MPF cobra governo Dilma para divulgar documentos de empréstimo do BNDES a Cuba

Publicado em 14/04/2015 02:41
em veja.com

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que torne públicos documentos referentes a financiamentos externos. Em 2014, o MPF instaurou uma investigação para apurar possíveis irregularidades no financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de um porto em Cuba. De acordo com o MPF, o ministério foi acionado porque acompanha e autoriza essas negociações. O órgão tem agora um mês para indicar como atenderá à recomendação - se isso não for feito, o MPF pode entrar com uma ação na Justiça para pedir o cumprimento do pedido. Em resposta, o MDIC disse que responderá dentro do prazo estabelecido.

O MPF conseguiu uma decisão judicial em 1ª instância, obrigando o BNDES a dar publicidade aos documentos envolvendo o porto de Cuba, mas o banco recorreu da determinação, que está suspensa. "Na esfera pública, a publicidade e a transparência devem ser a regra; o sigilo, a exceção", explica o procurador da República, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. "Recomenda-se ao MDIC que, em vez de decretar o sigilo integral dos documentos, promova sua devida publicidade restringindo a publicidade e o conhecimento público somente das palavras, expressões e símbolos cujo resguardo seja essencial à proteção da segurança do Estado ou da sociedade", detalha a recomendação enviada ao órgão. Procurado, o MDIC ainda não comentou o caso.

Porto - A maior parte do Puerto de Mariel, em Cuba, foi bancada pelo BNDES. O banco de fomento financiou 682 milhões de dólares do projeto, cerca de dois terços do valor total estimado para o porto (957 milhões de dólares). Questionado sobre os benefícios para o país dos empréstimos do BNDES ao governo cubano, em janeiro do ano passado, o então ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, disse que Cuba estava em fase de transição rumo a uma economia de mercado e que, quando isso acontecer, o Brasil poderia se beneficiar do apoio oferecido à ilha.

 

Com crédito do BNDES, ampliação do aeroporto de Havana começa este mês

As obras da Odebrecht para a ampliação do aeroporto de Havana, em Cuba, começarão ainda este mês, segundo informações dadas pelo diretor da construtora na ilha, Fábio Goebel, à imprensa cubana. Segundo Goebel, o projeto é avaliado em 207 milhões de dólares e consistirá na restauração e modernização do terminal 3, que atende voos internacionais na capital. Do valor total, 150 milhões de dólares (ou 72,4%) serão financiados pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Em janeiro do ano passado, a Odebrecht iniciou a primeira fase das obras do porto do Mariel, a 45 quilômetros de Havana, com um investimento total previsto de 957 milhões de dólares, mais da metade financiados pelo BNDES. 

Em nota, o banco explica que, tanto no caso de Mariel quanto do aeroporto, o financiamento não foi feito diretamente aos projetos ou ao governo cubano, e sim enquadrado no escopo de "exportação de bens e serviços de uma empresa brasileira" - que, no caso, é a Odebrecht. Segundo o BNDES, a operação para financiar o aeroporto foi contratada, mas ainda não houve o desembolso para a construtora.

Aeroporto Internacional José Martí, em Havana

Aeroporto Internacional José Martí, em Havana(Franklin Reyes/AP/VEJA)

Banco de fomento aportará mais de 150 milhões de dólares ao empreendimento — 72,4% do valor total; obra será executada pela Odebrecht

 

Odebrecht pagou viagem de Lula por três países

Na Folha Online:


construtora Odebrecht bancou uma viagem realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2013, que passou por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos e que oficialmente não tinha qualquer relação com atividades da empresa nesses países. Segundo reportagem de “O Globo” publicada neste domingo (12), Lula viajou acompanhado por pessoas próximas, como funcionários de seu instituto, o escritor Fernando Morais e o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

O único integrante da comitiva que não fazia parte do círculo do ex-presidente era Alexandrino Alencar, atual diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. Alencar foi apontado por três delatores da Operação Lava Jato como o responsável por operar as propinas da empresa no exterior. Ele nega.

De acordo com o jornal, a empresa Líder Táxi Aéreo, responsável pelo voo, o classificou como “completamente sigiloso”. A viagem, que custou R$ 435 mil, foi paga pela DAG Construtora, da Bahia, uma das parceiras comerciais da Odebrecht. Segundo a construtora, o traslado pelos três países foi pago em função da agenda do ex-presidente na República Dominicana. O Instituto Lula confirmou a realização de palestra no país. Em anúncio publicado na edição desta segunda de “O Globo”, a Odebrecht afirmou ter pagado por palestra de Lula na República Dominicana e ressaltou que não há nada “ilegal ou sigiloso” no evento. 

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo aceita negociar mudanças no ajuste fiscal, diz ministro

 

Pressionado por centrais sindicais e parlamentares da própria base aliada, o governo admitiu nesta segunda-feira que está disposto a negociar mudanças nas medidas provisórias que alteram as regras de concessão de direitos trabalhistas e previdenciários - as MPs 664 e 665. As propostas fazem parte do ajuste fiscal que o Planalto tenta passar no Congresso.

"Nós aceitamos discutir tudo", reconheceu o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, depois de reunião convocada pelo vice-presidente e articulador político do governo Michel Temer. "A reunião foi marcada, fomos convidados pelo vice-presidente Temer, para debater o tema da 664 e da 665, das duas medidas provisórias, não há nada definido ainda. Não há nada fechado. Todos os temas estão em debate, são passíveis de modificação e aperfeiçoamento", completou Gabas. Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams também participaram do encontro.

Questionado se o Planalto aceitava recuar na nova regra de primeira solicitação do seguro-desemprego - cujo prazo saltou de 6 para 18 meses -, o ministro indicou que pode fazer concessões para conseguir a aprovação do pacote fiscal. "Isso está incluído no tudo, tudo são todos os itens. Esperamos que a medida provisória seja no seu conjunto aprovada. Se tiver itens que podem aperfeiçoá-la, vamos acatar, para que esse ajuste fiscal seja aprovado no seu conjunto." 

Segundo o ministro, a ideia do governo é aprovar as medidas do ajuste fiscal "o mais rápido possível, conversando com centrais sindicais e partidos". "Queremos preservar o conjunto da MP, agora, se vai ser aperfeiçoada ou não, vai depender do Congresso", afirmou. 

Prazos - Ao deixar a reunião, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), comunicou que o relatório da MP 665 deve ser apresentado na comissão mista até esta quarta-feira. Segundo Guimarães, a expectativa é que a proposta seja votada ainda esta semana na comissão. Numa rápida fala sobre a reunião da coordenação política que ocorreu pela manhã, o petista disse que a presidente Dilma Rousseff se mostrou "otimista" com a situação da Petrobras, o ajuste fiscal e o cenário político no encontro.

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Fonte:
veja.com

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