Milho: Chicago sobe com novas exportações e puxa B3 nesta quinta-feira
Após acumular desvalorizações nos últimos seis pregões consecutivos, os preços futuros do milho voltaram a subir na Bolsa Brasileira (B3) retomando patamares entre as casas dos R$ 97,00 e dos R$ 99,00 nesta quinta-feira (05).
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 97,80 com ganho de 2,52%, o novembro/21 valeu R$ 98,48 com elevação de 2,44%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 99,94 com valorização de 2,71% e o março/22 teve valor de R$ 99,39 com alta de 2,62%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, esses ganhos de hoje da B3 foram reflexo do mercado internacional, que melhorou, também teve alta e acabou aumentando o custo da importação.
“O dólar e Chicago em altas, automaticamente, elevam o custo da importação do milho. Então aquela onde de baixa que vinha na B3 nos últimos dias deu uma parada e hoje o mercado está corrigindo para cima”, explica Brandalizze.
Mercado Físico
Já os preços do milho no mercado físico brasileiro permaneceram praticamente estáveis nesta quinta-feira. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as únicas movimentações encontradas foram as desvalorizações das praças de Campinas/SP, Itapetininga/SP e São Gabriel do Oeste/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a ponta compradora está mais retraída aguardando melhores oferta, especialmente em São Paulo e Paraná, onde a colheita está mais atrasada. Com isso os poucos negócios seguem com a saca estabilizada nos R$ 101,00 em Campinas/SP”.
O reporte diário da Radar Investimentos acrescenta ainda que, “no mercado físico do milho, os compradores estão mais retraídos”.
Ainda nesta quinta-feira, os técnicos do Rally da Safra divulgaram um novo corte de 4,4 milhões de toneladas, reduzindo a estimativa de produção feita pela Agroconsult de 65,3 milhões para 60,9 milhões de toneladas. Uma quebra de 20,6% sobre a safra anterior, quando foram produzidas 76,7 milhões de toneladas e redução de 23 milhões de toneladas diante da projeção inicial para a safrinha 21 de 83,9 milhões.
“Normalmente, julho é um mês de poucos acontecimentos para a segunda safra, quando a colheita se aproxima do fim e a produtividade das lavouras está praticamente definida. Esta temporada, porém, está sendo completamente diferente”, disse André Debastiani, coordenador da expedição.
Entre os problemas enfrentados pelas lavouras do cereal, são citados o plantio mais tardio da história, clima irregular em abril e maio e agora, três ondas sucessivas de frio, em 29 de junho, 20 de julho e 29 e 30 de julho, que resultaram em geadas severas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Mercado Externo
O penúltimo dia da semana também foi positivo para os preços internacionais do milho futuro, que voltaram a subir após dois dias consecutivos de perdas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,55 com valorização de 10,00 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,53 com alta de 6,25 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,61 com elevação de 6,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,65 com ganho de 5,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, em comparação ao fechamento da última quarta-feira (04), de 1,83% para o setembro/21, de 1,28% para o dezembro/21, de 1,08% para o março/22 e de 0,89% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho de Chicago subiram na quinta-feira com as vendas de exportação mais fortes, embora os ganhos tenham sido limitados pelas chuvas em partes do meio-oeste dos Estados Unidos.
“A demanda está aparecendo. Essa é a preocupação do mercado”, disse Chuck Shelby, presidente da Risk Management Commodities.
Exportadores americanos venderam 898.400 toneladas de milho durante a semana encerrada em 29 de julho, superando as expectativas do mercado.
Porém, a Agência ressalta que, o otimismo da demanda foi limitado pela disseminação da variante Delta do coronavírus em algumas das maiores economias do mundo e por chuvas pontuais em todo o meio-oeste dos EUA, embora a seca persista nas regiões de cultivo do oeste.
“Há uma boa safra, mas também há pessoas realmente lutando por causa da falta de umidade. O mercado estará em um cabo de guerra sobre os rendimentos finais e só teremos uma boa noção disso assim quando as colheitadeiras começarem a funcionar”, disse Jeff French, proprietário da Ag Hedgers.
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