Ibovespa tem 3ª queda seguida e vai abaixo de 55 mil pontos com bancos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira pelo terceiro pregão consecutivo, com ações de bancos entre as principais pressões de baixa novamente e notícias relacionadas ao ajuste fiscal doméstico e à ata do Federal Reserve ocupando atenções.
O principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, caiu 1,08 por cento, a 54.901 pontos. O volume financeiro somou 8,3 bilhões de reais.
Especulações que citaram potencial elevação da tributação de bancos e fim do mecanismo de Juros sobre Capital Próprio como estando entre as medidas de ajuste fiscal do governo federal voltaram a pesar no setor financeiro e em outras ações que também têm peso relevante no índice.
Pouco ajudou sinalização do relator do projeto que reverte parcialmente a desoneração da folha de pagamento de empresas de votar a proposta na Câmara dos Deputados apenas em junho, quando havia expectativa de votar o projeto nesta sessão.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, havia dito que a aprovação do projeto no Congresso Nacional representará um voto de confiança do Poder Legislativo à atual política econômica.
Já a divulgação da ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano chegou a proporcionar algum suporte para o Ibovespa, disseram profissionais da área de renda variável, mas as vendas logo voltaram a prevalecer.
No documento, muitas autoridades do Fed são citadas como acreditando em abril que seria prematuro uma elevação de juros dos EUA em junho e que o impulso para a inflação era ofuscado por um mercado de trabalho mais fraco e indicadores econômicos piores.
DESTAQUES
=BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO caíram 2,51 e 1,78 por cento, respectivamente, enquanto BANCO DO BRASIL caiu 0,95 por cento e a unit do SANTANDER BRASIL perdeu 0,41 por cento. A coluna Direto da Fonte do jornal o Estado de S.Paulo citou possibilidade de extinção do mecanismo d remuneração de investidores conhecido como Juros sobre Capital Próprio. O BTG Pactual destacou em nota a clientes que o lucro do Banco do Brasil lucro poderia cair 10 por cento com a medida e citou relatório de março, quando estimou efeito negativo de 8 por cento no lucro do Itaú e Bradesco e de 9 por cento no do Santander Brasil em 2015. O setor também vem sofrendo desde o início da semana por temores sobre possível aumento na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
=AMBEV, que também detêm fatia relevante no Ibovespa, caiu quase 3 por cento. De acordo com o mesmo relatório do BTG, o lucro da companhia de bebidas cairia 14 por cento.
=VALE encerrou com queda de quase 2 por cento nas preferenciais, reforçando a pressão negativa no índice, com o minério de ferro engatando o sétimo dia consecutivo de queda na China e atingindo o menor valor desde 4 de maio no porto de Tianjin.
=PETROBRAS teve uma sessão volátil, encerrando no vermelho. A companhia pode ser obrigada a republicar o balanço do primeiro trimestre de 2015, se ficar comprovado que lançou no resultado valores de operações que aconteceram depois de março, indicou o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira.
=KROTON EDUCACIONAL terminou quase estável, após saltar quase 5 por cento mais cedo, em meio à possibilidade de uma segunda edição do programa de financiamento estudantil Fies este ano, citada pela presidente Dilma Rousseff na noite da véspera. Na esteira, ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES avançou 1,75 por cento. https://bit.ly/1Sex2rg
=TIM PARTICIPAÇÕES e OI lideraram os ganhos do Ibovespa, em meio a comentários do presidente da Telecom Italia, Marco Patuano, de que a companhia, controladora da TIM, segue analisando o mercado brasileiro e que um grupo de trabalho da empresa está estudando a convergência de serviços fixos com móveis.
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