Rússia pode apoiar extensão de cortes de oferta de petróleo se mercado piorar, dizem fontes
A Rússia poderá apoiar a manutenção dos atuais cortes de produção de petróleo no mundo para além do final de 2020, quando a restrição de oferta tende a ser flexibilizada, caso os mercados globais piorem em função da fraca demanda e de uma nova onda de casos de coronavírus, disseram à Reuters duas fontes do setor.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia, que formam um grupo conhecido como Opep+, devem relaxar a partir de 1º de janeiro seus cortes de produção. No entanto, Moscou, que necessita da injeção de dinheiro em sua economia afetada pelo vírus, pode concordar em mantê-los nos níveis atuais se os mercados do petróleo piorarem e tais propostas forem colocadas na mesa, segundo as duas fontes.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, trocaram dois telefonemas na semana passada, frequência incomum de contato entre eles, à medida que o painel ministerial da Opep+ se aproxima --a reunião está marcada para 1º de dezembro.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Petrov, afirmou que o contato regular é necessário, diante da volatilidade dos mercados.
Também na semana passada, o ministro de Energia russo, Alexander Novak, disse que a Opep+ vai começar a flexibilizar os cortes de produção conforme planejado, apesar da nova disparada na contagem de casos de coronavírus no mundo.
"Os russos estão considerando apoiar a extensão dos cortes para além de 2020, apesar das declarações recentes de Novak sobre o plano de manter o pacto como ele está atualmente. Todos esses telefonemas entre Putin e bin Salman recentemente não foram à toa, eles estão negociando ativamente a possibilidade de estender o acordo", disse uma fonte da indústria.
Atualmente, a Opep+ está reduzindo a oferta de petróleo em 7,7 milhões de barris por dia (bpd), com o objetivo de apoiar os preços e diminuir os estoques da commodity, mas planeja flexibilizar esses cortes para 5,7 milhões de bpd a partir de 1º de janeiro.
O Ministério da Energia da Rússia e o Kremlin não responderam a pedidos por comentários.
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