Milho: Diante da perspectiva de melhora no clima nos EUA, mercado recua 2% na semana em Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) acumularam desvalorizações entre 2,01% e 2,52% ao longo dessa semana. As informações fazem parte do levantamento realizado semanalmente pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Já nesta sexta-feira (20), os vencimentos do cereal ampliaram as perdas e encerraram a sessão com quedas de mais de 5 pontos, com desvalorização de mais de 1%. O contrato maio/18 era cotado a US$ 3,76 por bushel, enquanto o julho/18 operava a US$ 3,85 por bushel. O setembro/18 trabalhava a US$ 3,93 por bushel.
As atenções dos participantes do mercado permanecem voltadas ao início da safra de milho nos Estados Unidos. E as perspectivas de uma melhora no clima no cinturão de produção no país acabou pressionando negativamente as cotações, conforme explicam as agências internacionais.
"Uma tendência de aquecimento está finalmente no caminho pela primeira vez em abril, após mais um período de cinco dias na maioria das principais regiões agrícolas dos EUA, o que acelerará o ritmo de plantio", disse a Thomson Reuters Weather Research.
"O coração de produção nos EUA parece mais seco nos próximos sete dias, o que deve permitir que os plantadores avancem com os trabalhos nos campos", destacou Tregg Cronin, da Halo Commodity Company.
A Radiant Solution disse que no Meio-Oeste "temperaturas mais altas são previstas neste final de semana e no início da próxima, juntamente com chuvas limitadas, permitirão retomar alguns trabalhos de campo e plantio".
"E como muitos produtores apontaram é possível plantar 12 milhões a 20 milhões de hectares de milho em uma semana", completa Cronin.
A longo prazo, as previsões climáticas também tem se mostrado favoráveis à safra americana. De acordo com a Allendale, "os mapas do NOAA mostra temperaturas e precipitações normais ao longo do mês de maio, para a maior parte do Meio-Oeste".
"O período mais longo de junho, julho e agosto também mostrou temperaturas e precipitações normais. Com base nesse previsão, a perspectiva é de um rendimento favorável", reportou o Agrimoney.com.
Até o momento, cerca de 3% da área foi cultivada, percentual abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
Mercado brasileiro
No mercado interno, a semana foi de ligeiras quedas aos preços do milho. Em Rio Verde (GO) e São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 6,25%, com a saca a do cereal a R$ 30,00. Na região de Assis (SP), a saca caiu 6,06% e terminou a semana a R$ 31,00.
Em Sorriso (MT), a queda ficou em 5,88%, com a saca a R$ 16,00. Na localidade de Campo Grande (MS), a perda ficou em 3,13%, com a saca a R$ 31,00. Em contrapartida, o preço subiu 1,37% e encerrou a semana a R$ 37,00.
As negociações ainda permanecem bem lentas no mercado doméstico. E, segundo o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, em torno de 35% da safrinha brasileira foi cultivada fora da janela ideal.
"Com isso, nós ainda precisamos de chuvas consistentes até o dia 10 de maio no Centro-Sul do país. Caso as chuvas não se confirmem, os preços deverão continuar em alta, mas se tivermos chuvas e uma boa safrinha, as cotações poderão passar por vales, voltando a respirar entre os meses de agosto e setembro", salienta o especialista.
Ainda hoje, o Governo publicou no Diário Oficial da União que irá realizar a venda de 1 milhão de toneladas de milho em grãos, através de leilões públicos. A medida atenderá a demanda dos criadores de animais em todo o país, já que os preços da saca do cereal no mercado doméstico estão iguais ou superiores aos valores de liberação de estoque.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou a sexta-feira a R$ 3,4117 na venda. com ganho de 0,60%. "O dólar acompanhou a trajetória da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior em dia de agenda esvaziada, e com os investidores de olho no noticiário político local", informou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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