Em véspera de feriado, milho foca chuvas nos EUA e encerra 5ª feira com ligeiras altas em Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão em campo positivo. Nesta quinta-feira (13), as principais posições do cereal acumularam ganhos entre 1,75 e 2,00 pontos. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,71 por bushel, enquanto o julho/17 finalizou a sessão a US$ 3,78 por bushel. O setembro/17 era negociado a US$ 3,84 por bushel.
Novamente, as cotações do cereal foram sustentadas pelas especulações em relação ao clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos, conforme ponderam as agências internacionais. "As chuvas estão nas mentes dos investidores, com foco especial no milho, que tem uma janela de plantio um pouco anterior à soja", destacou o portal Agrimoney.com.
No início dessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 3% da área total prevista para essa temporada já havia sido cultivada. O número ficou abaixo das expectativas dos investidores, entre 6% a 7%.
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Paralelamente, a safra da Argentina também segue no radar dos investidores. A colheita está completa em 18,2%, com avanço semanal de 3,5%. As informações são da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA). As chuvas ocorridas na última semana têm dificultado o avanço dos trabalhos nos campos.
Já as vendas para exportação ficaram em 738 mil toneladas de milho na semana encerrada no dia 6 de abril. As informações foram reportadas pelo USDA. Além disso, os investidores trabalharam de maneira cautelosa diante do feriado Good Friday, nos Estados Unidos.
Mercado interno
A quinta-feira foi de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado doméstico, segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Sorriso (MT), o valor caiu 11,76%, com a saca a R$ 15,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 2,63%, com a saca do cereal a R$ 19,50.
Ainda conforme ressaltam os analistas, as cotações do cereal continuam pressionadas negativamente diante da projeção de uma grande safra de milho no Brasil. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores deverão colher 91,46 milhões de toneladas do cereal nesta temporada.
Inclusive, em alguns lugares, os preços praticados estão abaixo dos valores mínimos fixados pelo Governo. Esse é o caso de Goiás, onde a saca futura é cotada a R$ 18,50 e o preço mínimo para o estado é de R$ 19,21 a saca.
“Estamos em conversação com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) pata trazer essas medidas em tempo hábil aos produtores. Através de leilões de PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) e também leilões de opções. São conversas que já estão bem avançadas”, disse o consultor técnico da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) e da Aprosoja Goiás, Cristiano Palavro.
Além dessas medidas, os especialistas ponderam que as exportações podem ajudar a enxugar o excedente de oferta no mercado interno. Para essa temporada, a perspectiva é que os embarques fiquem próximos de 24 milhões de toneladas.
Até agora, o acumulado na trimestre é de 2,18 milhões de toneladas de milho. No mesmo período do ano anterior, o volume era de 11,86 milhões de toneladas. Em março, o volume embarcado ficou em 243 mil toneladas. Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, as cotações do cereal encerraram o pregão com ligeiras altas. As principais posições da commodity subiram entre 0,36% e 0,70%. O maio/17 era cotado a R$ 27,20 a saca e o setembro/17 a R$ 27,55 a saca. Já o novembro/17 operava a R$ 27,80 a saca.
As cotações subiram impulsionadas pelos ganhos em Chicago e também com influência do câmbio. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,1465 na venda, com alta de 0,40%. Conforme dados da Reuters, a cautela foi mantida antes do Feriado de Páscoa no Brasil e com preocupações no cenário político internacional.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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