Com previsão de clima mais seco nos EUA, milho fecha 6ª feira em queda na CBOT; na semana, leves ganhos
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a semana com ligeiros ganhos. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as principais posições da commodity subiram entre 0,07% e 0,67%. Porém, o encerramento desta sexta-feira (28) foi negativo aos preços do cereal. Os contratos do cereal cederam entre 1,75 e 4,00 pontos. O vencimento maio/17 era cotado a US$ 3,58 por bushel, enquanto o julho/17 trabalhava a US$ 3,66 por bushel.
Em meio ao plantio da nova safra americana, os preços do milho têm sido direcionados pelas previsões climáticas no Meio-Oeste dos EUA. Até o último domingo, em torno de 17% da área prevista para essa temporada havia sido cultivada, segundo dados do boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O percentual ainda está abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 28%. Contudo, o índice ficou dentro das apostas dos investidores, entre 12% e 18%. O USDA ainda indicou que cerca de 4% das lavouras já estavam emergindo, índice que fica em linha com o ano passado e a média plurianual.
E, apesar das chuvas previstas para esse final de semana, as previsões mais alongadas já indicam um clima mais seco. "Se a previsão se confirmar, os agricultores poderão semear a maior parte da safra de milho antes de meados de maio. Os produtores que plantam após esse período correm um risco maior de redução nos rendimentos das lavouras", destacou a Reuters internacional.
"O clima é ainda bastante chuvoso e frio, mas as perspectivas indicam melhora para a próxima semana. Algumas áreas no sul dos EUA receberam chuvas torrenciais e não está descartada a necessidade de replantio em determinados pontos", ressaltou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.
Outro fator que também influenciou o andamento das negociações ao longo da semana foi a possibilidade de os EUA saírem do Tratado de Livre Comércio da América do Norte. Especialmente em relação ao México, grande comprador do cereal norte-americano. Por ano, os produtores americanos embarcam mais de 14 milhões de toneladas de milho aos mexicanos.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro, mais uma vez, as cotações do milho registraram uma semana de queda. No Oeste da Bahia, a perda ficou em 14,29%, com a saca do cereal a R$ 24,00. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a desvalorização foi de 10%, com a saca do milho a R$ 18,00.
Em Goiás, nas praças de Jataí e Rio Verde, os preços cederam 2,50%, com a saca a R$ 19,50. Já no Porto de Paranaguá, o valor futuro da saca do milho caiu 2,68% e terminou a semana a R$ 29,00. As informações fazem parte do levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.
Os analistas ponderam que as negociações permanecem lentas no mercado doméstico. E o mercado dependerá do comportamento do clima para a colheita da safrinha de milho, que começa em junho, do câmbio e da Bolsa de Chicago.
Em muitos estados, os preços de referência para a safrinha já estão abaixo do mínimo fixado pelo Governo. Com isso, o Governo já realiza a partir da próxima semana os primeiros leilões de apoio à comercialização do cereal.
Serão ofertados de 7.400 contratos de opção de venda de milho em grãos, a granel, das safras 2016/2017 e 2017. Também estão previstos um leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) pela venda e escoamento de 200 mil toneladas do produto e mais um leilão de Prêmio para o Escoamento (PEP) de 200 mil toneladas de milho.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, as cotações do milho encerraram a sexta-feira (28) em campo misto. Os contratos setembro/17 e novembro/17 apresentaram leves altas e fecharam a sessão a R$ 27,25 a saca e R$ 27,70 a saca, respectivamente. As demais posições finalizaram o pregão com perdas entre 0,28% e 1,53%.
Além da influência de Chicago, as cotações também foram direcionadas pelo comportamento do dólar. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,1749 na venda, com perda de 0,22%.
De acordo com a Reuters, o movimento é decorrente do "alívio por parte dos investidores diante de avaliações de que a greve geral e as manifestações que aconteceram durante o dia não foram fortes o suficiente para atrapalhar o andamento da reforma da Previdência".
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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