Diante da preocupação com o clima nos EUA, milho sobe mais de 3% na semana em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho registraram mais uma semana positiva. As principais posições da commodity subiram mais de 3%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (7), os preços do cereal exibiram uma valorização entre 1,50 e 2,00 pontos. O setembro/17 finalizou o dia a US$ 3,92 por bushel, enquanto o dezembro/17 era cotado a US$ 4,04 por bushel.
Conforme o reporte das agências internacionais, as cotações do cereal permanecem sendo impulsionadas pelas preocupações com o clima no Meio-Oeste americano. Nos próximos 8 a 14 dias, o Corn Belt deverá ter chuvas abaixo da média, segundo últimos mapas climáticos do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
Precipitações previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA
No mesmo período, as temperaturas deverão ficar acima da normalidade. "A secura também é uma preocupação crescente em porções do cinturão produtor de milho, particularmente em Nebraska, no sul e oeste de Iowa e no centro de Illinois", destacou o portal internacional Agrimoney.com.
Temperaturas previstas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA
"O comércio de milho foi mais alto hoje em termos de preocupações crescentes ao longo de uma previsão de tempo prolongado quente e seco", reportou CHS Hedging em entrevista ao Agrimoney.com. A Granoeste Corretora de Cereais completa que "as chuvas programadas para a semana que vem são esparsas e de baixa intensidade e as temperaturas, em elevação".
"O mercado apresentará muita volatilidade pela frente, sobretudo agora que as lavouras entram na fase mais importante de seu desenvolvimento, a polinização", informou a corretora.
Ainda no início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou de 67% para 68% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Cerca de 24% das plantações estão em situação regular e 8% em condições ruins ou muito ruins.
Nesta sexta-feira, o departamento também trouxe os números das vendas semanais para exportação. Na semana encerrada no dia 29 de junho, as vendas de milho somaram 140,3 mil toneladas, referentes à safra velha. O número ficou abaixo das apostas dos investidores, entre 350 mil a 550 mil toneladas.
No caso da safra nova, o número ficou em 74,5 mil toneladas do grão. O volume ficou dentro das expectativas dos investidores e o México foi o principal comprador do cereal norte-americano.
O USDA também reportou a venda de 143 mil toneladas de milho ao México nesta sexta-feira. Do total, 11 mil toneladas serão entregues na temporada 2016/17 e o restante, de 132 mil toneladas, na temporada 2017/18.
Mercado brasileiro
No mercado interno brasileiro, a semana foi de ligeiras movimentações aos preços do milho. A região de Sorriso (MT) apresentou maior variação, com a saca a R$ 13,00 e ganho de 30%. No Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 3,57% e finalizou a sexta-feira a R$ 29,00. No Paraná, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, exibiram alta de 1,69%, com a saca do milho a R$ 18,00.
Na contramão desse cenário, o preço caiu 11,11% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca a R$ 16,00. Já em Brasília, a perda foi de 10,91%, com a saca a R$ 19,60. Na região de Campo Grande (MS), a queda ficou em 8,57%, com a saca do grão a R$ 16,00.
De acordo com informações do Cepea, as cotações permanecem pressionadas negativamente em meio à chegada da safrinha no mercado. No principal estado produtor, Mato Grosso, a colheita já está completa em 41,99% da área cultivada nesta temporada, segundo levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Enquanto isso, no Paraná a colheita já está completa em 8%, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural). Algumas consultorias já projetam a safrinha de milho em 66 milhões de toneladas nesta temporada.
Para tentar equilibrar o mercado, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) continua com as medidas de apoio à comercialização do cereal. Ainda nesta quinta-feira, a entidade realizou mais leilões para os estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
BM&F Bovespa
Já na BM&F Bovespa, as cotações do cereal subiram entre 0,34% e 2,15% nesta sexta-feira (7). O vencimento setembro/17, referência para safrinha brasileira, encerrou o dia a R$ 26,07 a saca e o novembro/17 a R$ 27,29 a saca.
Apesar da queda do dólar, os preços encontraram suporte na valorização dos preços no mercado internacional. O dólar fechou a sessão a R$ 3,2795 na venda, com queda de 0,58%. Na semana, a perda ficou em 1%.
A Reuters destacou que o mercado permanece apostando na continuidade da atual política econômica mesmo com o eventual afastamento do presidente Michel Temer.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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