Diesel volta a subir nos postos do Brasil; gasolina e etanol também avançam
SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do óleo diesel nos postos de combustíveis do Brasil voltou a subir, após estabilidade na semana passada que havia interrompido uma sequência de seis semanas de aumentos, mostraram dados da ANP nesta sexta-feira, que também indicaram elevação na gasolina e do etanol.
Segundo o órgão regulador, o valor médio do diesel --combustível mais utilizado no Brasil-- atingiu 4,274 reais por litro nas bombas, alta semanal de 1%.
A volta da tendência de alta vem em momento em que os preços dos combustíveis têm se mantido no centro de atenções no país, especialmente após a ameaça de uma greve de caminhoneiros no início de fevereiro e críticas do presidente Jair Bolsonaro a reajustes da Petrobras.
O descontentamento com os preços levou Bolsonaro anunciar em 19 de fevereiro alteração no comando da petroleira estatal, com a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o lugar do atual CEO Roberto Castello Branco-- a substituição aguarda trâmites internos para ser efetivada.
O presidente também zerou temporariamente a incidência de PIS e Cofins sobre o diesel, em tentativa de frear os aumentos.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) também registrou alta na gasolina, que avançou 1,8% na semana, ou 10 centavos, para média de 5,592 reais o litro.
O combustível engatou a 13ª semana seguida de aumento nos postos, de acordo com números da reguladora.
Já o etanol, concorrente da gasolina nas bombas, subiu 1,5%, para média de 4,184 reais por litro, em período marcado pela entressafra da cana-de-açúcar.
Nesta sexta, a Petrobras anunciou que entrará em vigor no sábado uma redução de cerca de 5% no preço da gasolina em suas refinarias, a primeira de 2021. O diesel não terá mudanças.
O movimento acompanhou em parte a queda do petróleo no mercado internacional e recuo na cotação do dólar ante o real.
Com o novo reajuste, o valor da gasolina nas refinarias da estatal acumula agora alta de 46% em 2021, enquanto o diesel subiu mais de 40% no período.
Os valores nos postos, no entanto, não acompanham necessariamente os reajustes nas refinarias e dependem de uma série de questões, incluindo margem de distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.
Preço do litro da gasolina cai R$ 0,14 a partir deste sábado
Reajuste vale para as refinarias; Ainda não impacta preço na bomba (Poder360)
A Petrobras anunciou na 6ª feira (19.mar.2021) que o preço médio da gasolina em suas refinarias terá redução de R$ 0,14 por litro, o que representa uma queda de 4,95%. O reajuste começa a valer neste sábado (20.mar).
O preço médio do combustível ficará em R$ 2,69 por litro. O diesel não sofre alteração, permanecendo em R$ 2,86 por litro.
O impacto do reajuste nas refinarias, porém, não repercute de forma imediata no custo da gasolina nos postos de combustível. De acordo com nota divulgada pela estatal, as variações para mais ou para menos estão associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio e têm influência limitada sobre o valor repassado aos consumidores finais.
“Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis“, diz a nota.
Esta é a 1ª redução anunciada em 2021. Desde janeiro, o preço médio da gasolina já havia sofrido 6 aumentos. Com o novo anúncio, o combustível passa a acumular alta de R$ 46,2% desde o início do ano. Já o diesel subiu 41,6%.
A sequência de aumentos foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro. No mês passado, ele anunciou mudança no comando da Petrobras, indicando general Joaquim Silva e Luna para a presidência. Ele deverá substituir Roberto Castello Branco. O anúncio da troca causou queda nas ações da empresa.
Na última 3ª feira (16.mar), o Comitê de Pessoas da Petrobras considerou que Luna preenche os requisitos legais para a indicação e o considerou apto para exercer o cargo. O general precisa ainda ser eleito em assembleia geral dos acionistas convocada para o dia 12 de abril. Em seguida, seu nome deve ser aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, composto por 11 membros. Sete deles são indicados pela União que é a acionista majoritária, 3 pelos demais acionistas e um pelos empregados. (Com informações da Agência Brasil).
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