Vendas de combustíveis no Brasil recuam 0,4% no 1º bimestre, aponta Sindicom
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de combustíveis no Brasil caíram 0,4 por cento no primeiro bimestre do ano frente o mesmo período de 2014, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) obtidos pela Reuters nesta terça-feira.
Contribuíram para a queda nas vendas totais os protestos de caminhoneiros, o feriado do Carnaval, que neste ano caiu em fevereiro (em 2014 foi em março), além da incidência de impostos adicionais, disse o diretor de Abastecimento & Regulação do Sindicom, Luciano Libório.
O Sindicom representa cerca de 80 por cento do mercado de distribuição de combustíveis automotivos no Brasil. Os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de fevereiro ainda não foram publicados.
Embora os números de março ainda não estejam fechados, dados preliminares indicam que as vendas estão mais fracas, de acordo com Libório.
O temor das distribuidoras é que a desaceleração da economia brasileira seja sentida pelo mercado de combustíveis.
O Sindicom não trabalha com previsões.
Nos últimos anos, as vendas cresceram muito com a contribuição do aumento da renda, do emprego e de incentivos do governo federal para o aumento da frota de veículos leves, além do controle dos preços de gasolina e diesel em níveis baixos.
Somando-se todos os combustíveis, as vendas no país em 2014 atingiram 144,575 bilhões de litros, uma alta de 5,3 por cento ante 2013, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Mas neste ano alguns acontecimentos podem levar a um crescimento menor. Dentre alguns fatores, a Tendências Consultoria prevê uma queda na rendas das famílias, além de um novo recuo esperado nas venda de veículos em 2015.
O governo também tem mantido, desde o fim do ano passado, os combustíveis no mercado doméstico com valores superiores aos praticados no exterior, pela primeira vez em cerca de quatro anos.
Outro fator que deixou a gasolina e o diesel mais caros é a volta da cobrança da Cide pelo governo neste ano, para elevar a arrecadação.
Por decreto, o governo começou a tributar a gasolina em 0,22 real e o diesel em 0,15 real por litro a partir de 1º de fevereiro via PIS/Cofins. A partir do início de maio, esses valores por litro serão divididos entre o PIS/Cofins e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
O diesel, combustível que responde pela maior parte das vendas no Brasil, apresentou queda no consumo de 3,8 por cento no primeiro bimestre, ante o mesmo período de 2014.
Outro efeito dos impostos adicionais é a migração do consumo de gasolina para o etanol hidratado, que está mais competitivo frente ao combustível fóssil em alguns Estados.
No primeiro bimestre, o consumo de hidratado cresceu 14,9 por cento ante o mesmo período do ano passado. A alta permanece em março.
As vendas de hidratado pelas usinas produtoras da região centro-sul do Brasil atingiram patamar recorde na primeira quinzena deste mês, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Esse crescimento contribuiu com o aumento do consumo de combustíveis por motores Ciclo Otto, abastecidos por gasolina e etanol. Em gasolina equivalente, o consumo de motores Ciclo Otto teve alta de 2 por cento no primeiro bimestre.
O Sindicom não divulgou dados sobre o consumo de gasolina, separadamente.
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