da quebra de contratos e da incerteza jurídica geral, da fuga ilegal de capitais e moeda forte (pois haverá controles oficiais), afora o colapso final da confiança. Pode passar, ser administrado, mais vai ser ruim, muito ruim.

 

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Fonte:
Reuters + O Globo + G1 + Folha

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