Dívida grega é sustentável na maioria dos cenários, e mesmo pior hipótese não exige corte
BERLIM (Reuters) - A dívida grega não vai cair e atingir as metas definidas por credores em 2012 porque o país não implementou as reformas combinadas, mas ela ainda é sustentável sob dois de três cenários analisados, de acordo com uma análise da sustentabilidade da dívida.
A análise, preparada para ministros das Finanças da zona do euro para ajudar nas discussões de reformas em troca de recursos com Atenas, diz que mesmo na pior hipótese os credores não terão que aliviar de qualquer modo a dívida grega.
Sob o acordo de resgate de 2012, a Grécia deveria chegar a uma proporção dívida/PIB de 124 por cento em 2020, e em 2022 ela deveria ficar substancialmente abaixo de 110 por cento, ante 175 por cento atualmente.
"Está claro que os deslizes de política e incertezas dos últimos meses tornaram o cumprimento das metas de 2012 impossíveis sob qualquer cenário", apontou a análise, vista pela Reuters.
"Os principais fatores por trás da deterioração da Análise de Sustentabilidade da Dívida são a piora do crescimento econômico, a trajetória de balanço primário revisado, as receitas menores de privatização e possíveis necessidades financeiras adicionais para o setor bancário", completou.
Sob a projeção revisada e o cenário mais otimista, de que Atenas implemente todas as reformas, a dívida grega deve cair para 124 por cento apenas em 2022, ante 172,8 por cento em 2015.
Se implementar as reformas apenas parcialmente, a dívida grega cairá apenas para 135 por cento em 2022, ante 174,3 por cento em 2015.
No pior dos casos, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê como sua "base", o que significa ser o mais provável, a dívida da Grécia cairá apenas a 142,2 em 2022, ante 176,7 em 2015.
(Por Matthias Sobolewski)
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