Lava Jato é ‘caso de corrupção descomunal’, diz Rodrigo Janot, procurador-geral da República
Lava Jato é ‘caso de corrupção descomunal’, diz Rodrigo Janot, procurador-geral da República
Em campanha para permanecer à frente do comando do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira, em um debate com candidatos que disputam a cadeira com ele, que o escândalo do petrolão é um "descomunal caso de corrupção".
Janot afirmou que o país passa por um "grave momento" e pediu votos de integrantes do Ministério Público para continuar uma trajetória que, segundo ele, permitiu que o órgão atuasse com "profissionalismo" e "maturidade" em um momento em que o MP "é chamado a dizer por que veio".
Rodrigo Janot concorre com os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge a indicação para compor a lista tríplice a ser encaminhada à presidente Dilma Rousseff. Tradicionalmente, é escolhido como procurador-geral o mais votado na lista enviada ao Executivo. A eleição para a formação da lista tríplice será realizada no dia 5 de agosto.
Desafio de Dilma é sobreviver, diz jornal 'Washington Post'
O jornal americano The Washington Post dedicou o editorial "Um retrocesso no Brasil", neste domingo, à crise enfrentada pela presidente da República, Dilma Rousseff, cuja campanha de reeleição foi levada para o centro do escândalo do petrolão pela delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, revelada por VEJA. O jornal diz que Dilma enfrenta o desafio de "sobreviver" no Planalto.
O texto foi publicado por causa da visita de Estado de Dilma aos Estados Unidos. Segundo a publicação, muitos dos problemas que a presidente enfrenta são resultado de políticas equivocadas de seu governo. "Não será fácil: ela viu muito de seu poder efetivamente esvaziado por líderes congressistas, que diluíram algumas de suas medidas de austeridade", diz o texto. O Post ressalta que o próprio PT se opõe às "correções econômicas" em curso.
O editorial afirma que a corrupção em meio à uma recessão na economia provocaram uma crise na opinião pública. "A bolha parece ter explodido", diz o jornal. Para reverter esse cenário, o Post defende que Dilma adote medidas liberalizantes para resgatar a confiança dos investidores privados. O jornal afirma que a correção de rumo deve levar à revisão das "políticas estatizantes" adotas por Dilma em seu primeiro mandato: "Sem isso, o futuro do Brasil permanecerá em suspenso".
(Com Estadão Conteúdo)
O pato manco e a presidente que não se manca (por CAIO BLINDER)
Barack Obama e Dilma Rousseff jantam nesta segunda-feira na Casa Branca e na terça-feira haverá reunião de trabalho. Ótimo jantar e bons negócios. Falo isso sabendo de todas as dificuldades objetivas, do desconforto que este governo da República do Pixuleco significa para mim pessoalmente e com o noticiário sobre o Brasil mais para página policial do que de geopolítica ou de negócios.
No entanto, torço pelo Brasil. Espero que nesta ofensiva desesperada, o governo consiga atrair investimentos estrangeiros e de fato recalibre seus laços com o parceiro tradicional.
Eu quero o Brasil no lado certo da história, sem discurseira antiamericana chulé. Eu quero o Brasil integrado com os setores de ponta da economia global. Tudo bem exportar commodities para a China, mas o Brasil realmente precisa dinamizar suas parcerias quando existem lances históricos para a concretização de acordos comerciais dos EUA na área do Pacífico e com a Europa. Espero que se concretize a meta chutada por funcionários americanos e brasileiros de dobrar o comércio entre os dois países em dez anos.
Estou aqui fazendo muita torcida estratégica num cenário inglório e incerto. Não é mole ter alguém como Dilma Rousseff para tentar vender o peixe na forma e no conteúdo, vender a tal agenda positiva. Imaginem se o ministro Joaquim Levy não conseguisse estar presente nas conversas e seminários em Nova York, Washington e San Francisco para falar em português, inglês e sensatês?
Meu título lá em cima é meio apelativo (no caso do Obama, hehehe). Sobre Dilma é mais pertinente. Claro que a leitura está aberta. E vou manter a charada. No entanto, não quero desgalhar demais e vou focar. Dilma não se manca, pois ela tem uma visão errada das coisas.
Foi preciso o país chafurdar no lodaçal em todos os sentidos para que a presidente aparentemente abandonasse ideias e planos, dignos de um projeto desenvolvimentista estatizante e anacrônico (nem estou discutindo mera incompetência ou pedaladas fiscais). Hora de buscar investimentos em infraestrutura com mais flexibilidade lá fora (aqui).
Claro que existem oportunidades no Brasil. O país está mais barato e isso por “obra” deste governo que aos trancos e barrancos tenta sair do fundo do poço, topando qualquer negócio. No entanto, como confiar nesse governo? E como alertou aquele que deveria ser o ministro da Fazenda, Arminio Fraga, em entrevista à Folha, “infelizmente não chegamos ao fundo do poço”.
Sobre o interlocutor de Dilma, quem sabe ele até tenha começado um caminho de volta, do fundo do poço. Barack Obama, o pato manco (presidente americano em final de mandato), caminha com mais firmeza. Ele conseguiu na semana passada vitórias históricas no Congresso e na Corte Suprema, ao ganhar autoridade forte para negociar acordos comerciais no mundo, a ratificação do seu programa de saúde e a aprovação do casamento gay.
A polarização segue ácida, mas houve provas de cooperação bipartidária (na questão comercial), sem falar do espírito de união nacional depois da chacina racista em Charleston.
Muita piada foi feita semanas atrás com uma pesquisa mostrando que George W. Bush era mais popular do que Obama. Comparação boba, sem parâmetro (a pesquisa mostrou que Jimmy Carter era mais popular que Obama e também Bush). Na mais recente pesquisa Wall Street Journal/NBC News, aprovação de 48% e rejeição de 48% para Obama (em setembro passado, a rejeição era de 54%). No mesmo momento do segundo mandato, a aprovação de Bush era de 29%.
Claro que até entregar as chaves da Casa Branca em janeiro de 2017, o pato manco Obama pode tropeçar bastante. Em termos imediatos (agora mesmo), vamos esperar os desdobramentos globais da crise da pequena Grécia. Ademais, a penosa negociação nuclear iraniana pode estar finalmente chegando nos conformes (Obama considera a finalização do acordo um dos pilares do seu legado).
Não está garantido o acordo e se acontecer pode ser o estouro da boiada de setores contrários no Congresso e de aliados dos EUA no Oriente Médio (Israel e Arábia Saudita). Tudo isso rolando enquanto dona Dilma tenta vender o Brasil nos States. Duro para os americanos manterem o foco no Brasil esta semana.
E para arrematar, uma nota leve. Nesta terça-feira, enquanto Obama e Dilma têm a reunião de trabalho, Chris Christie, o meu governador (New Jersey), talvez anuncie sua entrada na corrida para tentar pegar a vaga de Obama. Será o pretendente de número 13 nas primárias republicanas. Chris Christie nega as informações vazadas de que esteja pronto para anunciar a decisão. Governador, se manca.
(por Caio Blinder, de veja.com)
Lulistas na mordaça
Numa das várias queixas que têm feito ao governo e a Dilma, Lula reclamou da lei da mordaça que Dilma baixou em seu ministério em relação à Lava-Jato e à crise do PT, com a intenção de se descolar dos casos de corrupção sob investigação.
Lula se ressente ao ver ministros essencialmente lulistas, como Ricardo Berzoini e Jaques Wagner, calados diante dos ataques que ele vem recebendo.
Por Lauro Jardim
A estratégia do PT
Só depois de se reunir hoje com Lula o PT vai botar na rua alguma estratégia de reação à delação de Ricardo Pessoa.
O partido vai discutir se reage ofensivamente, pondo em xeque por que Ricardo Pessoa não expôs na delação propinas que possam ter sido pagas a governos estaduais para conseguir obras fora do escopo do governo federal.
A tese dos petistas é que o modus operandi de Pessoa junto ao governo federal também deve ter servido para que a UTC e a Constran conseguissem obras em licitações estaduais.
A ideia é que o partido faça um levantamento de todos os contratos da UTC/ Constran com governos estaduais e se provoque publicamente o Ministério Público Federal a questionar Ricardo Pessoa se, nesses contratos, também houve pagamento de propina.
Os petistas citam, por exemplo, que só com o governo de São Paulo a Constran atuou para Sabesp, Metrô, Departamento de Estradas de Rodagem, Secretaria de Adminitração Penitenciária e Secretaria de Obras.
Por Lauro Jardim
Entre a propina e a ideologia
A propósito, a lógica de ataque contra a oposição foi incentivada por Lula.
Ao tomar conhecimento do conteúdo da delação de Ricardo Pessoa, provocou Lula:
- Por que a doação eleitoral para o PT é propina e a doação eleitoral para o PSDB é Criança Esperança?
Por Lauro Jardim
Cerveró vai falar?
Nestor Cerveró começou a considerar fazer um acordo de delação premiada com os procuradores da Lava-Jato.
Apesar de já ter sido condenado pela Justiça por lavagem de dinheiro, o ex-diretor internacional da Petrobras ainda pode reduzir a sua pena caso faça revelações importantes.
Cerveró sempre negou que tivesse qualquer relação com o esquema na estatal. Chegou inclusive a bater boca em uma audiência com Sérgio Moro alegando inocência.
Por Lauro Jardim
Não me deixe só
João Vaccari Neto mandou recados à cúpula do PT. Preso, sente-se abandonado pelos velhos companheiros.
Este é o motivo de, na quinta-feira, uma nota oficial do PT ter voltado a defender Vaccari.
Por Lauro Jardim
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