INTERNACIONAL: Cotação do milho segue para maior queda desde julho

O milho caiu novamente, registrando sua maior queda semanal em seis meses. O movimento baixista é causado por preocupações quanto ao aumento da oferta global, que pode provocar competição entre os exportadores. O trigo e a soja também caíram.

As vendas de milho dos EUA, o maior produtor e exportador do mundo, caíram para 327.286 toneladas na semana que terminou no dia 7 de janeiro, vindo de 364.734 toneladas na semana anterior, informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A produção mundial deve atingir um recorde de 796,5 milhões de toneladas no ano comercial que começou no dia 1º de outubro.

“Os preços poderiam estar muito mais baixos, dada a estimativa de safra recorde dos EUA e do início das colheitas no Brasil e na Argentina, já no próximo mês”, informou Paul McKay, diretor da Commodity Broking Services, em Sydney.

O milho para março caiu até 1,1%, para US$ 3,7675 o bushel no after-hours da bolsa de Chicago. O contrato mais ativo foi negociado a US$ 3,775 às 13h42, horário de Singapura, e já caiu 11% desde o dia 8 de janeiro, registrando a maior queda desde o dia 3 de julho.

Os EUA é responsável por mais da metade das exportações mundiais do grão. A safra do país é estimada em 13.151 bilhões de bushels no ano que se inicia no dia 1º de setembro, 8,8% acima do ano anterior, e acima do que havia sido previsto por analistas.

A Coréia do Sul, o terceiro maior importador de milho, comprou ontem um total de 495 mil toneladas para entrega entre abril e maio, de acordo com executivos industriais que pediram para não serem identificados. Foi a maior compra de um dia registrada, de importadores coreanos desde maio, de acordo com os arquivos da Bloomberg.

Produção mundial
As reservas globais de milho, soja, arroz e trigo irão subir 8,3% para o maior volume desde 2002, de acordo com as previsões do USDA. 

A soja para março caiu 0,4% para US$ 9,7975 o bushel. O contrato foi negociado a US$ 9,81 e já perdeu 4% este ano. 

A produção mundial de soja no ano que começou no dia 1º de outubro atingirá o volume recorde de 253,4 milhões de toneladas. No mês passado, o volume estimado era de 250,3 milhões de toneladas. No ano passado o volume foi de 210,9 milhões, de acordo com o USDA.

Os produtores nos EUA colheram um volume 3,361 bilhões de bushels no ano que se iniciou no dia 1º de setembro. Esse volume é 1,3% maior do que inicialmente projetado: 3,319 bilhões de bushels, e 13% maior que o volume colhido no ano passado.

Soja do Brasil
A previsão de safra para o Brasil, o segundo maior produtor, subiu para 65 milhões de toneladas, segundo informações do USDA, publicadas no dia 12 de janeiro. A estimativa para a Argentina, o terceiro maior produtor, continua sem modificações: 53 milhões de toneladas. 

O trigo para entrega em março caiu 0,8% para US$ 5,232 o bushel, elevando sua perda semanal para 7,9%, sua primeira queda este ano. 

Fernanda Bellei

Informações: Bloomberg