Petroreconcavo prevê mais de R$1 bi para 2023 em desenvolvimento de ativos; avança em aquisição

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira brasileira Petroreconcavo planeja investir mais de 1 bilhão de reais em 2023 em atividades para o desenvolvimento de seus ativos na Bahia e no Rio Grande do Norte, além de prever para breve a conclusão da compra de novo ativo da Petrobras, afirmou à Reuters o presidente, Marcelo Magalhães.

A companhia, que iniciou suas operações em 2000 na Bacia do Recôncavo, opera atualmente 58 campos nos dois Estados, onde está investindo e elevando o fator de recuperação.

Os investimentos para o próximo ano incluem até 80 novos poços de desenvolvimento, distribuídos entre os dois Estados, e de 270 a 280 "workovers", que são atividades realizadas em poços já perfurados para melhorias da operação.

"Temos expectativas muito fortes de muita criação de valor", disse Magalhães, frisando que os aportes da empresa influenciam diretamente no desenvolvimento econômico de regiões no interior do Nordeste, onde atua.

A companhia já tem uma sonda de perfuração em terra a seu serviço e planeja adquirir mais duas até o fim de 2023, além de contar com outros equipamentos de grande porte necessários para a realização de intervenções em poços antigos.

Com isso, a empresa planeja realizar, a partir de 2024, campanhas permanentes de cerca de 100 poços por ano.

Neste ano até setembro, a PetroReconcavo investiu cerca de 746 milhões de reais no desenvolvimento dos campos que opera. No mesmo período, pagou aproximadamente 190 milhões de reais em royalties, além de tributos na ordem de 780 milhões de reais, segundo dados da companhia.

A empresa também fornece hoje gás natural para quatro distribuidoras na região Nordeste: Potigás, PBGás, Bahiagás e Cegás, além dos contratos para fornecimento com Galp, Unigel e Transportadora de Gás Associada (TAG), marcando a entrada no mercado livre de gás e nos consolidando como o principal produtor de gás natural do Nordeste, segundo a empresa.

AQUISIÇÕES E CRESCIMENTO

Após a aquisição de campos da Petrobras nos últimos anos, onde já vem colhendo frutos com aumento de produção, a Petroreconcavo e a parceira Eneva estão em fase final de negociações com a Petrobras para a aquisição do Polo Bahia Terra. A empresa também não descarta avaliar novas aquisições no mercado, disse o presidente.

O polo em negociação compreende um conjunto de concessões de campos terrestres de exploração e produção e instalações associadas nas bacias do Recôncavo e de Tucano.

"Temos expectativa grande com Bahia Terra. Só na aquisição, estão previstos valores superiores a 1,4 bilhão de dólares... O processo negocial está próximo de se concretizar nas próximas semanas e meses", disse Magalhães, pontuando que a Petroreconcavo tem 60% de participação no consórcio.

Em 2019, a empresa adquiriu da Petrobras o Polo Riacho da Forquilha (RN) e em 2021 os Polos Remanso e Miranga (BA).

No Polo Miranga, a PetroReconcavo dobrou a produção em apenas nove meses, após aquisição ser concluída em dezembro de 2021.

Já a produção média nos ativos na Bacia Potiguar em novembro de 2022, incluindo participação nos campos operados por parceiros, foi de aproximadamente 9 mil barris de óleo por dia (bpd) e 670 mil metros cúbicos de gás por dia (m³/d). O volume de produção média diário, em barris de óleo equivalente, atingiu o dobro ao comparar ao que foi reportado no último dia de gestão do antigo operador.

A produção média da Petroreconcavo em novembro foi de 23.192 barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 13.548 bpd/dia e 1,533 milhão de m³/d de gás.

(Por Marta Nogueira)