Refinarias da China desaceleram compras de petróleo russo diante de sanções, dizem fontes
Por Muyu Xu e Chen Aizhu
CINGAPURA (Reuters) - As refinarias chinesas estão desacelerando as compras de petróleo russo em dezembro e pagando prêmios mais baixos diante das sanções iminentes da União Europeia e da incerteza em torno do plano do G7 de limitar os preços do petróleo russo, disseram fontes comerciais.
A desaceleração no comércio está fazendo com que a oferta de petróleo russo aumente, pesando sobre os preços, já que a China e a Índia se tornaram grandes compradores do petróleo desde o início da guerra na Ucrânia. A União Europeia proibirá as importações de petróleo da Rússia em 5 de dezembro e de produtos derivados, em 5 de fevereiro.
"Há, é claro, muitas preocupações e muita confusão em relação ao próximo limite de preço, mas as pessoas acham que as cargas que chegam em dezembro devem ser seguras (para comprar)", disse um trader da China.
Cerca de cinco a sete cargas ESPO Blend com carregamento em dezembro foram vendidas para usuários finais chineses, uma fração da média de cerca de 30 remessas que a Rússia exporta a cada mês, disseram traders.
Os acordos foram registrados pela última vez em torno de 1,70 a 1,90 dólar o barril acima do ICE Brent de fevereiro com entrega ex-navio (DES), caindo frente aos prêmios de cerca de 2,70 dólares o barril há duas semanas em meio ao comércio lento, disseram eles. Também ficaram abaixo dos prêmios de cerca de 2 dólares o barril para as cargas de novembro.
"Tudo está sob o radar agora. É difícil detalhar os termos e condições acordados para esse pequeno número de transações", disse um executivo comercial chinês.
Os compradores estão atentos ao possível impacto do plano do G7 de impor um teto de preço ao petróleo russo no mecanismo de pagamento, disponibilidade de navios e seguro de transporte. Moscou ameaçou interromper as exportações para os países participantes do plano.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o teto do preço ao petróleo russo beneficiará a China e a Índia.
Algumas refinarias independentes compraram suprimentos alternativos do Brasil e da África Ocidental para se proteger contra a interrupção do petróleo russo em dezembro, apesar dos preços mais altos, disseram traders, à medida que aumentam a produção após manutenções.
As taxas operacionais em refinarias independentes subiram para cerca de 64% no início de novembro, de 58% há dois meses, mostraram dados da consultoria Zhuochuang.
"É melhor garantir algumas cargas, caso o fornecimento russo não seja sustentável", disse um trader de petróleo de Shandong.
URAIS
Enquanto isso, as refinarias estatais estão reduzindo as compras de petróleo dos Urais russos para chegada em dezembro para evitar riscos de sanções após estocar o petróleo nos dois meses anteriores, disseram traders.
Os embarques de outubro dos Urais para a China foram estimados entre 235.000 barris por dia e 340.000 bpd, a maioria dos quais foram comprados por empresas estatais como Unipec, Zhenhua Oil e Chinaoil, de acordo com os rastreadores de petroleiros Kpler e Vortexa Analytics.
(Por Muyu Xu e Chen Aizhu)
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